quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Serra e TSE ferem a liberdade de expressão.


Na reta final, a Justiça Eleitoral retirou o programa do PSTU do ar em favor de José Serra. Apesar de o PSDB ter entrado com ação há duas semanas, só às vésperas do fim da campanha o TSE garante direito de resposta a Serra.

Não podemos nos calar. O PSTU está recorrendo da decisão, mas será dificil reverter a decisão do TSE em tão pouco tempo de prazo e no último dia de campanha na TV.

Participe do twitaço neste QUINTA às 20h.
Por que fazer Twitaço?
Queremos denunciar que:

O PSDB que retirou o nosso 1 minuto de TV pois se sentiu ofendido com a seguinte fala: “o PSDB apoiava o governo de Arruda (...) de Brasília. Todos eles têm o rabo preso. Por isso você nunca vê as investigações terminarem em prisão de banqueiros e políticos”.
Mais uma vez a NÃO participação do Zé Maria no Debate entre os candidatos à Presidência que será transmitido pela TV Globo e contará com a presença de apenas 04 dos 09 presidenciaveis.

X+


Fonte: PSTU

Os contratos da Fence com o Governo do PSDB em SP

Em texto anterior mostramos uma feliz coincidência: a mesma Fence Consultoria Empresarial, do coronel e ex-SNI Enio Gomes Fontenelle, que atuou no Ministério da Saúde, nos grampos do TSE, entre outros recantos paradisíacos do poder, está trabalhando em SP, precisamente contratada pela PRODESP. Como está lá, há dois contratos assinados em poucos dias, com início em 2008.

Ao contrário do que a Educação faz, a Secretaria de Gestão Pública mostra os documentos de contratos por inexigibilidade de licitação. É justamente sobre eles que vamos falar agora. Difícil de entender alguns pontos, daí ajuda seria bem-vinda.

O primeiro contrato, 005/2008, no valor de R$69.120,00, publicado em DO 26/abril, rezava o seguinte (imagens retiradas do documento de 14 páginas):

1- O valor e reajustes - pág. 5. Para executar os serviços, o pagamento mensal será da seguinte forma: R$384,00 para cada um dos 180 itens elencados:



Mas, se houver pedidos extras, emergenciais, a coisa fica assim: paga-se R$2.000,00 por visita, não inclusos no valor total do contrato (pág.7):



2- Os ambientes de inspeção contra intrusões eletrônicas - págs. 12 e 13.



e



3- O objeto - pág. 1. O mais interessante desse contrato, além do valor, é notar muito bem o objetivo da Fence Consultoria Empresarial no troço:
(...) Prestação de serviços Técnicos Especializados em Segurança de Comunicações (...) visando a detecção de intrusões eletrônicas nas instalações da PRODESP ou em outras localizações de seu interesse.


Quer dizer, se não fomos induzidos a entender tudo errado, já que somos absolutamente leigos, a verificação deve ser inicialmente no prédio da PRODESP, mas se algum espírito obsessor arretado e paranoico decidir que o mercadinho da esquina, a casa do cachorro, o teu quarto, o gabinete do Sr. Paulo Renato Costa Souza, uma escola ou o diabo do local que passar na veneta do cidadão investigador de intrusões eletrônicas são dignos de uma vassourada eletrônica básica, então tá tudo bem? É isso? Não é provável, mas nas Notas 1 e 2 da página 2, em execução dos serviços e prazos reiteram a sentença:



Daí que a PRODESP pode mandar varrer o universo inteirinho, até fora de sua Sede, em caráter emergencial ou não, em até 48 horas - embora esteja faltando a palavra no contrato. Continuamos a compreender tudo errado?

Ou melhor, o que quiseram dizer, agora pensando como profissional contratante, foi que a PRODESP pode mandar vasculhar qualquer outro ponto onde atue, entre a sua clientela governamental? Dá uma olhada onde poderia ser o pequeno universo, sem esquecer que a internet estadual está no meio:


Ver também aqui e aqui.

4- A vigência - pág 8. Embora esteja escrito que o contrato teria validade de 12 meses, contados a partir da data de sua assinatura, podendo ser prorrogado por iguais e sucessivos períodos, mediante comum acordo, por escrito, entre as partes, limitado a sessenta meses (Lei 8.666/93 art. 57), em 18/setembro/2008 o DO publica seu encerramento assinado em 11/agosto:
Contr.:PRO.001.5388. Proc.: 84638. Forn.: Fence Consultoria Empresarial Ltda..
Ass.: 11/08/2008. Encerramento - Obj.: Serviços Técnicos Especializados em
Segurança da Comunicação. Mod.: Inexigibilidade nº 005/2008
O segundo contrato com a Fence Consultoria Empresarial, 014/2008, saiu publicado em DO em 5/julho/2008, mas foi assinado em 27/maio (conforme DO), portanto antes do encerramento do primeiro. Há pouquíssimas modificações na redação do documento, este com 15 páginas.

As diferenças entre os dois são pequenas. A começar pelos Serviços Emergenciais. Nas imagens abaixo os dois contratos juntos (014/2008 seguido de 005/2008).



Na sequência, aparecem duas vezes o item 3.1.5, em Obrigações da Contratada (pág. 3 em ambos). Isso destrambelhou um pouco a numeração, mas os conteúdos são os mesmos; volta à normalidade no item 3.2 da pág. 4.

E aí vem a grande diferença, o valor passou para R$858.640,08, sendo R$69.120,00 mensais (fora os extras em custos operacionais por serviço). Em V. Preços e Reajustes, e Serviços Emergenciais, págs. 5 a 7 (em decorrência, o item VI. Pagamento, foi bastante modificado)::




A validade do contrato é a mesma (pág.8):


No restante, poucos detalhes se modificaram, mas os ambientes a serem rastreados contra as intrusões eletrônicas iniciais são mantidos (Anexos 1 e 2, págs. 13 e 14) .

