A
Câmara Federal aprovou o PNE- Plano Nacional de Educação (texto
anexado) que ainda passará pelo senado, mas a proposta não atende à
reivindicação dos estudantes e trabalhadores da educação que fizeram
mobilizações e campanhas pela aplicação de 10% do PIB já, pois só assim
será possível começar a mudar a situação caótica da Educação no Brasil.
Porém o texto aprovado prevê os
10% fatiado em 10 anos, sendo 7% nos 5 primeiros anos e o restante nos
outros 5 anos. Isso demonstra a falta de compromisso do Governo Dilma
com a
Educação, que secundariza uma das principais necessidades apontadas
pela população e que só é prioridade nas promessas mentirosas dos
candidatos da burguesia nas campanhas eleitorais e daqueles que,
enquanto governo, tal como o PT defendem seus interesses, privilegiando
os empresários do ensino privado ao destinar verbas públicas para
garantir o lucro desses senhores. Ao mesmo tempo corta verbas para a
educação pública, contribuindo assim com a má qualidade do ensino
oferecido às crianças e jovens, filhos de milhões de trabalhadores que
são os responsáveis pela produção das riquezas do país e
consequentemente do próprio PIB (Produto Interno Bruto).
O PNE também prevê que neste decênio 50% das escolas públicas passem a funcionar em período integral.
A escola de período integral sempre foi uma
reivindicação dos trabalhadores, tanto pela necessidade daqueles que
passam a maior parte do tempo no seus locais de trabalho, como para
garantir uma educação de qualidade e na totalidade para seus filhos,
acompanhada por profissionais especializados. Para garantir a
permanência de crianças e jovens dentro de um prédio escolar por tempo
integral é necessário uma estrutura adequada que ofereça opções de
cultura, lazer, esporte e outras de acordo com as necessidades dos
alunos, com as necessidades locais e de cada região do país, além de
funcionários especializados e em número suficiente para atender a
demanda requerida. Porém a proposta do PNE não garante nada disso,
apenas prevê que 50% das escolas públicas passem a funcionar em tempo
integral. Ou seja, a proposta do Governo Federal é a mesma que o governo
do PSDB já está implementando aqui no estado de São Paulo
e que já se mostrou inviável, pois não ha condições para a permanência
dos estudantes em tempo integral nas escolas com a estrutura atual. Isto
só transforma a escola em depósito de crianças ou em um local de
encarceramento de jovens, o que é totalmente antipedagógico e só afasta
as crianças e jovens da escola.
Não
há nenhum compromisso dos governos nem do PT, nem do PSDB com a
juventude e a Educação, ambos aplicam a mesma política neoliberal que
privilegia os ricos e em contrapartida explora cada vez mais os
trabalhadores e retira seus direitos.. Basta observar o tratamento do
Governo Federal do PT para com os profissionais das universidades
federais, através do seu ministro da Educação Aloísio Mercadante que do
alto de sua arrogância mantém uma postura de intransigência absoluta,
sem atender as reivindicações dos trabalhadores
que estão em greve em mais de 50 universidades
A
CUT é hoje a central chapa branca, braço direito do governo no seio de
nossa classe que freia as lutas e garante a aplicação das políticas
neoliberais que retiram direitos e atacam os trabalhadores e a UNE e a
UBEs, ligadas ao PC do B, cumprem esse mesmo papel traidor no movimento
estudantil, por isso estão batendo palmas pela aprovação do PNE do
governo Federal.
Por
isso é necessário que as lutas dos trabalhadores, em defesa de seus
direitos, sejam cada vez mais unificadas para enfrentar os governos,
quer seja o federal ou o estadual, pois ambos rezam na mesma cartilha do
neoliberalismo, inimigo dos trabalhadores que aprofunda a exploração de
quem trabalha e aumenta a miséria e suas consequências nefastas
sobre as populações pobres do mundo todo.
Por Fátima Fernandes - Diretora Estadual Executiva- APEOESP - OPOSIÇÃO ALTERNATIVA
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