segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Dia do professor: abaixo às demagogias governamentais, viva nossa luta!



Sou professor, tenho orgulho de sê-lo. Exerço minha profissão como uma militância política. Tanto na sala de aula, como nos movimentos sociais, enxergo as possibilidades educativas do trabalho de um professor/professora com engajamento social: lutar contra o senso comum, lutar contra a ignorância, lutar contra a reprodução das relações de produção capitalistas, lutar contra a exploração de classe, lutar contra as diversas opressões, lutar contra os atrasos da humanidade, lutar contra os obscurantismos. Ser um professor/professora socialmente engajado vale a pena, mas afirmo e reafirmo, ser um professor/professora alienado(a) não tem sentido algum.
No dia do Professor, devemos saudar, sim, aos bravos professores e professoras que nunca desistiram de educar pela construção de um mundo novo, educando com consciência política, com consciência social, com consciência econômica, com consciência jurídica, com consciência das ideologias e discursos que constituem o ser social, lutando sempre por promover transformações. Mas, no dia do Professor, devemos lamentar também o fato de que muitos(as) professores e professoras, por uma série de motivos econômicos-jurídicos-ideológicos-políticos-discursivos, meramente limitam-se a reproduzir, em suas práticas, as relações de produção capitalistas, como se fossem eternas, imutáveis, naturais, necessárias, legítimas.
Por fim, no dia do Professor, cabe também denunciar as hipocrisias governamentais que, ano após ano, eleições após eleições, simplesmente utilizam e reutilizam o discurso-ideológico de “defesa da escola pública” como pura falácia e demagogia. Por que é correto afirmar que os governos mentem e fazem demagogia com os professores e com a escola pública? Porque, na prática, não implementam as medidas de fato necessárias para melhorar a educação e para melhorar o trabalho do professor.
Exemplos das hipocrisias governamentais: 1- Piso Salarial Nacional Profissional => Piso rebaixado economicamente e até hoje totalmente descaracterizado quanto a sua adequação aos planos de carreira, além de não ser cumprido pela maioria dos governadores e prefeitos (agora, por fim, querem também descaracterizar o reajuste anual do Piso); 2- 10% do PIB para educação já => apesar dessa reivindicação ser histórica, até hoje nós não a vimos na prática, com promessas vagas de chegar a essa meta apenas em 2022: alguém confia nessa promessa? ; 3- Ausência de plano carreira para a maioria dos professores, sem uma política decente de formação continuada, inclusive com incentivos financeiros e tempo de liberação para os docentes almejarem se especializar ou cursarem mestrado e doutorado; 4- Reivindicações dos professores => greves dos professores ou dos trabalhadores em educação, de um modo geral, tem sido tratadas com total truculência, seja pelos governos do PSDB, seja pelos governos do PT, inclusive pelo Governo Federal, como foi o caso da última greve das Universidades Federais.
Enfim, no dia do professor/ da professora, com certeza, temos apenas um grande fato a comemorar: a nossa luta. No mais, todos deveriam dar um grito: abaixo às hipocrisias que são construídas em nome da escola pública ou em nome dos professores e das professoras. Saudações Socialistas Livres.

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