Momento questionário

Caso você não tenha morrido de tédio até o momento deve estar se perguntando:
- Por que contrataram a Fence sem licitação? Não existiriam outras empresas semelhantes no mercado? Ou foi por "notório saber"?
- Como se faz tal rastreamento de intrusões eletrônicas? E como se faz o mesmo serviço fora da PRODESP?
- O que acontece caso sejam encontrados os tais intrusos eletrônicos? O que se faz com a "informação"?
- Como conseguiram colocar os intrusos eletrônicos dentro da fortaleza que é a PRODESP (ou outros órgãos estaduais)?
- Por que os contratos com a Fence foram assinados somente a partir de abril de 2008, antes não havia o mesmo risco?
- Por que são dois contratos? Um deles encerrado depois de outro começado? Então o valor suposto no texto anterior é ainda mais alto?
- Seria possível também rastrear tudo que fazem pela WEB e computadores (nesses órgãos ligados à PRODESP)?

Sei.

Eis os mistérios. Nada é dito nos tais contratos. Rezam que a contratante deve fornecer escadas que alcancem os tetos e chaves para tudo que é sala, o resto é incógnita.

Quem souber e puder, por gentileza esclareça para que o mundo seja um lugar melhor de se viver.

Para ler as minutas dos contratos na íntegra, comparar tudo e ver outras diferenças recorra ao Diário Oficial, E-Negócios Públicos, nos seguintes links onde aparecem, ao que tudo indica, os arquivos originais: Contrato 005/2008 e Contrato 014/2008.


Ler mais: http://namarianews.blogspot.com/2010/09/os-contratos-da-fence-com-o-governo-de.html#ixzz10yl69a10

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Tamiflu: quem fez lobby para quem

O dispositivo midiático que fez lobby pró-Roche e pró- Serra, alardeando o despreparo do país para enfrentar uma pandemia de gripe suína, em 2009, e a insuficiente estocagem de Tamiflu pelo Ministério da Saúde, agora acusa o governo de ter comprado quantidades desnecessárias do remédio. E denuncia um lobby por trás desse erro. Serra agora não está mais preocupado em anabolizar sua ‘experiência’ como ex-ministro da Saúde. Ele precisa agora de algo mais forte que uma gripe suína para impedir a vitória de Dilma no 1º turno. O artigo é de Saul Leblon.

VEJA ‘denuncia’ na edição desta semana que o governo adquiriu quantidades desnecessárias do medicamento Tamiflu para combater a gripe suína, em junho de 2009. A sobrecompra, segundo ‘reportagem’ teria seu sucesso creditado a ação de um lobby que atuava dentro da Casa Civil e do qual participaria o ex-assessor do órgão –que deixou o cargo - Vinícius de Oliveira Castro. Pela cumplicidade, Castro teria recebido $ 200 mil de propina, pagos no episódio dentro do próprio órgão.

Recuerdos:

1. Em 24 de abril de 2009, a Organização Mundial de Saúde emitiu um alerta sobre um novo tipo de gripe causada por variante do vírus da influenza suína; menos de três meses depois, em 11 de junho, a organização afirmava que a doença já se transformara em pandemia. No Brasil até então, tinham sido confirmados apenas 52 casos - 75% deles, porém, contraídos fora do país.

2. Naquele momento, Serra disputava com Aécio a candidatura do PSDB presidência da República. Interessava ao tucano anabolizar sua atuação como ex-ministro da Saúde, por contraste. Ou seja, caracterizando o ‘despreparo’ do atual governo para enfrentar a pandemia da gripe suína.

3. A luta renhida entre Serra e Aécio incluiria dois golpes de alta octanagem, para emprestar um termo recorrente hoje entre certos colunistas. “ Pó pará, governador?, era o título provocativo de um artigo publicado no Estadão, em fevereiro de 2009, assinado por Mauro Chaves. Em tom chantagista, o texto defendia a precedencia de Serra na corrida presidencial, insinuando que Aécio costumava aspirar algo mais que cargos. Com o mesmo fair play, no dia 3 de novembro de 2009, o jornalista Juca Kfouri, admirador assumido de Serra, dispararia em seu blog a seguinte notinha: “Covardia de Aécio Neves”. Trechos:

"Aécio Neves, o governador tucano de Minas Gerais, que luta para ter o jogo inaugural da Copa do Mundo de 2014, em Belo Horizonte, deu um empurrão e um tapa em sua acompanhante no domingo passado, numa festa da Calvin Klein, no Hotel Fasano, no Rio. Depois do incidente, segundo diversas testemunhas, cada um foi para um lado, diante do constrangimento geral..”

4. É nesse ambiente de absoluta isenção e elevado senso ético que a estratégia do pânico em relação à gripe suína, um tema palatável a Serra, recebeu do dispositivo demotucano um tratamento pedagógico. O episódio ajuda a entender porque o presidente Lula disse recentemente que a imprensa tem lado. E não é o da informação isenta.

5. Manchetes da Folha, domingo, 19 de julho de 2009. Na 1º página:

“Gripe suína deve atingir ao menos 35 milhões no país em 2 meses”

No título interno: “Gripe pode afetar até 67 milhões de brasileiros em oito semanas”

6. O alarmismo foi duramente criticado pela comunidade médica, conforme documentou brilhantemente o blog da jornalista Conceição Leme, especializada na área de saúde. O próprio ombudsman da Folha então, Carlos Eduardo Lins e Silva, questionaria o jornal em comentário corajoso, dia 26 de julho. Título: ‘No limite da irresponsabilidade”. Trechos:

I] ‘...Ao ler na capa chamada sobre a gripe A, até os menos paranóicos devem ter achado que chances de contrair doença são enormes...’; II] A reportagem e principalmente a chamada de capa sobre a gripe A (H1N1) no domingo passado constituem um dos mais graves erros jornalísticos cometidos por este jornal desde que assumi o cargo, em abril de 2008; III] Quem estivesse febril e com tosse ao abrir o jornal pode ter procurado assistência médica.É quase impossível ler isso e não se alarmar...”

