quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Abaixo Assinado contra a precarização da Escola Pública

Ao Exmo. Sr. Secretario da Educação do Estado de São Paulo
Nós, abaixo assinados, em virtude das negociações que estão ocorrendo com a Apeoesp – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo e do descaso com a educação pública, por parte dos governos, vimos através desse, solicitar que sejam atendidas as reivindicações dos professores, e com máxima urgência as que se seguem:

• 30 dias Férias integrais em Janeiro, revogação da Res. S.E. 44/2011;
• Redução imediata da Jornada de Trabalho;
• Estabilidade a todos os professores, fim da divisão em categorias (F,L,O...);
• Reposição imediata das perdas salariais, com 36,74% já e fim das provas meritocráticas.

Assine o Documento On-Line em:
http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N14699

Abaixo Assinado:
ABAIXO ASSINADO[1]

Carta Aberta à comunidade:
Carta Aberta Sem Conlutas


Participe do abaixo-assinado, divulgue na sua escola e venha conosco no dia 07 de outubro para um grande ato na Praça da República para entregá-lo nas mãos do Secretario da Educação de São Paulo.

Professores de MG decidem suspender greve após 112 dias parados

  Da Folha de São Paulo
Os professores da rede estadual de Minas decidiram, no início da madrugada desta quarta-feira, suspender a greve que já durava 112 dias. As aulas deverão ser retomadas amanhã (29).
A decisão foi tomada após reunião da categoria com representantes do governo. Apesar disso, os professores permanecem em estado de greve. Uma nova assembleia da categoria está marcada para o dia 8 de outubro.
Os dois professores que faziam greve de fome desde o último dia 19 suspenderam o protesto, assim como os que estavam acampados na Assembleia Legislativa de Minas. Os cerca de 25 professores chegaram a se acorrentar uns aos outros.
Os professores reivindicam o pagamento do piso nacional do professor (R$ 1.187 para 40 horas semanais) com a diferenciação do nível de escolaridade dos docentes.
No início da semana, a ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia Antunes Rocha não acatou o pedido do Sind-UTE (sindicato dos professores de ensino público de Minas Gerais), e manteve a liminar expedida no último dia 16 pelo Tribunal de Justiça de Minas, que considerou abusiva a greve.

Taís Ferreira/Divulgação
Manifestantes se acorrentam na Assembleia em Minas Gerais Manifestantes se acorrentam na Assembleia em Minas Gerais












































