Estamos, em algumas grandes cidades, em segundo turno das eleições municipais. Na maioria delas, temos a disputa entre os partidos dirigidos pelo PSDB versus os partidos dirigidos pelo PT. O que define as práticas políticas desses blocos aparentemente diferentes? Como distingui-los, levando em conta interesses de classe? Ora, os dois blocos falam que defendem o povo, falam que vão fazer as mudanças necessárias para o povo, eles não falam abertamente que vão governar somente para os ricos. Seus candidatos querem fazer transparecer que vão governar para todos. Ora, quando dizem que vão governar para todos, algo muito sutil começou a ser revelado. Omitem o fato de que o mundo é dividido em classes sociais e que, quando se governa também para a classe dos ricos, para a burguesia, para os empresários, não tem mais jeito de governar para os trabalhadores, os interesses dessas classes são opostos. No fundo, então, vão reproduzir as relações de produção capitalistas. Estão do lado da lógica de exploração-opressão que a classe burguesa dominante vem impondo sobre os trabalhadores.
Candidatos que defendem a transformação-revolução das relações de produção não titubeiam, não existe essa conversa falsa de governar para todos, porque somente é possível transformar-revolucionar as relações de produção, se for assumido um compromisso de governar para a classe trabalhadora, sem pactuar com a classe que nos explora, a burguesia. Transformar-revolucionar as relações de produção é enfrentar o capitalismo de conjunto. É reduzir a jornada de trabalho, sem reduzir salários, para gerar novos empregos. É estatizar as grandes empresas privadas para acabar com a extração da mais-valia, ou seja, o trabalho não pago a serviço de gerar imensos lucros para uma meia dúzia de ricos. É investir a totalidade dos impostos arrecadados a serviço da classe trabalhadora, em escolas públicas de qualidade, saúde pública de qualidade, transporte público de qualidade, moradia decente, saneamento básico decente, projetos culturais para envolver a juventude, tirando-a do mundo das drogas. É estatizar os latifúndios para se produzir alimentos baratos para o povo, sem destruir o meio-ambiente.
Os políticos que defendem a reprodução as relações de produção, contudo, costumam dizer que vão fazer mais e melhor para todos. Ou seja, se vão governar para todos, inclui respeitar a exploração-opressão dos ricos, logo não vão enfrentar-se com a estrutura burguesa que explora e oprime os trabalhadores e o meio-ambiente, simplesmente para se tornar mais e mais rica.
De que lado você está? Do lado da reprodução das relações de produção ou do lado da transformação, do lado da revolução? Eis a grande disputa política. Nós, socialistas livres, estamos do lado da transformação-revolução das relações de produção, por isso somente apoiamos os partidos políticos que defendem propostas de ruptura com a lógica capitalista, que defendem propostas socialistas. Nas eleições, então, no segundo turno, afirmamos, votar no bloco dirigido pelo PSDB ou no bloco dirigido pelo PT, no fundo, é iludir-se e dar mais um voto de confiança aos aliados dos capitalistas que, no fundo, seguirão explorando os trabalhadores, seguirão explorando e oprimindo o povo, em resumo, seguirão reproduzindo as relações de produção a serviço dos ricos.
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