6. O dispositivo midiático demotucano não recuou, nem fez autocrítica. Leia , com exclusividade, o email enviado pelo autor da matéria alarmista, Hélio Schwartsman, a um pesquisador , em 30 de julho de 2009. Schwartsman caça argumentos para defender sua irresponsabilidade jornalística. Trechos do email enviado por ele [omitindo-se o nome do destinatário]:

“ O., tudo bom? escrevo-lhe porque o ombudsman caiu na onda “tranquilista” do ministério e detonou minha matéria em sua última coluna dominical. Estou cogitando de responder. Vi q vc cita predições britânica e dos EUA [...] Minha pergunta é se vc viu mais alguma coisa recente nesta linha para incluir no texto que estou preparando?”

7. Em setembro de 2009, a editora do UOL Ciência, Tatiana Pronin, viaja à Basiléia, na Suíça, atrás de ‘alguma coisa’. Viaja a convite da Roche, fabricante do medicamento Tamiflu. Tatiana volta com a seguinte manchete postada no dia 7 daquele mês, às14h30: “Estoque de Tamiflu do Brasil não atende recomendação da OMS, diz fabricante do remédio”. Trecho:

“... Em situações de pandemia como a da gripe suína, ou influenza A (H1N1), a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que um país tenha medicamento suficiente para tratar pelo menos 25% da população. No Brasil, porém, os estoques disponíveis até agora dariam para suprir apenas 5% dos brasileiros. A informação foi divulgada pela fabricante do antigripal Tamiflu (oseltamivir), a Roche, em uma conferência internacional organizada pela empresa nesta segunda-feira (7) na Basileia, na Suíça, onde fica a sede do laboratório. ..”

8.O dispositivo midiático age então em ordem unida, às vezes com as mesmas palavras, as mesmas manchetes, na defesa dos mesmos interesses entrelaçados: os da Roche e aqueles da candidatura Serra. Um queria vender mais medicamentos; o outro, acusar a insuficiência dos estoques na área da saúde, de modo a desqualificar o governo Lula e acumular pontos contra Aécio na disputa interna do PSDB.

9. Manchete padrão daquele período estampada no dia seguinte à da UOL, pelo Correio Braziliense: “Estoques de Tamiflu estão muito abaixo do recomendado...” Trecho: “... Ministério da Saúde só tem antiviral suficiente para atender a 5% da população brasileira, quando OMS sugere que o percentual mínimo seja de 25% ...’

8. Em 10 de agosto de 2010, 14 meses depois de ter declarado o nível máximo de alerta pela aparição do vírus, a OMS anuncia fim da pandemia.
Segundo o balanço do organismo, a gripe matou 18.449 pessoas em 214 países [é muito, mas é a metade do que mata o trânsito brasileiro por ano]. Em todo o Brasil, foram 1.705 vítimas – casos dolorosos, mas longe de configurarem a tragédia alardeada pelo dispositivo midiático demotucano.

9. Agora, na reta final das eleições presidenciais, as posições se invertem. O dispositivo midiático que fez lobby pró-Roche e pró- Serra, alardeando o despreparo do país diante da pandemia e a insuficiente estocagem de Tamiflu pelo Ministério da Saúde, acusa o governo de ter comprado quantidades desnecessárias do remédio. E denuncia um lobby por trás desse erro.

10. A versatilidade, às vezes, é um sintoma de desespero. Serra não está mais preocupado em anabolizar sua ‘experiência’ como ex-ministro da Saúde. Nesse momento, ele precisa de algo mais forte que uma gripe suína para impedir a vitória de Dilma no 1º turno. Corrupção é o nome da "nova pandemia" a ser martelada nas manchetes e comentários do dispositivo midiático pelos próximos 13 dias, incessantemente, em escalada furiosa e alarmista. Até, quem sabe, causar pânico.

Fonte: Agencia Carta maior

O Brasil que eu não conheço













Por João Paulo da Silva

Estas eleições estão particularmente muito chatas. “Nunca antes na história desse país” a cara de um foi tão semelhante ao focinho do outro. Mesmo com nove candidatos disputando a Presidência da República, embora a grande imprensa não mostre todos, os que estão liderando as pesquisas não passam de trigêmeos da mesma política dos últimos vinte anos. Enquanto isso, os demais candidatos, principalmente os da esquerda, precisam se virar nos cinqüenta segundos que dispõem na TV para fazer a diferença. Isso porque entre o PT de Lula e Dilma e o PSDB de FHC e Serra, não há distinções quanto ao programa de governo. Eles mesmos admitem o fato ao defenderem um modelo econômico idêntico.

Pior do que isso talvez só Marina Silva, que sem constrangimento algum reivindica Lula e FHC ao mesmo tempo. Dessa forma, fica difícil acreditar em disputa. Em democracia, então, nem se fala. De todo modo, estou convencido de que o correto deveria ter sido a união de Dilma, Serra e Marina em torno de uma única candidatura. É claro que ainda assim não haveria qualquer mudança para o Brasil, até porque o projeto defendido pelos três já foi aplicado antes e não mudou o país. Mas pelo menos seria mais honesto politicamente.

Além das semelhanças siamesas entre Dilma e Serra, outro aspecto dessa campanha vem despertando minha inquietação. Os programas de TV do horário eleitoral estão apresentando um Brasil que eu não conheço. São hospitais, escolas, universidades, estradas, postos de saúde, remédios para todos, geração de empregos, distribuição de renda, salário digno, construção de moradias etc, etc, etc. Tudo funcionando na mais tranqüila e absoluta perfeição. Como assim?! Transformaram o Brasil num país escandinavo e ninguém me disse nada?! Quer dizer que o Haiti não é mais aqui? Agora é a Noruega que é aqui?! Onde estão as favelas e os 52 milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza? E as 40 mil crianças que morrem de fome todos os anos? E os mais de 8 milhões de desempregados? Para onde foi todo mundo? Para onde foram os mais de 14 milhões de analfabetos? E os baixos salários? O que fizeram com as filas e as macas nos corredores dos hospitais? E a falta de merenda nas escolas? Onde cargas d’água enfiaram a metade da população brasileira que vive sem tratamento de esgoto? Não há mais pobres nesse lugar? Nem miseráveis? Que país é esse?!