Apontamentos sobre a Educação brasileira

Educação

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O enigma do Jabuti gay


POR JOSÉ RIBAMAR BESSA FREIRE
A diversidade explodia em toda a natureza. Naquele dia, nem a meteorologia escapou: chovia, mas ao mesmo tempo fazia sol. Era o casamento da raposa. Todo mundo se preparava para a festança. O salão de beleza “Por um fio”, cujas paredes tinham as sete cores do arco-iris, estava bombando, cheio de bichos e bichas, cada um esperando a vez de ser atendido pelo Jabuti, o cabeleireiro, sob cuja carapaça salpicada de purpurina se escondia uma sensível alma de libélula.
O quelônio trabalhou como nunca. Fez escova progressiva na cauda peluda da raposa, alisando-lhe os cabelos. Pintou as unhas do Tamanduá com esmalte cremoso de duas cores da moda – o azul aviador e o verde militar. Tingiu com tintocil as sobrancelhas, os cílios, o bigode, a barba e os pêlos pubianos do Chipanzé, da espécie bonobo. Quando aplicava manteiga de karitê na plumagem do Cisne Negro, entrou no ar o Tele-Jornal da Floresta anunciando um fato que comocionou todo o salão de beleza.
Segundo a notícia, sete humanos ferozes deceparam a orelha direita de um trabalhador autônomo de 42 anos e agrediram um rapaz de 18 anos, porque ambos estavam abraçados na Exposição Agropecuária de São João da Boa Vista, a 216 quilômetros de São Paulo. Os pitboys pensavam que se tratava de um casal gay. Mas eram apenas pai e filho. O pai, com a orelha decepada, contou:
- Eles ficavam provocando, falavam pra gente se beijar na boca, achando que a gente era gay. E se  fôssemos gay? Qual o problema?
O problema – segundo um dos pitboys, que se sentiu enganado porque queria dar porrada em bichas e não num pai de família – é que o homossexualismo deve ser combatido porque é contra a natureza. A prova é que a relação sexual entre fêmea e fêmea ou entre macho e macho não gera descedentes, não perpetua a espécie. Homem com homem dá lobisomem. Mulher com mulher dá jacaré. O homossexualismo é um desvio moral, é algo errado, que deve ser corrigido com porrada, conforme os padrões educativos recebidos e transmitidos pelo deputado Bolsonaro.
O Burro e a Anta
Os bichos todos queriam saber se o homossexualismo era mesmo contra a natureza.
– Claro que não – disse o Jabuti, dando uma reboladinha, revirando os olhos e ajustando ainda mais as alcinhas de sua blusinha apertada.
Mas o Burro, fanático, discordou, jurando que bicha burra nascia morta. Por isso, o Jabuti, cuja inteligência era reconhecida em toda a floresta, propôs um enigma, uma adivinhação:
- O que é o que é: se alguém sai da toca, pra correr na floresta, quem se sente acuado, vira bicho encapetado, ruge que nem leão, pensa como burrinha, ataca que nem serpente e cisca como galinha. O que é?
Para matar a charada, o Jabuti chamou um sábio - o Doutor Coruja, pesquisador sênior, dono de um quilométrico Currículo Lattes. Encomendou dele uma pesquisa científica séria, objetiva e isenta, exigindo a publicação do resultado, doesse a quem doesse.
Dr. Corujão, o bofe dos bofes, conseguiu recursos da FAPEF (Fundo de Amparo à Pesquisa Elaborada na Floresta), e começou seu trabalho fichando o livro do biólogo Bruce Bagemihl, intitulado “Biological Exuberance: Animal homosexuality and Natural Diversity”, no qual se baseou para responder as inquietações do mundo animal. Depois, instigado pelas perguntas do Jabuti, observou o comportamento dos bichos que estavam no salão de beleza.
- Tem macaco boiola? – perguntou o quelônio.
O Doutor Coruja analisou, então, o mundo dos chipanzés. Descobriu que as relações homossexuais eram freqüentes entre os primos do ser humano. Os bonobos, por exemplo, conhecidos como “macacos hippies”, transam adoidado, macho com macho, fêmea com fêmea.
A Anta, que era mais burra que o burro, não entendeu:
- Se não podem procriar, então por que transam? Ela obtemperou – antas, apesar de antas, também obtemperam – que não fazia o menor sentido a existência de um casal que não pode ter filhos e que isso em nada contribuía para a evolução das espécies. Qual era a utilidade dos perobos e dos fiu-fius no mundo animal?
Com ajuda do Power-Point, o Dr. Coruja respondeu que os chipanzés transam com indivíduos do mesmo sexo para resolver conflitos, pedir desculpas, parabenizar o parceiro ou só pelo prazer, sem sentimento de culpa, porque nunca ouviram o discurso do Papa. Esse fato torna os chipanzés menos agressivos e mais sociáveis.
