Após
quase duas semanas da divulgação pela Secretaria Estadual de Educação
do Estado de São Paulo (SEE-SP) do plano de “Reorganização Escolar”, já
começam a ficar mais claras as reais intenções do governo estadual. Boa
parte já havíamos apontado em artigo anterior sobre essa questão se
concretiza
- Fechamento de escolas: Como a própria SEE-SP informou “A reorganização poderá levar até ao fechamento de algumas unidades [...] “(1) Essa
“Reorganização escolar” representa um profundo ataque a professores,
estudantes e pais. Ao afirmar falaciosamente que necessita adequar uma
rede projetada para 6 milhões de estudantes, mas que “só” tem 4 milhões,
a SEE-SP está tentando justificar o fechamento de centenas de escolas
em todo o Estado. Como podem afirmar tal coisa se a maioria das salas na
rede estadual são superlotadas, só podendo ser abertas com 40 alunos em
lista? Não sobram, faltam escolas. Afinal, se o máximo permitido fosse
de 25 alunos por sala, o que começaria a viabilizar as aulas, os
“espaços ociosos” se tornariam, ao contrário, insuficientes.
- Superlotação das escolas que continuam existindo:
Mesmo as escolas que não serão fechadas sofrerão com esse processo.
Imaginem uma escola com 10 salas, 40 alunos por sala, que funcione em 2
períodos (manhã e tarde). Isso significa 800 alunos e entre 10 e 20
professores. Após a escola fechar, para onde vão esses alunos? Para a
escola mais próxima de sua residência num raio de 1,5km. E os
professores? Mesma situação. O que ocorre então com as escolas que não
fecham? Superlotação de salas.
- Professores efetivos “adidos”: para os professores
existe ainda outro problema. Fecham-se as escolas, diminui o número de
aulas disponíveis e aumenta a probabilidade, em especial para os
professores que recentemente ingressaram, de ficarem “adidos” (quando o
professor não tem à sua disposição o número mínimo de aulas para cumprir
sua jornada). Imagine um Professor de Sociologia que ingressou no
último concurso (2013-2014), tendo assim pontuação baixa na atribuição,
mas ainda conseguindo pegar aulas em sua escola sede. Porém, como
fecharam a escola vizinha, outro professor mais velho, com altíssima
pontuação vem e toma seu lugar. Esse professor terá que atribuir, agora,
aula, quando existir essa possibilidade, na Diretoria de Ensino sendo
obrigado a lecionar em 3, 4 escolas para cumprir sua jornada mínima. Se
as aulas não estiverem disponíveis, o professor receberá basicamente um
salário mínimo, tendo que cumprir permanência de 10 aulas semanais.
- Professores categoria F exonerados: as Diretorias
de Ensino estão sendo claras. Com o alto número de professores efetivos
que ficarão adidos em 2016, muitos professores “estáveis” (ou o chamado
categoria F) terão que atribuir aulas independente da distância, mesmo
em outras diretorias de ensino. Caso se recusassem, serão exonerados.
- Municipalização das escolas estaduais: separando
as escolas por ciclos, o que não tem nada a ver com “melhora da
aprendizagem”, o estado só quer se livrar do ônus que é a educação para o
orçamento do estado, desconsiderando o impacto que isso terá na vida de
professores, pais e alunos, jogando a responsabilidade para os
municipios que tem um orçamento menor.
- Servidores técnico-administrativos e trabalhadores terceirizados demitidos:
realocação de funcionários para “onde existir espaço”, demissão dos
trabalhadores e trabalhadoras terceirizadas das escolas fechadas.
A verdadeira intenção de Alckmin é só uma: CORTE DE CUSTOS. É o
ajuste fiscal do PSDB querendo que a classe trabalhadora, que depende da
escola pública, seja prejudicada em prol da manutenção dos privilégios
das classes dominantes. Porém, professores, pais e estudantes estão em
mobilização intensa em quase 20 cidades em todo o estado.
Professores e alunos tomam as ruas contra esse novo ataque
Tupã
Milhares de professores, pais e estudantes tomam as ruas do estado de
São Paulo contra o ajuste fiscal do governo Alckmin na educação.
Em Tupã-SP 300 alunos e professores se manifestaram contra o fechamento da escola Lélio Toledo Piza e Anísio Carneiro:
Guarulhos
Ibitinga
Em Ibitinga-SP cerca de 1 mil professores e alunos protestaram na
manhã do dia 2/10/2015 contra a reestruturação na rede estadual e o
fechamento da escola estadual Iracema de Oliveira Carlos:
Em muitas outras localidades segue a mobilização da classe
trabalhadora contra esse novo e mais forte ataque do governo tucano
contra a educação Pública.
Jaú
Hortolândia
Presidente Prudente
Fonte: Hortolândia
Leme
- Protesto contra a reestruturação em Leme – SP:
São Paulo Capital - Zona Leste
Ribeirão Preto
Osasco
Agudos
Poá
- Protesto contra a reestruturação em Poá – SP e contra o fechamento de uma escola:
Catanduva
Martinópolis
Rancharia
Itapetininga
- Protesto contra a reestruturação em Itapetininga-SP:
São José dos Campos
- Protesto contra a reestruturação em São José dos Campos – SP, ver vídeo no link: https://www.facebook.com/maria.i.noronha.5/videos/10200814908252344/
Santos
- Protesto contra a reestruturação e contra o fechamento do Colégio Cleóbulo em Santos-SP, ver vídeo no link: https://www.youtube.com/watch?v=jWuX5f7ffWw&feature=youtu.be
Araçatuba
- Protesto contra a reestruturação em Araçatuba-SP e Votuporanga – SP, ver vídeo no link: http://g1.globo.com/sao-paulo/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/tem-noticias-1edicao/videos/t/edicoes/v/estudantes-do-noroeste-paulista-fazem-protesto-contra-mudancas-anunciadas-pelo-governo/4510438/
Fonte: http://www.marxismo.org.br
Fonte: http://www.marxismo.org.br
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