Instigado pelo instinto da investigação jornalística, decidi ir às ruas para ver de perto se o Brasil havia mesmo se transformado na Noruega. Mas nem foi preciso ir muito longe. Bastou dar uma volta no bairro e alguns telefonemas para retornar ao subdesenvolvimento e à tragédia social. Nas proximidades de onde moro, a realidade não havia mudado. As escolas caindo aos pedaços, os postos de saúde sem médicos, o esgoto a céu aberto. Estava tudo lá, do jeito que os brasileiros conhecem. Até o Google Earth eu usei para confirmar se as favelas ainda estavam no mesmo lugar. É claro que estavam. Só senti falta mesmo das condições dignas de vida, que continuam tão distantes quanto a Noruega. Pelo telefone, fontes seguras me informaram que a situação permanecia a mesma em todas as regiões do país. Mamãe, por exemplo, que mora em Maceió, me ligou pedindo dinheiro, já que o salário sempre acaba antes do fim do mês.

O Brasil mostrado nos programas de TV de Dilma e Serra não existe. Aquilo só pode ser Hollywood. Eu não ficaria surpreso se depois das eleições descobrissem que todas as cenas foram gravadas em estúdios da Warner Brothers e que os marqueteiros do PT e do PSDB foram assessorados pelo James Cameron. Efeitos especiais não faltam.
Fonte: http://ascronicasdojoao.blogspot.com/

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Os símbolos da decadência














Por João Paulo da Silva

A propaganda eleitoral gratuita na TV me diverte e desespera ao mesmo tempo, embora me pareça que quando a inventaram a função não fosse exatamente a de garantir entretenimento ou desânimo para milhões de brasileiros. Há algo de errado nisso tudo, eu sei. Quer dizer, algo não. Tudo mesmo. Da política econômica à falsa democracia. Mas não se pode negar que muitos candidatos estão mais para personagens folclóricos do que para postulantes a um cargo público. Parte da disputa eleitoral oscila entre o cômico e o absurdo, numa caricatura teatral da decadência.

Na verdade, eu tenho uma teoria sobre esses tipos medonhos que durante as eleições nos divertem pela telinha da TV. Esses candidatos possuem uma determinada função social: a de arrancar risadas dos que vão passar os próximos dois ou quatro anos chorando por causa das políticas aprovadas em todas as esferas do poder. É uma forma de usar o ridículo para entorpecer. Ou, na melhor das hipóteses, tudo não passa de esculhambação. Mas deixemos as análises de lado por um momento e vejamos os tipos mais comuns nas eleições. Fiz uma pequena lista.

O Biográfico: é o candidato que acredita que sua história de vida daria mais que um livro. Daria até voto. “Amigo eleitor, sou Aderbal dos Grudes. Nasci na baixa da égua, mas morei e me criei na capital. Sou formado em Ciências Econômicas, fiz mestrado e doutorado em Gestão Pública. Sou casado e tenho dois filhos. Há vinte anos sou professor universitário, ao longo dos quais publiquei três livros, todos traduzidos para cinco idiomas. Por isso, nestas eleições, não se engane. Vote em quem tem história.”.

O Crente: pretensiosamente, é o candidato direto do Todo Poderoso na Terra. “Meus irmãos evangélicos, mais uma vez entro numa batalha contra gigantes, assim como Davi. Recebi um chamado de Deus para esta missão. Sou candidato a deputado estadual para ampliar o império do Senhor Jesus aqui na Terra. Essa é uma guerra que precisamos vencer, pois o inimigo está sempre por perto atentando os cordeiros de Deus. Vote no pastor Agenor. A mão do Pai está aqui.”.

O Família: é o candidato que põe toda a família no programa para falar das qualidades dele como chefe de casa. Em geral, o sujeito é apresentado como bom pai, bom marido e o programa sempre termina com um dos filhos dizendo “votem em papai”.

O Mudo: esse é um clássico. Passa o programa inteiro em silêncio ao lado de alguém que diz as razões pelas quais devemos votar no candidato. “Caro eleitor, esse aqui é o Rodinei. Homem honesto, trabalhador, pai de família. Esse eu conheço desde criança. Possui vários projetos na área da educação e da segurança. É a sua alternativa nestas eleições. Não se esqueça. Para deputado federal, vote no meu amigo Rodinei.”.

O Pedinte: esse é o candidato mendigo. Já começa pedindo ajuda. “Meus amigos e minha amigas, me ajudem a chegar lá. Só peço uma chance, me dê um voto de confiança. Muitos já passaram e não fizeram nada. Agora chegou a minha vez. Com a sua ajuda, vamos mudar essa realidade.”.

O Amoroso: é o candidato que acredita que só amor pode mudar o mundo e é por isso que, estranhamente, deseja entrar para a política. “Você sabe o que falta para os outros gestores públicos? Amor, meus amigos. Uma administração sem amor não pode resolver os problemas da população. Eu tenho uma vida que sempre se pautou pelo amor às pessoas e o carinho pelos mais pobres. No meu governo, a prioridade vai ser o amor.”.

O Garçom: é o candidato cujo ofício sempre foi servir às pessoas. E por isso mesmo julga-se o melhor candidato, já que servir é a principal característica de um político. A quem? Aí já é outra história. “Olá, sou o garçom Ademar. Há trinta anos trabalho servindo em restaurantes. Agora quero servir ainda mais no Congresso Nacional. Por isso, vote em quem sabe servir.”.

São os símbolos da decadência. Acredito, realmente, que o fim deve estar próximo. Arrependei-vos enquanto há tempo.
Fonte: http://ascronicasdojoao.blogspot.com/

domingo, 19 de setembro de 2010

Coincidências do Dossiê 2002 nos Negócios de SP

Coincidências do Dossiê 2002 nos Negócios de SP

Longe de nós, mil léguas serra acima, inventar qualquer hipótese absurda além de registrar meras coincidências. Mas o fato é que os negócios e personagens de Brasília sempre caminham ao lado dos de São Paulo - este humílimo blog já mostrou alguns.