O emérito pesquisador citou artigo de sua autoria “Trends in Ecology and Evolution”, no qual destaca a importância do homossexual para a evolução das espécies animais. Exemplificou com vários casos: a hiena com alto índice de lésbicas, a cacatua australiana com quase a metade dos casais formados por indivíduos do mesmo sexo e as fêmeas do Albatroz do Havaí, quase todas “sapatonas”, que se unem a outras fêmeas justamente para poderem criar seus filhotes, com muito mais sucesso do que as fêmeas que são mães solteiras. Concluiu que esse não é o único caso em que a homossexualidade ajudou a sobrevivência das espécies.
A raça humana
Empolgado com o avanço da pesquisa, o Jabuti perguntou se existia golfinho gay, já que o simpático Flipper, da série de televisão, levava o maior jeito de quem saiu do aquário e soltou a franga. Depois de profundas pesquisas, o Dr. Corujão revelou que o golfinho-nariz-de-garrafa é bissexual, mantendo o mesmo número de relações hétero e homossexuais. A relação homossexual e a troca de carícias permite alianças duradouras e fortalece a amizade entre o casal.
Finalmente o Jabuti revelou que seu grande sonho era ser um Cisne Negão, porque a-do-ra-va aquela plumagem acetinada. O Dr. Coruja informou que existe uma alta incidência de gays entre os cisnes negros. Cerca de 25% deles escolhem outros machos para parceiros e com eles convivem a vida toda, pois são monogâmicos.
- E os filhos? Se não podem ter filhos, a espécie se extingue – insistiu a Anta-de-tênis.
O Dr. Coruja explicou, então, que para terem filhos, membros de casais de machos têm relações convencionais com fêmeas. Assim que elas põem os ovos, recebem um pontapé na bunda, os dois machos vão juntos cuidar dos ovos delas, até o nascimento do cisninho júnior. A hipótese do pesquisador é que quando os dois cisnes gays somam as suas forças conseguem defender melhor o seu território. “O resultado é que, em média, filhos de casais gays tem mais chances de sobreviver”.
A pesquisa do Dr. Coruja detectou cinco variedades de comportamento que se aproximam daquilo que os humanos chamam de homossexualidade. No reino animal, os indivíduos do mesmo sexo dão desmunhecadinhas jogando charme para conquistar parceiro, se exibem, fazem carinhos mútuos, se beijam, realizam casamentos duradouros e, em muitos casos, criam filhotes nem sempre com o envolvimento da dupla papai-mamãe, além, é claro, de furunfarem adoidado.
O Dr. Coruja comprovou ainda a existência de comportamentos homossexuais em mais de 500 espécies de animais e revelou que é indiscutível a existência de certos processos de atração entre indivíduos do mesmo sexo no mundo animal. Ele chamou a atenção para o fato de que os comportamentos variam muito de uma espécie a outra e que a homossexualidade dos outros animais não deve ser entendida como idêntica à humana. Concluiu, apenas, que a homossexualidade não pode ser considerada um crime, nem uma doença, mas algo tão natural quanto a heterossexualidade. O argumento de que a bichice é contra natura não tem, portanto, qualquer fundamento científico.
Antes de matar a charada, o Jabuti perguntou:
- O Cisne Negro é duplamente agredido, por ser cisne e por ser negro?
O Dr. Corujão disse que não, que não observara homofobia nem racismo entre os animais, nem incentivo ao ódio, à discriminação e à intolerância. Nenhum bicho homo faz proselitismo com os heteros, mas também nenhum hetero quer impor seu modelo através da violência. Foi aí que o Jabuti decifrou o enigma:
- Ah, então, os animais são muito mais civilizados que os seres humanos, porque só matam por necessidade. Os selvagens são esses pityboys que decepam orelhas de um indivíduo da mesma espécie, atacam gays na Avenida Paulista, esfolam e matam como fizeram com o cabeleireiro Donizete, em Barretos (SP) e não sabem conviver com a diferença e a diversidade – essa sim a matriz da sobrevivência das espécies.
O professor José Ribamar Bessa Freire coordena o Programa de Estudos dos Povos Indígenas (UERJ), pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Memória Social (UNIRIO). Escreve no Taqui pra ti.
Fonte: http://blogdaamazonia.blog.terra.com.br

