Nós do Katu, um coletivo autônomo de jovens educadores(as) e professores(as) libertários(as), somos solidários(as) à luta dos alunos da Escola Estadual Antônio Manuel Alves de Lima em busca de participação política nas decisões da escola.
Na segunda-feira dessa semana, dia 02\12, os alunos fizeram uma manifestação durante período de aula para reivindicar uma reunião de conselho da escola REALMENTE DELIBERATIVO para os alunos efetivamente poderem colocar em pauta, discutir e votar a respeito da construção de um muro no pátio e ampliação das muretas dos corredores das salas 10 a 13. Mesmo não sendo devidamente consultados ou sequer informados da decisão arbitraria da direção da escola de fechar o pátio e os corredores, o três muros foram erguidos na surdina no fim de semana anterior ao ato.
Entretanto, houve tentativa da direção da escola de desmobilizar e criminalizar a mobilização. Alguns estudantes, que fizeram parte da comissão de comunicação da manifestação, e também alguns professores solidários ao movimento foram constrangidos e assediados moralmente pela direção.
Trecho do abaixo assinado elaborado pelos alunos:
“Os argumentos que a equipe gestora tem a favor da construção dos muros são os seguintes: a escola é muito vulnerável e aberta, isso possibilita a invasão e depredação dos espaços do prédio escolar em horários que não está funcionando, a “cabulação” das aulas e o uso de drogas no interior da escola, seja nas arquibancadas ou na pracinha que foi recentemente construída pela comunidade em um dia de voluntariado com ajuda da fundação ALCOA e da Ong. ELOS.
Nós alunos do AMAL (Antônio Manoel Alves de Lima) entendemos tais argumentos e a preocupação da equipe gestora, no entanto a construção dos muros não irá resolver os problemas listados acima, só vai escondê-los e os mesmos irão continuar existindo, pois a construção dos muros só isola os problemas e não os resolve.
Por fim queremos deixar nossa insatisfação de como as coisas são feitas nessa escola, nós alunos não somos incentivados a participar dessas reuniões e muitas vezes nem avisados do acontecimento delas. A escola tenta ensinar e falar em cidadania e democracia, mas democracia pela metade não é democracia.”
Em solidariedade aos estudantes que lutam e aos professores que protegem a participação política dos estudantes nas escolas, o Katu escreve esta nota em repúdio à gestão autoritária e repressora escolar, e apoia a luta dos estudantes por processos horizontais, libertários e democráticos de decisões no ambiente escolar.
Fonte: https://katu.milharal.org
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