sábado, 11 de janeiro de 2014

Por que sou comunista?




Autoria: Rafael Benedito de Souza (# Rafael #)

Talvez o certo seria explicar primeiramente o que é o comunismo. Um conhecimento superficial e elitizado sobre o tema pode gerar impressões muito erradas. Hoje, o conhecimento que se tem sobre comunismo e socialismo é trazido pela mídia de forma incompleta, tendenciosa e até mesmo falsa. 

O comunismo é associado a ditaduras, falta de liberdade, opressão, massacres e insatisfação popular. Mas o que a mídia não diz é: Quais foram as pessoas que elaboraram a teoria comunista. Porque foi criado o comunismo? O que o comunismo defende?

Primeiramente não se pode entender o comunismo se não se entender o capitalismo. E o capitalismo não se torna difícil de se entender, já que vivemos em uma sociedade capitalista. O capitalismo é o atual sistema econômico vigente e que afeta todo o restante da nossa sociedade, nos aspectos da política, cultura e mentalidade. 

Se vemos hoje crianças pedindo dinheiro nas ruas, roubos, corrupção, exploração, fome e guerras pode ter certeza de que a causa está no capitalismo. Isso se da porque os recursos naturais e os meios de produção estão nas mãos de poucos. Para explicar isso, vou usar um personagem fictício chamado John. John é dono de diversas terras. John utiliza essas terras para plantar arroz. Para isso, contrata trabalhadores como eu e você para trabalharmos nessas terras em troca de um salário. Com a venda desse arroz, John paga os salários dos trabalhadores que não possuem terras e nem meios próprios para sobreviver. Por isso são obrigados a vender sua força de trabalho. Enquanto isso, John que não plantou e não trabalhou, sobrevive do trabalho alheio. Na verdade, ele não somente sobrevive, mas enriquece: John compra apartamentos, carros, iates. E o trabalhador cada vez mais tem de lutar por sua sobrevivência tornada miserável pelo capitalismo.

O que esses trabalhadores que plantam nas terras de John não percebem, é que a terra não é de John. A terra pertence a todos. A terra é um produto da natureza. Então, quem deu autoridade para John dizer que alguma parte da natureza que deveria beneficiar a todos é somente dele?

O que seria muito mais proveitoso para, não só esses trabalhadores, mas para toda a humanidade é que o fruto do trabalho coletivo beneficie não somente os interesses de só uma pessoa, mas sim a todos. 
Porque os tênis produzidos pela fábrica da Nike tem de ficar somente na posse do suposto dono da industria? Não seria mais justo que todo o lucro da fábrica fosse repassado a todos os que produziram?
Assim, com o capitalismo permitindo que algumas poucas pessoas sejam donas da produção dos bens materiais produzidos é gerada a pobreza e a desigualdade. 



Origem dos Problemas Sociais

Desde pequenos somos influenciados pela mídia, pela escola, pelos nossos pais a aceitar essa sociedade. Nos mandam a escola não para termos ética e vivermos bem em sociedade. A escola na sociedade capitalista tem o objetivo de nos preparar para o mercado de trabalho unicamente. Tiram de nós nossa consciência e nos transformam em robôs. A única lógica é: arrumar emprego, trabalhar, ganhar muito dinheiro e consumir! Sim, hoje nossa existência é medida pelo quanto consumimos. Se temos muito dinheiro e bens materiais significa, para a sociedade capitalista, que vencemos na vida. 
Para isso, para trabalharmos, temos que competir brutalmente uns com os outros. Aqueles que não conseguem trabalho ficam a mercê de sua própria sorte (ou azar).

Esse é o mundo criado pelo capitalismo, bombardeado nas nossas mentes desde a infância. Sobre isso, a propaganda no capitalismo tem um efeito fantástico. Assim, surge o crime. E objetivo dos criminosos, tanto mafiosos quanto de bandidos das favelas do Rio de Janeiro é se integrar a sociedade capitalista, mas a força! Eles querem ter aquilo que a sociedade capitalista, mas a força. Eles querem ter aquilo que a sociedade capitalista diz que é importante para ser alguém: MUITO DINHEIRO! Mas como o próprio capitalismo não dá oportunidade para estes obter dinheiro pelo meio comum, então recorrem a meios como o crime organizado, seqüestros, assaltos, tráfico de drogas e rede de prostituição, seja esta infantil ou não. 