Observe, por exemplo, o que saiu no blog do Douglas Yamagata, em 6/setembro passado: Recordações do Dossiê de 2002, também incluído no Conversa Afiada de hoje, cuja fonte foi a Revista Veja - edição 1743 - de 20 de março de 2002.

Vamos falar por imagens retiradas do Yamagata e outras saídas da verdadeira imprensa de oposição oficial, que parece ser mais fácil - os grifos são desta casa.





Pois não é que essa Fence Consultoria Empresarial LTDA, de propriedade do ex-dirigente do SNI, o coronel reformado do Exército Sr. Ênio Gomes Fontenelle, também foi parar em São Paulo, precisamente na Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo, mais conhecida como PRODESP, que cuida de todo sistema comunicacional - e internet, claro - da administração pública estadual? Pois foi.

As relações e negócios começaram, aparentemente, em 2008.

A primeira ocorrência em Diário Oficial, de 26/abril/2008, mostra o seguinte contrato sem licitação:



Entretanto, poucos dias depois do anúncio acima, aparece este outro, em 5/julho/2008, com valor corrigido de míseros R$69.120,00 para anabolizados R$858.640,08. Não se sabe o motivo, o DO mais uma vez não aponta, mas mostra:



Em 19/agosto/2008 o DO confirma tudo e solta o extrato do contrato:



Em 18/agosto/2009 a coisa continua firme e forte: ocorre a prorrogação para o mesmo contrato de serviços técnicos especializados em Segurança de Comunicações - seja lá o que isto represente. Valor: R$ 858.640,00. Vide:



Finalmente, em 18/junho/2010, mais uma prorrogação. Tudo sem licitação no PRO.000.5436. Proc.: 84906. O valor continua o mesmo: R$ 858.640,00.


Tudo beleza não só para a sugestiva empresa cujo nome é "cerca" in English, mas também para o Tribunal de Contas de SP, que achou tudo absolutamente normal - conforme pode ser averiguado aqui nas páginas do Legislativo do DO.

Até o momento, a Fence recebeu dos cofres públicos paulistas quantia bem superior àquela de 2002, quando prestou honrosos serviços ao Ministério da Saúde. Agora são R$2.645.040,24.

Mas não há com o que se preocupar, são apenas coincidências.



Outras leituras salutares:
- aqui no Idelber Avelar;
- aqui no Azenha;
- aqui o contrato com o STJ
- e no Google.


Ler mais: http://namarianews.blogspot.com/2010/09/coincidencias-do-dossie-2002-nos.html#ixzz0zyoF68SU

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

I Debate entre Candidatos á Deputado Estadual e Federal do Giulio David Leone.

Debate
I Debate entre Candidatos á Deputado Estadual e Federal do Giulio David Leone.

Convidamos os pais e a comunidade em geral para participar do “I Debate entre Candidatos a Deputado Estadual e Federal do Giulio David Leone” que será realizado no dia 18 de Setembro de 2010 (sábado) às 10hs00.
Contamos com sua presença.
Prof. Claudemir Mazucheli Canhin – Geografia.


Regulamento da palstra-debate

Do Cum en To

Jornal Oposição Alternativa - São Bernardo dos Campos

jornal subsede(2)

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A mídia tem lado

DEPUTADOS QUE VOTARAM CONTRA O AUMENTO DOS PROFESSORES

Lembram do Projeto de Lei Complementar n°29 que foi votado na Assembleia Legislativa do Estado em 22 de outubro de 2009?

É, esse projeto se transformou na lei 1097/09, que institui o “programa de valorização de mérito do quadro do magistério”. Depois de toda a controvérsia sobre um projeto que na prática impede a progressão salarial à maioria dos professores (já que não adianta conseguir o resultado estipulado, pois é preciso estar classificado entre os 20% com melhor desempenho, num efeito funil), chegamos às eleições e os deputados que aprovaram o dispositivo estão pedindo o voto dos professores.PSDB e DEM entraram com ação no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) contra a divulgação de cartaz do Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp), que aponta os nomes dos deputados que votaram a favor dessa lei. Em decisão liminar, o juiz Luís Francisco Aguilar Cortez determinou a retirada dos existentes nas escolas, mas resolvemos publicá-lo aqui, para conhecimento dos usuários.

Para quem não sabe, a lei 1097/09 arrebentou com o Plano de Cargos e Salários dos professores da rede estadual de ensino, por instituir uma prova de mérito para evolução na carreira e concessão de até 25% de aumento, aos professores que estiverem lecionando numa mesma escola por quatro anos, sem que tenham ultrapassado um limite de 30 faltas no período. Além disso, a lei prevê que serão promovidos apenas 20% dos professores que atingirem uma pontuação pré-estabelecida numa prova. Ou seja, exclui 80% da categoria. Por fim, os 20% beneficiados ficam impedidos de participar de novas “valorizações” por quatro anos, o que faz com que a inflação acumulada consuma parte considerável do benefício.

Segundo o Sindicato dos Professores, “A Secretaria Estadual de Educação elegeu a avaliação individual do professor como a grande saída para a péssima situação das escolas estaduais. Com isso, tenta jogar o foco dos problemas educacionais sobre o educador”

Decisão Judicial em caráter Liminar foi concedida em 24/08/2010, mas como estamos próximos das eleições e todos os que votaram contra os professores são candidatos à reeleição, solicitamos aos usuários que observem bem a fisionomia dos candidatos e reflitam se realmente representariam o interesse do magistério.

