domingo, 3 de setembro de 2017

Parque Estadual Serra do Mar - Expedição Caminho do Mar



Como Chegar: AQUI

http://www.parqueestadualserradomar.sp.gov.br/nucleos/caminhos-do-mar/sobre/

   O Parque Estadual Serra do Mar é uma Unidade de Conservação de proteção integral instituído por Decreto Estadual (nº10251/77) e pela Lei Federal nº 9985/2000, que rege o Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Foi criado com a finalidade de assegurar a integral proteção à flora, à fauna, às belezas naturais, bem como apresenta para garantir em seu Plano de Manejo que algumas de suas áreas sejam destinadas ao atendimento de objetivos educacionais, recreativos e científicos que integrem através do uso publico a sociedade. 
   Na área do Caminhos do Mar, a formação vegetal é composta por Floresta Ombrófila Densa que inclui parcela da planície de transição entre o ecossistema de restinga e as matas de encosta já no maciço da Serra. São presentes espécies da Flora e Fauna ameaçada de extinção, bem como incluem áreas de preservação permanente através de suas nascentes, cachoeiras e cursos hídricos que servem a Baixada Santista.
   O Parque Caminhos do Mar recebe 200 visitantes por domingo, que fazem o trajeto de 9 km para conhecer prédios históricos, a exuberância da mata atlântica e um pouco sobre a história do local.
    No Caminho do Mar, história e geografia caminham juntas, ao mesmo tempo em que apreciamos os monumentos como o Rancho da Maioridade e trilhas-estradas como a Calçada do Lorena; analisamos a paisagem da Mata Atlântica e as suas escarpas envoltas de inúmeros precipícios e cursos de água e uma grande diversidade de formações vegetais. Vemos também a relação homem e natureza; como as refinarias petroquímicas de Cubatão, a Usina Henry Borden, ambas encravadas no sopé da Serra do Mar.  
   Para visitar o Parque Caminhos do Mar, você pode ir tanto por São Bernardo do Campo como por Cubatão.  Se você preferir poderá ir e voltar, mas o trajeto é bem cansativo. 
Nosso grupo preferiu fazer o trajeto de descida. Alugamos um ônibus que nos deixou no ponto inicial da descida e que iria nos buscar no final do percurso. 


Iniciamos nossa Caminhada! 



Ao fundo o reservatório Rio das Pedras cujas águas movem a usina hidrelétrica  Henry Borden. 





   Desse ponto caminhamos pela rodovia até o primeiro ponto de parada, na Casa de Visitas do Alto da  Serra, que era usada para hospedar visitantes que vinham conhecer as obras do Alto da Serra e da Usina de Cubatão (Usina Henry Borden) e hoje funciona como centro de visitantes e abriga uma exposição.
     
    Cabe salientar que o percurso é todo por via asfaltada e são 9 km, para os mais preparados fisicamente, a ida e volta é uma opção







     O roteiro está pontuado por vários casarões históricos datados de 1922, centenário da independência do Brasil, em bom estado de conservação. O Pouso de Paranapiacaba era um antigo ponto de parada de carros durante a viagem de Santos a São Paulo, Paranapiacaba, em tupi, significa “local de onde se vê o mar”.  Nas paredes, azulejos brasileiros e um painel com o mapa rodoviário do estado de São Paulo.








     À medida que vamos descendo, conseguimos avistar a rodovia dos Imigrantes e depois as cidades da Baixada Santista e Cubatão. 


A impressão que temos nesse ponto é que vamos cair no "abismo"! 





A cada curva uma surpresa. Logo abaixo as cidades da Baixada Santista e Cubatão. Lá embaixo é possível avistar as grandes estruturas da Petrobras.

A Usina  Henry Borden


    O complexo Henry Borden, localizado no sopé da Serra do Mar, em Cubatão, é composto por duas usinas de alta queda (720 m), denominadas de Externa e Subterrânea, com 14 grupos de geradores acionados por turbinas Pelton, perfazendo uma capacidade instalada de 889MW, para uma vazão de 157m 3 /s. Desde outubro de 1992, a operação desse sistema vem atendendo às condições estabelecidas na Resolução Conjunta SMA/SES 03/92, de 04/10/92, atualizada pela Resolução SMA-SSE-02, de 19/02/2010, que só permite o bombeamento das águas do Rio Pinheiros para o Reservatório Billings para controle de cheias, reduzindo em 75% aproximadamente a energia produzida em Henry Borden. 




   A mais antiga das usinas possui oito condutos forçados externos e uma casa de força convencional. A primeira unidade foi inaugurada em 1926, as demais instaladas até 1950, num total de oito grupo geradores, com capacidade instalada de 469MW. 

Cada gerador é movido por duas turbinas tipo Pelton, acionadas pelas águas conduzidas do Reservatório do Rio das Pedras que atingem a Casa de Válvulas onde, após passarem por duas válvulas borboletas através de condutos forçados, descem a encosta atingindo as suas respectivas turbinas, perfazendo uma distância de aproximadamente 1.500 m. 

 Usina é composta de seis grupos geradores, instalados no interior do maciço rochoso da Serra do Mar, em uma caverna de 120 m de comprimento, 21 m de largura e 39 m de altura, cuja capacidade instalada é de 420MW.

