Protestos na Grécia
Centenas de milhares de manifestantes vão às ruas em várias
capitais europeias contra a tentativa dos capitalistas de jogar o peso
da crise sobre os trabalhadores
Conforme
as medidas de contenção do colapso capitalista de 2007-2008 têm
fracassado e a crise tem se aprofundado nos últimos meses, a burguesia
tem tentado manter os lucros aumentando os ataques contra as condições
de vida das massas trabalhadoras.
Os
protestos têm proliferado nas últimas semanas, ganhando fôlego e
crescendo em vários países europeus e, em vários casos, ultrapassando a
burocracia sindical e os partidos políticos de frente popular.
O
repúdio contra os planos de austeridade é generalizado. As massas
trabalhadores percebem, cada vez com maior clareza, que o objetivo é
manter a farra dos lucros fáceis dos especuladores financeiros em cima
do sofrimento da população. Ao mesmo tempo, também tem ido ficado
evidente que o chamado “estímulo ao crescimento”, propagandeado,
principalmente, pelo presidente francês, o “socialista” François
Hollande, também não passa de demagogia. É impossível falar em
crescimento mantendo a estrutura da especulação financeira que têm
tomado conta de todos os aspectos da parasitária economia capitalista.
Dezenas de milhares de pessoas nas ruas de Paris e na Alemanha
No
último final de semana, mais de 100 mil pessoas saíram às ruas de Paris
para protestarem contra os planos de austeridade que o presidente
“socialista” François Hollande, eleito no mês de maio, está intentando
impor para manter os lucros da burguesia imperialista.
O protesto foi chamado pela esquerda da frente popular, principalmente, o Partido de Esquerda (Parti Gauche)
de Jean Luc Melenchon e o NPA (Novo Partido Anticapitalista) como uma
maneira de evitar o contagio do desgaste do governo Hollande, a quem
apoiaram no segundo turno das eleições e de quem tentaram obter cargos, o
que não lhes foi concedido devido a que o PSF (Partido Socialista
Francês) conseguiu maioria parlamentar somente com o apoio do Partido
Ecologista. A popularidade de Hollande está caindo vertiginosamente, em
grau tal que os “verdes” anunciaram que votarão contra o novo pacote de
austeridade.
Na
Alemanha, mais de 40 mil pessoas se manifestaram, em várias cidades,
contra as políticas do governo direitista da chanceler Angela Merkel. Em
Berlim, foram mais de cinco mil pessoas, em Colônia quatro mil e, em
Frankfurt, o coração financeiro do País, a manifestação terminou num
protesto em frente ao BCE (Banco Central Europeu).
Dezenas de milhares de pessoas nas ruas de Madri e Lisboa
Em
Madri, dezenas de milhares de pessoas protestaram contra o governo
Rajoy três vezes em apenas uma semana. No sábado 29 de setembro, dezenas
de milhares de pessoas voltaram à Praça Neptuno, localizada em Madri,
em frente ao Parlamento, para exigir a demissão do governo do direitista
Mariano Rajoy, a dissolução do Parlamento e a convocação de uma
assembleia constituinte. O número de participantes foi ainda maior que
nos dois protestos anteriores, quando houve forte repressão policial.
Os
órgãos repressivos tentaram impedir a transmissão ao vivo da
manifestação, e voltaram a reprimir os manifestantes, inclusive em ruas
vizinhas à Praça e mesmo em bares, deixando como saldo vários feridos.
Milhares
de pessoas lotaram a Praça Terreiro do Paço, no centro de Lisboa, assim
como as ruas vizinhas, em protesto, convocado pela central sindical
CGTP, contra as medidas de austeridade que estão sendo implementadas
pelo primeiro ministro direitista Passos Coelho. Uma nova greve geral
deverá ser marcada nos próximos dias.
O
governo tinha voltado atrás, nos últimos dias, na implementação do
aumento da Taxa Social Única, devido à manifestação do dia 15 de
setembro, que foi a maior desde 1974, quando foi derrubado o regime da
ditadura de Salazar. Mais a medida não foi suficiente para impedir novos
protestos.
Os
manifestantes reivindicaram a demissão do governo, gritaram palavras de
ordem contra os planos de austeridade e por que o preço da crise seja
pago pelos capitalistas. Os novos planos de austeridade, seguindo, ao pé
da letra, a cartilha do FMI e a UE (União Europeia) deverão aumentar o
desastre da economia portuguesa: desemprego, emigração, aumento dos
impostos, recortes dos salários e pensões.
O movimento grevista português também está em ascenso. O SMAQ (Sindicato Nacional dos Maquinistas) iniciou, no dia 1o.
de outubro, uma greve, por cinco dias, que tem afetado os serviços de
trens urbanos e intermunicipais, provocando a suspensão da maioria dos
comboios.
Fonte: http://www.pco.org.br
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