Se os nomes no cartaz estiverem difíceis de serem lidos:

DEM

Edmir Chedid
Estevam Galvão
João Barbosa de Carvalho
Milton Leite Filho
PDT

José Bittencourt
Rogério Nogueira
PMDB
Baleia Rossi
Jorge Caruso
Uebe Rezeck
Vanessa Damo
PP
Mozart Russomano
PPS

Alex Manente
Davi Zaia
Roberto Morais
Vitor Sapienza
PRB

Gilmaci Santos
Otoniel Lima
PSB

Ed Thomas
Jonas Donizette
Luciano Batista
Marco Porta
Vinícius Camarinha
PSC

Said Mourad
PSDB
Analice Fernandes
Bruno Covas
Cassio Navarro
Celino Cardoso
Celso Giglio
Fernando Capez
Geraldo Vinholi
Hélio Nishimoto
José Augusto
João Caramez
Maria Lucia Amary
Mauro Bragato
Milton Flávio
Paulo Barbosa
Pedro Tobias
Roberto Massafera
Rodolfo Costa Silva
Samuel Moreira
Vaz de Lima
PTB

Campos Machado
Roque Barbieri
Waldir Agnello
PV

Camilo Gava
Edson Giriboni
Reinaldo Alguz

Fonte: Professor Temporário

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Professora é condenada por apoiar a luta pela terra!

JUSTIÇA DO LATIFÚNDIO CONDENA PROFESSORA EM RONDÔNIA


Jaru, 09 de setembro de 2010


Aos camponeses pobres, aos estudantes, aos operários e trabalhadores em geral, aos intelectuais honestos, aos movimentos e personalidades democráticas,
Em julho de 2010 saiu mais uma sentença absurda do judiciário rondoniense. A vítima desta vez foi a professora Yara Nogueira, da Escola Popular. Ela foi condenada ao pagamento de um salário mínimo ou ao trabalho comunitário (8 horas semanais por 3 meses) por poluição ambiental! Em abril de 2007, Yara e outros dois ativistas colavam cartazes pelas ruas de Jaru denunciando o julgamento do camponês Wenderson, conhecido como Ruço quando foram presos e interrogados pela Polícia Militar!
Desde 2003 a professora Yara atua na Escola Popular. Ela trabalhou com educação de crianças, de jovens e adultos em Corumbiara e em Theobroma e na formulação e apoio à Campanha de Alfabetização em todo o estado. Durante todos estes anos Yara também tem uma militância ativa no apoio à luta pela terra, por isto é conhecida e muito querida por camponeses e professores da região.
Esta foi a verdadeira causa da condenação de Yara: apoiar a luta camponesa. Mas a “justiça” esconde seus motivos com a desculpa de “crime ambiental”. Ora essa, se estivesse realmente interessada em coibir a poluição visual condenaria todos os candidatos que espalham suas mentiras por todas as cidades durante o período da farsa eleitoral. Condenariam igualmente os organizadores de festas, shows e rodeios que divulgam seus eventos com cartazes.
Mas esta é a realidade em Rondônia: apoiar a luta pela terra é crime!

Lembremos resumidamente o caso Ruço.
O camponês Ruço foi preso no início de 2003 e processado injustamente pela morte de um pistoleiro do latifundiário Antônio Martins dos Santos, conhecido como Galo Velho, um dos maiores grileiros de terras públicas da região. Seu processo foi um exemplo de como a “justiça” atua a serviço do latifúndio no estado. A juíza Fabíola Cristina Inocêncio Sarkis cometeu toda sorte de irregularidades, dentre as quais, o adiamento do julgamento de Ruço em setembro de 2006. Ela temia que o júri popular inocentasse Ruço, pois uma ampla campanha de nível nacional e internacional denunciando a farsa de sua condenação atingiu a população de Jaru. Panfletos, atos públicos, entrevistas em rádios, debates em salas de aula e inclusive uma Carta Aberta assinada por quase 500 entidades e personalidades democráticas de renome, esclareciam a verdade que era escondida pelos monopólios dos meios de comunicação.
Remarcado para abril de 2007, os movimentos, entidades e ativistas democráticos, dentre eles a professora Yara, se desdobraram para fazer nova campanha de propaganda. Novamente passaram em rádios, salas de aula, distribuíram panfletos e colaram cartazes pelas ruas de Jaru. Centenas de pessoas foram acompanharam o julgamento dentro e fora do Fórum e finalmente Ruço foi libertado.
As perseguições ao camponês Ruço, a sentença contra a professora Yara não nos surpreende mais. É a realidade da luta pela terra em Rondônia e em todo o Brasil. Justiça só existe para os latifundiários. Aos camponeses e seus apoiadores restam os despejos, criminalização e desmoralização, prisões, processos e o assassinato por pistoleiros.
Esta situação que tanto nos indigna, tem que nos mobilizar. Temos que ampliar a justa luta pela terra, sua divulgação e defesa pelos quatro cantos do país.

Pelo cancelamento imediato da sentença contra a professora Yara!
O povo quer terra, não repressão!
Morte ao latifúndio! Viva a Revolução Agrária!

Fonte: http://lutadeclasses.blogspot.com/2010/09/justica-do-latifundio-condena.html

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Da palavra para a imagem: Links eróticos no Caderno do Aluno da Secretaria de Educação-SP

TIRE AS CRIANÇAS DA SALA

NAMARIA SOMENTE PARA ADULTOS


Este seria um texto de ficção nos moldes do Marco Aurélio Mello? Sei não. Pode-se confirmar, negar é que não se pode.
Entonces
...

* Texto editado e corrigido, às 9:47, porque erramos uma informação sobre um dos links. O restante está correto. Lamento a falha e agradeço ao leitor do Nassif, Ernesto Camelo, que nos alertou a falta de um S no endereço.


Cena 1:
  • Vamos supor que determinados materiais didáticos amplamente entregues nas escolas públicas de São Paulo, pela Secretaria de Educação, estejam novamente com problemas, digamos... pornográficos.
  • Vamos supor que os tais materiais se encontrem nas apostilas intituladas Caderno do Aluno, já elencadas aqui.
  • Vamos supor que façam parte dos milhares de exemplares de Inglês.
  • Vamos supor que uma das atividades propostas seja o aluno entrar em determinado site para analisar e aprender o que é um jornal.
  • Vamos supor que ao entrar, o aluno, na verdade, caia numa tremenda página de cunho erótico, inapropriada, portanto, a uma sala de informática ou seja lá o que for dentro de uma escola.
  • Perceba que num circo uma fumaça sufocante está sendo sentida.

