Nessa quarta-feira, as forças armadas israelenses desencadearam um
ataque aos grupos de resistência islâmicos da Faixa de Gaza. O principal
alvo foi o chefe da ala militar do Hamas, Ahmed al-Jabari, que teve seu
carro atingido por um míssil.
Ora, explodir o carro de um dos líderes de uma organização não seria um típico ato de terrorismo?
Não para o imperialismo. Esse só enxerga como
terrorista os atos cometidos pelos setores mais fracos contra o seu
poderio. Quando é ele mesmo que comete tais atos e geralmente em escala
muito maior do que seus inimigos, é chamado de “operação militar” ou
“defesa da democracia”.
Israel assassinou o chefe do Hamas, assim como o imperialismo norte-americano assasinou Osama Bin-Laden.
Ambos eram classificados como “terroristas”. Com essa
denominação, o imperialismo espera tornar aceitável que eles possam ser
executados sumariamente.
O Hamas é considerado terrorista e um desses atos de
terrorismo seria atirar foguetes caseiros contra Israel. E essa ação não
é gratuita, como faz parecer a imprensa pró-imperialista internacional.
O Estado de Israel não apenas expulsou os palestinos de suas terras,
jogando-os em um gueto, como realiza um brutal e cruel bloqueio
econômico à região em que por enquanto permanecem instalados. Até mesmo
barcos com voluntários que levavam ajuda humanitária à região são
atacados constantemente por militares israelenses. Em 2010, o ataque
levou à morte de nove voluntários.
No entanto, quando Israel, da mesma maneira, lança um
míssil matando um dos líderes do Hamas, a ação não é terrorismo, mas sim
uma “operação militar”.
Vale lembrar que o Hamas é governo eleito da Faixa de Gaza, o que aumenta a gravidade do crime.
Essa ação, como assassinato de Bin Laden, revelam a
farsa da democracia imperialista, que considera legítimo e inclusive
louvável o assassinato de pessoas em outros países, sem julgamento,
porque as vítimas seriam “terroristas”. O terrorismo se tornou assim um
prretexto para todas aquelas ações em que os países imperialistas
transgridem totalmente as regras democráticas que dizem defender. O
Estado democrático de direito se mostra assim uma ficção que o
imperialismo não hesita em ignorar quando lhe é conveniente.
Fonte: http://www.diarioliberdade.org/
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