Desta forma são criados os problemas sociais. Amor e solidariedade deixam de existir para dar lugar somente a uma regra: o individualismo. A sociedade se arma com medo. Porém, o único meio de se resolver esses problemas sociais é um: O FIM DO SISTEMA CAPITALISTA!

Outros Problemas do capitalismo

Muitas pessoas tem esperança de que o Brasil seja uma nação “avançada”, “desenvolvida” como países da Europa Ocidental ou do próprio Estados unidos da América. Porém, o que essas pessoas não sabem é que para um país ser rico, outros tem de ser pobres. Países ricos apóiam sua riqueza em países da África, Ásia e América latina. Tais coisas tem início desde o século XV e XVI com as expansões marítimas e o imperialismo iniciado no século XIX. Riqueza e “alegria” de alguns significava miséria e infelicidade de muitos. 




Esse imperialismo iniciado no século XIX não demorou para gerar no início do século XX a primeira guerra mundial. Assim, nações se enfrentavam, pessoas morriam, famílias eram destruídas por causa de uma disputa louca por territórios. A guerra, até hoje tem esse sentido. Ela é fruto do imperialismo. 

Isso ocorre porque o capitalismo não se preocupa com valores éticos. O capitalismo não tem ética e não está fundamentado em valores morais. O capitalismo foi resultado do individualismo e interesse próprio. 

O capitalismo não segue leis. As leis do capitalismo se resumem ao caos. Não compre demais senão teremos inflação(caos). Não compre de menos se não teremos uma crise econômica (caos). E cuidado, mesmo seguindo todos esses conselhos poderá tudo virar um caos a qualquer momento. O aquecimento global é um exemplo desse caos e individualismo que se quer se preocupa com as gerações futuras. 

Dessa forma, surge a teoria comunista/ socialista em oposição a tudo isso. Muitos usam comunismo e socialismo como teorias e sistemas diferentes. Porém, acredito nessas duas palavras como sinônimos e os usarei aqui dessa forma. 




O socialismo surge ainda em fins do século XVIII com teóricos como Sant-Simon, Fourier, Robert Owen e outros. Estes são chamados de socialistas utópicos. Acreditavam que a sociedade capitalista terminaria quando os burgueses donos das indústrias percebessem as péssias condições de trabalho da vida nas quais estavam submetidos os seus empregados e passassem a tratar-lhes mais dignamente. Tal tipo de socialismo colocava os agentes para a mudança da sociedade não os trabalhadores, mas sim os industriais, a própria classe dominante. 

Karl Marx e Friedrich Engels trataram de organizar e dar um melhor direcionamento a teoria do socialismo. Segundo eles, seria a classe trabalhadora a responsável por sua própria libertação. Os trabalhadores se revoltariam e guiariam uma revolução contra o sistema capitalista. No socialismo científico de Karl Marx, também chamado de marxismo, o Governo (Estado) seria a verdadeira representação dos trabalhadores, diferente da sociedade capitalista onde o Estado representa as classes dominantes. 

Nesse governo socialista, os governantes, compostos por trabalhadores, se encarregam de tirar todos os meios de produção das mãos da burguesia e passar-lhes para as mãos dos próprios operários. Assim, os trabalhadores seriam os donos daquilo que produzem. Com isso, acabaria a competição entre as empresas. As empresas teriam em vista o bem de toda a sociedade e não o lucro. Dessa forma, com essa mudança de objetivo, haveria uma redução drástica das desigualdades sociais. As pessoas deixariam de viver como inimigas e passariam a viver como uma família, cada um ajudando o outro. O ser seria educado, não para a competição e vida individual, mas sim para viver e trabalhar pensando no bem coletivo. 

