Nouriel Roubini, o mediático economista que previu a crise
financeira global, diz que os mercados estão a formar uma "bolha" que
irá rebentar não em 2015 mas no ano seguinte, em 2016. É o "Dr. Doom".
O mediático Nouriel Roubini é conhecido por "Dr. Doom", pelas suas habituais previsões cataclísmicas. Em 2006, acertou.
As bolsas europeias estão perto dos níveis mais elevados dos últimos
sete anos e, nos EUA, Wall Street passou quase todo o ano de 2014 a
renovar máximos históricos consecutivos. Um dos economistas
norte-americanos mais mediáticos, Nouriel Roubini, diz que está a
formar-se a “mãe de todas das bolhas” nos mercados e que o colapso – que deverá acontecer, acredita, em 2016 – será tremendo.
Nouriel Roubini é
conhecido por “Dr. Doom” pelas suas previsões habitualmente
cataclísmicas para os mercados. A sua reputação cresceu, contudo, quando
o economista alertou numa conferência do Fundo Monetário Internacional
(FMI), em 2006, que o mercado imobiliário nos EUA iria colapsar e que o
país iria cair numa grave recessão que causaria ondas de choque em todo o
mundo. Foi, na altura, ridicularizado por quase todos, mas a crise
financeira de 2008 desenrolou-se de forma muito semelhante ao que tinha
previsto.
Agora, o economista e professor da New York University (NYU)
diz numa entrevista à Yahoo Finance que a “mãe de todas as bolhas nos
preços dos ativos já começou” e que poderá ser mais grave do que aquela
que antecedeu a crise financeira de 2008. E atira uma data para o
colapso das bolsas: 2016.
Em que fase da “bolha” estamos? “Estamos mais ou menos no meio”, diz
Roubini. “No próximo ano (2015) teremos crescimento económico e dinheiro
barato, pelo que esta ‘espuma’ que vemos nos mercados ainda deverá
continuar”. O economista refere-se à “espuma” como uma indicação de que
os mercados estão a formar bolhas, alimentadas pela inflação baixa que
existe nas economias desenvolvidas e pela política monetária agressiva
dos bancos centrais, no sentido de comprimir as taxas de juro para
mínimos históricos e injetar liquidez no mercado monetário.
O
economista está particularmente preocupado com o mercado
norte-americano, onde a bolsa sobe quase 40% no último ano, mas prevê um
colapso que iria necessariamente alastrar-se aos outros ativos e
regiões. As bolsas europeias também estão em máximos de vários anos,
muito devido à expectativa de mais medidas de estímulo monetário por
parte do Banco Central Europeu.
Os preços de vários ativos, desde as obrigações às ações, estão “demasiado esticados“,
diz Nouriel Roubini. Em especial, as ações ligadas às redes sociais e
Internet preocupam o economista. A certa altura, que o “Dr. Doom” diz
que não será para já mas em 2016, os mercados vão ajustar-se muito
rapidamente. “Eventualmente, todas as bolhas rebentam”, avisa Roubini.
O
mercado imobiliário nos EUA não está em “bolha”, desta vez, mas há
muitos países onde isso está a acontecer. Entre os países que, na
opinião de Roubini, têm bolhas no imobiliário estão o Canadá, o Reino
Unido, a Suécia, a Suíça e também em Hong Kong e Singapura.
Fonte: http://observador.pt/
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