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

ARMADILHA DO GOVERNO NA NOVA GRADE CURRICULAR DO ENSINO MÉDIO


Sobre a Matriz Curricular
 
A SEE divulgou, sem nenhum debate prévio, propostas de novas matrizes curriculares para o Ensino Médio.
As propostas diminuem as aulas de português e matemática e modificam a quantidade de aulas das outras disciplinas, umas pra mais, outra pra menos. Para dar um ar de “democracia” afirmam que os professores é que escolherão a melhor grade, dentre as já pré-determinadas.
Em nenhum momento, respeitam a autonomia didática e pedagógica das unidades escolares e sequer remetem aos Conselhos de Escola as decisões a serem tomadas.
Na linha de sempre culpar os professores pelos fracassos da política educacional do governo, as aulas de português e matemática sofreram uma sensível diminuição – antes esse mesmo governo dizia que era preciso aumentar a carga horária dessas disciplinas para melhorar a qualidade da educação – agora essas disciplinas deixaram de ser a solução para se tornar o problema.
Primeiramente, devemos denunciar o autoritarismo dessa medida; os professores somente poderão escolher dentre as “ofertas” de matriz curricular do governo – como já foi dito acima a autonomia da escola fica apenas no discurso.
Em segundo lugar é uma manobra para dividir a categoria, jogando professor contra professor dentro da escola na hora de escolher a matriz curricular, onde cada área vai lutar contra as demais pela maior fatia do bolo.
Em terceiro lugar, devemos exigir deste governo um balanço da Proposta Curricular da SEE formulada pela famigerada Maria Helena Guimarães de Castro e mantida por Paulo Renato (que a terra lhe seja quente). Essa proposta continua, está em vigor, centrada nas “competências do ler e escrever” e com ênfase em português e matemática – sendo esta última disciplina alçada a condição de quarta área do currículo.
Agora, simplesmente, diante de tantos fracassos do sistema escolar do estado nas avaliações institucionais, o governo reduz drasticamente as aulas destas disciplinas como se os professores fossem os culpados por esses fracassos.
Em quarto lugar, o governo aplica exatamente o que diz combater – a fragmentação do currículo. Primeiro porque cada escola deverá ter uma carga horária diferente das demais, o que poderá tornar a vida de pais e alunos pior do que já está – imaginem a confusão quando o aluno for transferido de uma escola onde a matriz enfatiza códigos e linguagens para outra que enfatize ciências exatas, por exemplo. Segundo, é que, de fato, cada unidade escolar poderá ter uma grade curricular diferenciada; sem falar no retrocesso de décadas – muitas décadas – ao fragmentar o ensino médio em primário, secundário e terciário como foi na ditadura militar.
Devemos dizer claramente, quem fracassou foi o governo e sua política educacional.
Tudo isso para dizer que somos contrários às matrizes curriculares do governo e exigimos que haja, de fato, um debate com toda a categoria e com nosso sindicato sobre grade curricular.
Não podemos cair nessa armadilha. Não aceitamos uma mudança feita de cima para baixo, sem nenhum debate com a categoria, a comunidade escolar e os conselhos de escola.
Essa medida é, sob o peso da redundância, uma tentativa de dividir ainda mais o professorado que já enfrenta a situação de ter suas férias repartidas, escolas superlotadas e sem condições de saúde e trabalho; uma categoria que já está dividida em diversas subcategorias precarizadas e que sequer foi atendida na reposição das perdas salariais de 36,74% referente aos últimos anos.
A Oposição Alternativa considera ser esse mais um ataque do governo com o objetivo de dividir a categoria e desmobilizá-la ainda mais facilitando a implementação das políticas de destruição da escola pública e precarização do trabalho dos educadores.
A saída e intensificar as mobilizações. No dia 7 de outubro, 14 horas, na Praça da República devemos participar da manifestação para entrega de abaixo-assinado, reforçando as reivindicações da nossa categoria e no dia 21 de outubro, todos(as) na Praça da República, 14 horas, para Assembleia Estadual da Categoria. 

Somente com mobilizações faremos o governo recuar.

Matriz Curricular Para o Ens Medio

Fonte: Oposição Alternativa APEOESP

Via http://mtsapeoespsantoamaro.blogspot.com/

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Os professores não usam black-tie: sobre a greve do magistério de Minas


Por Luiz Felipe Martins Candido

 Os professores se queixam, com razão, da falta de diálogo por parte do governo. Reivindicam o cumprimento, pelo governo estadual, do piso salarial nacional previsto pela lei 11.738/08 e reconhecido como constitucional pelo STF.