Sou comunista justamente por não concordar com essa sociedade de exploração e competição, visando unicamente o bem estar próprio. Não acho que a minha “felicidade” e bem estar seja mais importante do que a felicidade do próximo e nem de que para isso eu tenha de explorar o meu próximo. A minha riqueza não deve ser resultado da pobreza, morte e miséria de outros. Vai contra a minha consciência. Por isso declaro com orgulho: Morte ao Capital! Viva o Socialismo!

4 comentários:

  1. Você realmente acredita nisso? O empresário, que também é um trabalhador, assume todo o risco da operação. Muito fácil trabalhar 8 horas com todos os direitos garantidos e ir para casa sem levar nas costas a responsabilidade imposta ao empresário. Quando ficar claro que para ter direitos iguais é necessário ter obrigações iguais essa conversa muda de rumo.

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  2. Caro anônimo, estamos debatendo aqui visões de mundo.
    É só estudar um pouquinho sobre o capitalismo que verá o quão é podre esse sistema econômico. Gerador de desigualdade, genocida, destruidor dos recursos naturais, responsável pela animalização da humanidade e na mercadorização do mundo, gerador de conflitos mundiais, assassino, responsável pela fome no mundo, não cabe nessa página todas as desgraças produzidas por esse sistema econômico.
    Procure ler e compreender o capitalismo.
    Leitura imprescindível antes desse debate "O Capital" de Karl Marx, Há também muitos textos na internet que debatem a barbárie capitalistas. Pesquise! Sobre empresário ser "trabalhador" estude sobre Mais-Valia.

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  3. Sobre Mais-Valia.....
    ....é um conceito fundamental da economia política marxista, que consiste no valor do trabalho não pago ao trabalhador, isto é, na exploração exercida pelos capitalistas sobre seus assalariados. Marx, assim como Adam Smith e David Ricardo, considerava que o valor de toda a mercadoria é determinado pela quantidade de trabalho socialmente necessário para produzi-la.

    Sendo a força de trabalho uma mercadoria cujo valor é determinado pelos meios de vida necessários à subsistência do trabalhador (alimentos, roupas, moradia, transporte, etc.), se este trabalhador trabalhar além de um determinado número de horas, estará gerando não apenas valor correspondente ao de sua força de trabalho (que lhe é pago pelo capitalista na forma de salário), mas também um valor a mais, um valor excedente sem contrapartida, denominado por Marx de mais-vala.

    É desta fonte (de trabalho não pago) que são tirados os possíveis lucros dos capitalistas (industriais, comerciantes, agricultores, banqueiros, etc.), além da renda da terra, dos juros, etc. Enquanto a taxa de lucro – a relação entre a mais-valia e o capital variável ( salários) – define o grau de exploração sobre o trabalhador.

    Para Marx a mais-valia é dividida entre Absoluta e Relativa. Produção de mais-valia absoluta é um modo de incrementar a produção do excedente a ser apropriado pelo capitalista. Consiste na intensificação do ritmo de trabalho, através de uma série de controles impostos aos operários, que incluem da mais severa vigilância a todos os seus atos na unidade produtiva até a cronometragem e determinação dos movimentos necessários à realização das suas tarefas. O capitalista obriga o trabalhador a trabalhar a um ritmo tal que, sem alterar a duração da jornada, produzem mais mercadorias e mais valor.

    Quando esse método encontra os limites da extração da mais-valia absoluta: resistência da classe operária e deterioração de suas condições físicas o segundo caminho, a extração da mais-valia relativa, é que fez do capitalismo o modo de produção mais dinâmico de todos os tempos, transformando continuamente seus métodos de produção e introduzindo incessantemente inovações tecnológicas. Pois é apenas através da mudança técnica que o tempo de trabalho socialmente necessário de determinados bens pode ser reduzido. Aumentos na produtividade resultantes e novos métopdos de produção, nos quais o trabalho morto sob a forma de máquinas assume o lugar do trabalho vivo, reduzem o valor dos bens individuais produzidos.

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  4. Quem assumi os riscos de sobrevivência? Quem extrai a mais-valia? Quem vende a força de trabalho? Quem fica na insegurança para prover a família?????

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