O primeiro grupo gerador entrou em operação em 1956. Cada gerador é movido por uma turbina Pelton acionada por quatro jatos d'água.



   Fizemos uma parada também no belvedere circular, um mirante feito em alvenaria de pedras e tijolos de formato circular, de onde se podia avistar o litoral, mas hoje só se avista a mata.  





Calçada do Lorena
  Construída no final do século XVIII, foi a primeira ligação pavimentada entre São Paulo e o litoral paulista, sendo construída por rochas escolhidas e trabalhadas a mão. Era utilizada principalmente para transporte de produtos, mas também fez parte da história de todo o país, pois Dom Pedro I, em setembro de 1822, subiu a calçada do Lorena sentido São Paulo, Planalto, para proclamar a independência do Brasil.
   Em 1790 iniciou-se uma nova via, calçada de pedras, por determinação do governador da capitania de São Paulo, Bernardo José Maria de Lorena. As obras ficaram a cargo do Brigadeiro João da Costa Ferreira, engenheiro da Real Academia Militar de Lisboa. Concluída em 1792, estendia-se por 50 km, reduzindo em cerca de 20% o percurso entre Santos e São Paulo de Piratininga.
É considerada uma das maiores obras da engenharia na colônia, à época, uma vez que transpor os mais de 700 metros de desnível representados pela serra do Mar, numa região de mata densa e altos índices pluviométricos, foi um desafio que, para ser vencido, exigiu de seus construtores a adoção de técnicas ainda inéditas na Capitania de São Paulo. A pedra foi utilizada na pavimentação, na construção de muros de arrimo e de proteção junto aos despenhadeiros e nos canais pluviais da Calçada. Nas curvas do trecho de serra, caixas de dissipação desviavam para fora da via as águas conduzidas pelos canais pluviais.
   Menos íngreme, foi a primeira via a possibilitar o trânsito de tropas de muares, consumindo apenas dois dias na subida.
Uma das mais importantes viagens realizadas por essa via ocorreu em 1822, uma vez que por ela, o Príncipe-Regente D. Pedro subiu a serra em direção a São Paulo, vindo a proclamar, a 7 de setembro, a Independência do Brasil.
Os remanescentes da calçada encontram-se preservados e abertos à visitação turística no trecho que se estende do seu início, no planalto, até ao seu terceiro encontro com a Rodovia Caminho do Mar.
No governo de Washington Luís (1926-1930) foi recuperada a Estrada do Mar e construído o Belvedere e o Padrão do Lorena, em homenagem ao construtor da Calçada, que na época em que foi construída, era uma das mais modernas estradas do mundo.




   Passamos também pelo  Rancho da Maioridade, que servia como ponto de descanso e reabastecimento durante a viagem entre São Paulo e Santos.  Nesse  ponto havia uma estrada chamada Maioridade, construída entre 1841 e 1846, onde o transporte de cargas era feito por mulas. 
   A chamada Estrada da Maioridade constituiu-se numa variante do chamado Caminho do Mar, que unia a baixada Santista ao planalto, no atual estado de São Paulo, no Brasil.
   O antigo caminho, já transformado na Calçada do Lorena, com o passar dos anos, conheceu sensível aumento no trânsito, exigindo melhoramentos, inclusive em seu traçado. O governador Daniel Pedro Muller solicitou a ajuda do major engenheiro João Bloem, que trouxe 200 pessoas da Alemanha para ajudar na construção, inclusive Carlos Abraão Bresser. Esses trabalhos foram concluídos em 1841 tendo o novo traçado recebido o nome de Estrada da Maioridade, em homenagem à maioridade antecipada do Imperador Dom Pedro II (1840-1889).






A próxima parada é o Padrão do Lorena, que possui um lindo painel de azulejos com cenas do século 18 com tropeiros e mulas carregando mercadorias. O memorial foi construído em homenagem a Bernardo José Maria de Lorena, governador-geral da extinta Capitania de São Paulo.











Em frente ao Padrão do Lorena é possível observar o tipo de pavimentação que foi colocada na Rodovia naquela época. Era o conhecido pavimento MACADAME. 


   Macadame
 (do inglês Macadam) é um tipo de pavimento para estradas desenvolvido pelo engenheiro escocês John Loudon McAdam, circa 1820. O processo recebeu o nome de Macadam em homenagem ao seu criador McAdam. 
Consiste em assentar três camadas de pedras postas numa fundação com valas laterais para enxugo da água da chuva. As duas primeiras camadas, a uma profundidade de aproximadamente 20 cm, recebem brita de tamanho máximo 7,5 cm. A terceira camada é feita com 2 camadas de 5 cm, cheias de pedra de tamanho máximo de 2,5 cm. Cada camada é calçada com um rolo pesado (um cilindro), fazendo com que as pedras se acamem umas nas outras. Este assentamento de sucessivas camadas de pedra gradualmente menor, de modo que as pedras maiores sirvam de base sólida e levando a que o cascalho fino nivele o solo, é conhecido como macadam water-bound. Embora este método requeira intensa mão-de-obra, resulta num pavimento forte e enxuto.




Chegamos no final da Caminhada! 
Saiba mais sobre a Estrada do Lorena aqui

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