A greve dos professores da rede estadual de ensino de Minas Gerais já ultrapassou a marca dos 100 dias. Ao contrário do que vem sendo dito em vários meios de comunicação, a adesão é grande, massiva, e as assembléias da categoria tem contado com uma participação ampla tanto dos profissionais da educação quanto de outros setores da sociedade: sindicatos, movimentos sociais, movimento estudantil, ou mesmo indivíduos que reconhecem valor à causa.
Aconteceu ontem, 21 de setembro de 2011, na Praça da Assembléia, no bairro Santo Agostinho, Belo Horizonte, como parte dos acontecimentos da greve, uma concentração e assembléia para discussão de pautas do movimento dos professores do Estado de Minas Gerais. Na assembléia foi votada a manutenção da greve por período indeterminado, até que as pautas reivindicativas sejam discutidas e negociadas, ou seja, até que o governo aceite dialogar e algum acordo seja possível. É a greve dos profissionais da educação mais longa dos últimos dez anos.
Os professores se queixam, com razão, da falta de diálogo por parte do governo, que se recusa a negociar uma solução. O que eles reivindicam: o cumprimento, pelo governo estadual, do piso salarial nacional previsto pela lei 11.738/08 e reconhecido como constitucional pelo Supremo Tribunal Federal, órgão máximo do poder judiciário, responsável pela defesa dos direitos e deveres previstos na constituição brasileira. O piso salarial teve sua constitucionalidade reconhecida em acórdão publicado nessa quarta-feira (uma notícia sobre a publicação pode ser lida aqui). Além disso, o movimento reivindica outros direitos para a categoria, como a reconstrução do plano de carreira e a revogação da lei do subsídio.
Com a publicação do acórdão pelo STF, o movimento dos professores ganhou força em sua argumentação. Essa publicação torna ainda mais latente o descompromisso do governo com a classe professoral. O que se exige, para além de salários justos e dignos para um profissional de reconhecida importância – e em consonância com isso – é o cumprimento da lei. Depois de tentativas sucessivas de criminalização do movimento grevista na tentativa de deslegitimá-lo (prática comum, levada a cabo por meio de mentiras, em relação a todo movimento que se levanta em defesa de alguma causa e contra algum poder estabelecido), de apelos à população através da grande mídia na tentativa de colocar a população contra os professores, depois de tudo isso, quem está à margem da lei é o próprio estado.
Os últimos ataques mais significativos sofridos pelo movimento foram a decisão do Desembargador Roney Oliveira, no dia 16 de setembro, determinando a suspensão do movimento grevista com o retorno imediato dos professores e com previsão de pesadas multas, e a dura repressão policial a uma manifestação na Praça da Liberdade em ocasião da inauguração do relógio que fará a contagem regressiva dos 1000 dias até a Copa do Mundo de 2014.
A decisão do desembargador baseou-se na ideia de que o movimento vem sendo abusivo em sua duração e por isso tem prejudicado os estudantes, os quais, muitos deles, dependeriam, segundo a sensibilidade incomum e a linguagem pomposa do desembargador, da alimentação escolar. O sindicato, de sua parte, rebate dizendo que a própria duração estendida da greve se deve ao fato de o estado se recusar a negociar e o próprio Tribunal de Justiça ter se omitido em atender ao pedido do sindicato de mediação das negociações, pedido feito em princípios do mês de julho.
Já o uso de força policial contra uma manifestação pacífica, esse não teve qualquer justificativa, por cínica que fosse. Diante da festividade, custeada com dinheiro dos contribuintes, para o lançamento do tal relógio, os manifestantes (que, aliás, não eram apenas professores, mas diversas entidades da sociedade) foram impedidos de se aproximar. Afinal, a festa era para convidados selecionados, e os professores não usavam black-tie. Então, para esses, bombas, cassetetes e tiros de borracha.
Essa situação chama a atenção por vários motivos, mas que talvez possam ser reunidos em um só: o descaso com a educação. É triste pensar na forma como a educação vem sendo tratada no Brasil. Primeiro, privilégio de uma pequena elite. Depois, apesar das boas intenções e de uma tentativa de universalização, o máximo que se conseguiu foi uma ampliação do acesso mas sem qualidade. Educação é processo de formação do ser humano, um processo amplo, do qual a formação escolar é uma parte importante. O professor é uma parte fundamental desse processo, ele é o responsável por ‘transmitir’ o conhecimento produzido a duras penas e conservado ao longo dos séculos pela humanidade, ele é o responsável por fazer com que isso chegue ao estudante, por guiá-lo, por orientá-lo, como alguém que já passou por esse processo, que já trilhou esse caminho. Como é possível alguém que não possui motivação, com a ‘cabeça cheia’ das menores preocupações materiais, inseguro quanto ao futuro e mesmo ao presente, poder desempenhar bem seu papel? A resposta é simples: não é possível. Então, é preciso compreender esse movimento em Minas Gerais em seu sentido mais amplo: é um movimento que busca mais do que salários e planos de carreira, é um movimento que luta pela valorização de algo valioso. Valorizar o professor, possibilitar a este uma vida digna, é valorizar sua função, sua atividade e, por conseguinte, o próprio conhecimento.
