Segundo
o professor da New York University, cenário de elevados preços dos
imóveis é visto também em outros emergentes e em economias avançadas
como França, Alemanha e Reino Unido
O
economista e professor da New York University, Nouriel Roubini -
conhecido por ser um dos especialistas a prever a crise financeira dos
Estados Unidos de 2008 - escreveu num artigo no site Project Syndicate que as grandes cidades brasileiras mostram evidências de bolha imobiliária.
Roubini diz que, cinco anos depois de a crise financeira ter
estourado nos EUA, sinais de "espuma, senão bolhas" estão reaparecendo
nos mercados imobiliários de países como Suíça, Suécia, Noruega,
Finlândia, França, Alemanha, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e
Grã-Bretanha. Entre os emergentes, além do Brasil, o especialista cita
Hong Kong, Cingapura, China, Israel e grandes centros urbanos na
Turquia, na Índia e na Indonésia.
O professor aponta como evidências de bolha o rápido aumento dos
preços das moradias, principalmente ao compará-los com a evolução da
renda e a forte participação da dívida hipotecária no endividamento das
famílias nessas regiões.
Contudo, ao explicar o que está provocando o cenário de preços
elevados nos mercados imobiliários, ele faz uma distinção entre os
países emergentes e as economias mais avançadas. Para Roubini, o
primeiro grupo tem esse cenário provocado pelas políticas de
"afrouxamento quantitativo": taxas baixíssimas de juros, grande
disponibilidade de dinheiro no mercado, em um momento em que a inflação e
o crescimento são baixos também.
Já para os emergentes, o especialista faz uma distinção nos países
que têm renda per capita mais elevada, como Hong Kong e Cingapura, a
possível bolha se deve às taxas baixas de juros para evitar valorização
das moedas locais. Já em países como Brasil, Turquia, Índia e Indonésia,
ele cita os elevados patamares inflacionários.
Contudo, Roubini não acredita que essas bolhas vão estourar
rapidamente. Segundo ele, trata-se de uma lenta repetição do que
aconteceu com o mercado imobiliário recentemente. "E, como da última
vez, quanto maiores as bolhas se tornarem, mais desagradável será a
colisão com a realidade."
Roubini não é o primeiro a ver sinais de bolha no mercado imobiliário
brasileiro. Recentemente, o economista e professor de Yale - também
vencedor do prêmio Nobel de Economia 2013 -, Robert Shiller, disse ao site de VEJA que o país pode estar vivendo uma situação de bolha.
Isso devido ao súbito aumento dos preços das moradias, principalmente
em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. Assim como Roubini, Shiller
também foi um dos primeiros economistas a sinalizar a crise dos Estados
Unidos.
Fonte: http://veja.abril.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário