quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Autoritarismo na escola através da imposição do currículo e pela culpabilização dos professores



Professores vejam essa matéria ridícula que foi publicada no sitio do CPP.

Um idiota que escreve para o Jornal Folha de São Paulo, que se diz "expert" em educação, culpa os professores pela falência da educação pública. O sujeito, tem a "cara de pau" de defender até a demissão de professores caso não os alunos não consigam superar as metas dos governos.
É uma matéria ridícula! É inaceitável culpar os professores pela falência da Educação  pública. Na visão míope do missivista  os currículos devem “ ser  rígidos”  só assim vamos  “ver o sucesso dos alunos em matemática” se não aprendem a culpa é unicamente dos “malditos professores”. O que fazer? Na visão do idiota , os governos devem  ferrar os professores, primeiro avaliação com metas atreladas ao  salário (lembrei do bônus que nunca ganhamos) e se não melhorar os governos devem demitir os "incompetentes". 
Seria cômico se não fosse trágico...
Absurdo! Será que esse sujeito visitou uma escola pública?  Ou trabalha para os empresários da educação?  A segunda opção é mais viável! 
Não é necessário entrar na discussão da autonomia escolar na construção do currículo (garantido na LDB) , que já desconstrói essa ideia de currículo "engessado", defendido pela "tal" Claudia Costin  ( que já trabalhou na Veja e defende publicamente a privatização da educação).
Não se aprende no ensino  público porque nossas escolas estão sucateadas, as salas de aula estão superlotadas, não há materiais de trabalho, muitos colegas estão com salários precarizados (categoria “O”) e com carga horária excessiva , não há investimento tecnológico nas escolas (falta computadores, projetores) entre outras mazelas.
Nós professores não estamos "fugindo  das cobranças"  como quer "convencer" ou "enganar" o missivista. Queremos condições dignas de trabalho e  estrutura decente  para construir o conhecimento juntamente com nossos alunos. Queremos um plano de carreira que incentive o professor a planejar melhor suas aulas e não “se  matar” de trabalhar. Queremos formação continuada nas universidades públicas , queremos trabalhar com as novas tecnologias da educação mas para isso exigimos, no mínimo salas de informática com internet nas escolas. Queremos sim, organizar democraticamente a escola, e não ser apenas serviçais  de governos incompetentes, como aqui em São Paulo, que não tem preocupação com o educação de qualidade para os filhos da classe trabalhadora.  Queremos ser responsáveis, juntamente com os pais e alunos pelo direcionamento das verbas (grana) da escola e não ser telespectadores da malversação do dinheiro público. Queremos Conselhos de Escola participativos na construção do currículo, que não deve ser engessado nacionalmente. Queremos Grêmios Estudantis livres para nos auxiliar na organização escolar, como também para construir  ideais democráticos  em busca de uma sociedade menos excludente.



Fica aqui um outro questionamento: Como uma Associação  de Professores (CPP)  pode publicar essa "apologia a barbárie" em seu sitio?
Vamos a matéria - publicada em

TUTELAR NOSSOS PROFESSORES - POR RICARDO MIOTO

Você vai comer fora. Pede frango e batata frita, simples. Vêm um bife carbonizado e três solitárias e sofridas batatas murchas. 
Você reclama. Surge o cozinheiro: "O propósito da gastronomia não é o conteudismo de cardápio! Vocè é um adestrador a limitar minha autonomia, um autoritário da gastronomia de resultados. Quero é bem-estar".
Inimaginável, mas troque gastronomia por educação e cardápio por currículo e eis o teor de texto recente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação na Folha e de abaixo-assinado de pedagogos de universidades públicas.
Usando a "felicidade na escola" para fugir das cobranças, eles são fortes. O abaixo-assinado vetou a nomeação, no MEC, de uma "autoritária do conteúdo". Barram ainda um currículo nacional. Ementas mínimas obrigatórias oprimem a liberdade docente.
Mas tal autonomia falhou. Em matemática, 88% dos alunos de 15 anos não entendem gráficos (de 65 países, somos o 57o; em língua e ciências, 53o). Só servimos gororoba. São urgentes currículos rígidos (em boas escolas pagas, até ditam cada aula), avaliação, salário atrelado a metas (e bom, sim, se batidas) e mesmo jeitos de demitir.
O desprezo ao conteúdo surge cedo. Veja o curso de pedagogia da USP. Só uma matéria obrigatória de ensino da matemática, mas quatro de filosofia e sociologia da educação - e uma "A constituição da subjetividade".
Há emendas cheias de "mercantilização do ensino" e de "democracia escolar" - lei do menor esforço via autogestão. E a fundamental optativa "Indústria cultural e hip-hop: reflexão sobre cultura de massa, música de contestação e acesso ao masculino".
Nossa produtividade é baixa. Consumo e crédito não vão dar fim ao atraso histórico. Certo, a leite no poder preferiu queimar café a educar a criadagem. Intelectuais não ajudaram. Até Gilberto Freyre, que não era dos piores, defendeu, já em 1980, temos analfabetos. Achava-os espontâneos.
Mas, se enfim há universalização, agora o mal é corporativismo.
Ponto de Vista de Ricardo Mioto, articulista da Folha de S.Paulo - publicação desta quinta-feira (27/12).

Veja também nossa programa para a escola pública: 

http://educaorgpelabase.blogspot.com.br/2012/08/nossas-propostas-para-uma-educacao.html

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