Cena 2:

  • Pano rápido. Vamos imaginar que deva estar ocorrendo um tremendo dum bafafá em um edifício da Avenida São Luiz, no centro de SP, e também na Praça da República, dois dos mais educados locais do Estado.
  • Pense em um circo, com plateia lotada, já tomado por um fogo selvagem.

Cena 3:
  • Qual site erótico é este indicado no Caderno do Aluno?
    O NaMaria News não publica nada de imoral, ilegal ou que engorde, embora na maioria dos textos da casa possa parecer que sim. Então é por sua conta e risco que entrará no recomendado www.newsonline.com e será remetido ao Naked News Anchors, um site onde as notícias são apresentadas por moças absolutamente desnudas feito Eva no Paraíso, antes da Serpente estragar a festa. Não temos nada a ver com isto.
  • Neste instante. Pense na tristeza, no desânimo, no desespero, no ódio do dono do circo.

Cena 4:

Taca fogo e mostra a tocha
  • Só para começar a comprovar que a indicação do jornalístico site erótico partiu mesmo da Secretaria da Educação de SP, a única informação on-line (por enquanto) está disponível em uma página da Diretoria de Ensino da Região de Bragança Paulista, que atende 60 escolas de ensino Fundamental e Médio, distribuídas em doze municípios. Precisamente é documento de sua Oficina Pedagógica. É coisa antiga. Nesta página, a coordenação de Inglês reproduziu uma lista padronizada que muita gente das escolas deve ter recebido e visto, retirada dos próprios materiais governamentais, com as dicas para atividades em todas as séries. A Diretoria de Ensino não inventou nada, não tem culpa. Está nas Sugestões de sites e filmes para o 2º bimestre/09, para a 1º série (antigo 1º colegial), conforme ilustração ao lado (clique para ampliar).

  • Como somos todos descrentes, o NaMaria News foi atrás de mais provas materiais.

    Portanto imagine aí que temos em mãos as tais apostilas de Inglês.
    E estamos apreciando a página 32 do caderno do Aluno Volume 2 para o 1º ano do Ensino Médio.
Nessa página temos o Learn More, onde estão as sugestões. Exatamente como citado no site da Oficina Pedagógica, acima. O último acesso declarado para a edição da apostila foi em 19/novembro/2009.



  • Por obra e graça de um demônio safado, eis que clicamos o play e somos enfiados nisto:




  • Quer dizer, o povo da Secretaria de Educação recomendou um site impróprio pensando que estava tudo em ordem. Não houve revisão posterior.




  • *OBS - No Volume 3 do Caderno do Aluno de Inglês, página 29 vem a sugestão de atividades para uso do site onlinenewspapers.com, este sim remetendo a lugar seguro.



Cena 5:
Quais as saídas possíveis para contornar a situação?
  • A primeira e mais utilizada pela SEE seria a retirada de circulação dessas milhares de apostilas. Mas como seria a logística e quanto custaria, uma vez que tudo isto já está nas mãos dos alunos há tempos?
  • A segunda seria fazer com que a Intragov - sistema de internet usado no Governo do Estado, que controla tudo e todos - criasse um impedimento de acesso, como já o faz com muitos sites? Mas daí o acesso só seria proibido nas tentativas feitas pelos IP's mantidos pela Intragov (escolas, repartições etc.). Nada impede que o aluno, o pai do aluno, você, o delegado de polícia e o diabo com internet em casa acesse a desgraça.
  • A terceira seria negociar com o atual dono do domínio internacional newsonline.com. Mas como seria essa negociação? Quanto custaria aos cofres públicos a remediação? Seria possível, além de viável? Não sejamos ingênuos, o site movimenta uma fortuna, é profissional, antigo (veja imagens abaixo). Quem, em sã consciência, iria passá-lo adiante só para ajudar uns paulistas desesperados com os próprios erros?

  • A quarta seria mandar imprimir tudo de novo, sem a podridão do site indicado desapercebidamente por uma dedicada equipe de profissionais, e entregar às escolas? A conta da reimpressão seria paga por quem?

  • A quinta seria simplesmente arrancar e estraçalhar numa picadeira as páginas malditas e deixar o resto como está, para ver como é que fica?

  • A sexta seria dizer que houve um lapso de digitação e o endereço do site saiu errado? Então qual seria o correto?

  • A sétima seria o Sr. Paulo Renato Costa Souza, da SEE-SP (e FDE), afirmar que abrirá uma sindicância feroz para apurar os culpados? Talvez os resultados saiam mais rápido que aquele mostrado na lateral esquerda deste humílimo blog.


Cena 6:
O circo tá que é só o pó

Mais alguma ideia, gente?
Convenhamos, apreciados leitores: se foi impossível recolher os exemplares daqueles outros "livrinhos pornôs" entregues às crianças (aquele "Banheira..." o outro "Memórias..."), imagine o que é recolher milhares e milhares de apostilas pagas a preço de ouro às gráficas amigas e eternamente vencedoras de licitações. Se deu o maior inferno as apostilas com os mapas errados com dois Paraguais e outros pepinos, imagina o que é fazer a criançada "esquecer" o que viu em sala de aula, a mando da Secretaria de Educação, que não confere endereços de sites antes de mandar publicar os materiais?

Para que tenha uma noção das metamorfoses do indicado News Online, por exemplo, siga este link e tenha toda paciência do universo. Agora, se à época da edição do Caderno do Aluno /Inglês, 2009, o site era realmente de notícias a figura é uma; os alunos podem ter tido bons exemplos. Se, depois, o domínio foi modificado e remeteram o conteúdo para a belezura que vemos hoje, a figura é tenebrosa. Simplesmente porque não houve acompanhamento dos sites sugeridos no material por parte da SEE-SP, FDE e demais envolvidos. Ninguém do site avisou a SEE e FDE que mudariam tudo? Que horror.

Mais uma vez a equipe pedagógica responsável pisou na bola. Esqueceram que a Internet é algo vivo, mutante, e links impressos podem levar a surpresas como essas.

Todo e qualquer remédio escolhido pela SEE-SP a partir de então será aquém de um paliativo. Nem por isso mais barato e, muito menos, eficaz.
O circo foi para o brejo. O palhaço está nu.

O NaMaria News agradece imensamente
uma fabulosa rede de mestres aracnídeos que
contribuiu para a existência desta denúncia.
No próximo capítulo uma pequena ciranda sobre os "responsáveis".

**NM às 21:08 - Mais uns links interessantes:
tudo o que levantamos aqui foi publicado no UOL Educação, às 18:35;
no Estadão Educação, às 20:14,
e
na Folha.Com Saber, às 20:21 .
Saiu também no R7, em 15/09, às 08:13;
está no Abril.Com, às 08:49.
Portanto a história toda procede.
Só não entendemos a parte do Ministério Público Federal ser envolvido no caso.
Falta só publicar na Veja - e sair no Jornal Nacional.


Ler mais:
http://namarianews.blogspot.com/2010/09/da-palavra-para-imagem-links-eroticos.html#ixzz0zypJU6J6

domingo, 12 de setembro de 2010

No governo FHC/Serra a empresa Decidir.com (da filha do Sr. Serra) abriu o sigilo bancário de 60 milhões de brasileiros.

A filha do Serra, uma especialista em violação

A revista CartaCapital que está nas bancas traz reportagem de Leandro Fortes que vai calar o Zé Baixaria e seus auto-falantes do PiG (*).

Por 15 dias no ano de 2001, no governo FHC/Serra a empresa Decidir.com abriu o sigilo bancário de 60 milhões de brasileiros.
É isso mesmo o que o amigo navegante leu: a filha de Serra abriu o sigilo bancário de 60 milhões de brasileiros por 15 dias durante o governo FHC/Serra.
A Decidir.com é o resultado da sociedade, em Miami, da filha de Serra com a irmã de Daniel Dantas.
Veja aqui a prova da associação com documentos do Estado da Flórida, nos Estados Unidos.
O primeiro “plano de negócios” da empresa era assessorar licitações públicas.
Imagine, amigo navegante, assessorar concorrências !
A certa altura, em 2001, a empresa resolveu ser uma concorrente da Serasa.
Fez um acordo com o Banco do Brasil e através disso conseguiu abrir sigilos bancários.
O notável empreendimento de Miami conseguiu também a proeza de abrir e divulgar a lista negra do Banco Central.
O intrépido jornalismo da Folha (**) fez uma reportagem sobre o assunto, mas motivos que este ordinário blogueiro não consegue imaginar, omitiu o nome da empresa responsável pelo crime.
A Folha (**) divulgou ela própria o sigilo de autoridades que passaram cheques sem fundo.
O então presidente da Câmara, Michel Temer, oficiou o Banco Central.
E, a partir daí, operou-se um tucânico abafa.
O Banco Central não fez nada.
A Polícia Federal não fez nada.
O Ministério da Fazenda não fez nada.
O Procurador Geral da República não fez nada.
Faltava pouco para a eleição presidencial de 2002, quando José Serra tomou a surra de 61% a 39%.
A filha dele largou a empresa, provavelmente em nome dos mais altos princípios da Moral.
Mino Carta tem a propriedade de publicar reportagens que equivalem a tiro de misericórdia.
Quando dirigia a revista IstoÉ, publicou a entrevista do motorista que implodiu o governo Collor.
Agora, ele e Leandro, processados por Gilmar Dantas (***), dão o tiro de misericórdia na hipocrisia dos tucanos paulistas.
A partir desta edição da CartaCapital, a expressão “violar o sigilo” passa a ser uma ofensa à memória dos brasileiros.
Fonte: http://www.conversaafiada.com.br

Veja como isso é possível

Eles podem tudo e mais um pouco.
Em razão de algumas mensagens que recebemos é conveniente (re)esclarecer resumidamente.
  • 15/0355/09/04 - Editora Abril S/A - Aquisição de 5.449 assinaturas da Revista Veja, 51 Edições, destinados às escolas da Rede Estadual de Ensino - Prazo: 364 dias - Data de Assinatura: 18/05/2009
    - Valor: R$ 1.167.175,80
  • 15/00547/10/04 - Editora Abril S/A - Aquisição de 5.200 assinaturas da Revista Veja20/05/2010
    - Valor: R$ 1.202.968,00
    destinada as escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado São de Paulo - CEI e COGSP - Projeto Sala de Leitura - Prazo: 365 dias - Data de Assinatura:
TOTAL (parcial) = R$ 2.370.143,80
Estas são só duas compras da Veja e apenas da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, através da Fundação para o Desenvolvimento da Educação - FDE - em ato ratificado pelo seu Presidente, Sr. Bonini.
Outras compras à Editora Abril e congêneres, eternamente sem licitação, porque não há revistas similares no mercado (como a Carta Capital, por exemplo), então não é necessárioaqui e aqui.
Não esqueça que a Prefeitura de SP e outras também são assíduas compradoras dos mesmos materiais, há séculos. Vide, por exemplo, o caso de Santana do Parnaíba. O município recentemente comprou parcos R$ 23.855,00, não se sabe em quantas assinaturas e nem para quem. Mas sabe-se que foi sem licitação, nos mesmos moldes e SP.
Note bem que a capa da Veja com o sorridente Sr. Serra é de 14 de abril de 2010. E a segunda compra da Veja foi assinada pela FDE em 20 de maio do mesmo ano.
Tudo puríssima coincidência.


Fonte: http://namarianews.blogspot.com/2010/09/veja-como-isso-e-possivel.html
licitar, podem ser admiradas