É preciso que a sociedade se dê conta disso, de que não se trata de um probleminha qualquer, mas diz respeito à própria vida que levamos, à maneira como levamos nossas vidas. Se julgamos o conhecimento um bem importante para a formação de uma pessoa, para a constituição de uma pessoa enquanto sujeito, e para o exercício pleno da cidadania, não podemos menosprezar a importância de um movimento como o que vem acontecendo. Não é possível que haja sociedade democrática sem uma educação de qualidade, e é isto também o que está em questão. Valorizar a educação é valorizar o exercício pleno da democracia, o que não se tem visto por aqui.
Talvez mais um motivo, indissociável deste: ao lado do descaso com a educação, a maneira, o critério do estado em selecionar a forma como aloca os recursos públicos. Afinal, os compromissos de campanha precisam ser ‘honrados’, e a Copa do Mundo, evento maior da poderosa indústria do espetáculo, trará grandes investimentos estrangeiros, grandes oportunidades para os negócios. Mas que fique claro, para um grupo seleto de privilegiados e que, quer gostemos ou não, não seremos nós.
Tudo isso nos faz lembrar, a título de uma triste constatação, o dito de Marx e Engels de mais de 150 anos atrás: “O governo do estado moderno é apenas um comitê para gerir os negócios comuns de toda a burguesia”. Bom, assim tem sido, prova disso é a atuação do próprio Ministério Público, órgão responsável pela defesa dos chamados ‘direitos difusos’, da ordem constitucional, portanto, da educação também. A decisão do desembargador, referida acima, baseou-se numa denúncia do Ministério Público. Ora, parece-nos um desrespeito à lógica e à inteligência, além de uma falha moral daqueles que estão em posição de tomar as decisões, deixar de exigir do estado o cumprimento da lei que garante o piso salarial e o plano de carreira (o que resolveria imediatamente o problema), fazendo valer uma decisão do órgão máximo do judiciário nacional fazendo prevalecer portando o Estado Democrático de Direito e, em vez disso, tentar minar um movimento legítimo e garantido também pela Constituição tornando-o ilegal. Prova de que estamos longe ainda, na prática, de uma democracia real, que atenda aos anseios de todos. Na verdade, a democracia é algo a ser conquistado diariamente, na luta, nas lutas, ela não vem e não virá dos gabinetes dos engravatados.
Na peça Eles não usam black-tie, de 1958, de autoria de Gianfrancesco Guarnieri, e depois levada para o cinema em 1981 com o mesmo título e sob a direção de Leon Hirszman, vemos o dilema do personagem Tião que, ao saber da gravidez de sua namorada Maria faz planos, sonha em construir uma vida para o casal. Ao mesmo tempo em que se preocupa, se entusiasma com a ideia de ser ‘pai de família’. Nesse ínterim, os operários da fábrica em que Tião trabalha discutem a possibilidade de uma greve. Tião hesita, precisa pensar no futuro, e acaba furando a greve. O filme coloca questões interessantes, faz pensar em todas as dificuldades que se enfrenta ao aderir uma greve. Evidentemente, são contextos diferentes, mas há questões perenes. A mulher grávida de Tião pode representar qualquer outra responsabilidade. Pode ser as contas atrasadas. Pode ser um familiar doente. Dívidas. São coisas diferentes, mas que, nesse caso, parece-nos, podem quase se equivaler, são responsabilidades importantes e coisas caras às pessoas. Sabemos que os professores, todos eles têm suas vidas, suas famílias, suas contas a pagar. É isso que torna esse movimento mais digno de respeito e admiração: a justeza da causa e o esforço em levá-la adiante.
Essa greve tem sido um exemplo, um bonito exemplo de luta pela efetivação de direitos, de luta por reconhecimento de algo que é justo. É uma luta por justiça. É uma coisa que os movimentos sociais sabem há muito tempo, e que as pessoas descobrem a cada vez que são afetadas em seus direitos: direitos, só se efetivam, só se conquistam, à custa de muita luta. Não é possível esperar pela boa vontade de governos ou quem quer que seja. Além de frágeis, precários, sujeitos a retrocessos, os direitos são históricos, são apropriados, são produto de disputas. É isso que se tem visto: pessoas reivindicando para si direitos que, mesmo do ponto de vista do próprio jogo institucional, já foram reconhecidos e que lhes têm sido negados. Como vimos dizendo, é uma questão de justiça, e quando se trata disso, não se pode fazer concessões. Diz respeito a todos e a cada um. Se se faz uma concessão aqui, já não se pode exigir mais nada adiante, qual seria o parâmetro? Desejamos força e sorte ao movimento (porque coragem não tem faltado). Se os professores ganham essa, todos ganhamos. Se eles perdem, todos saímos perdendo.

UNICEF confirma que Cuba é o único país da América Latina sem desnutrição infantil

O último relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) intitulado "Progresso para a Infância, um Balanço sobre a Nutrição", determinou que, atualmente, existem no mundo 146 milhões de crianças menores de cinco anos com problemas graves de desnutrição infantil. De acordo com o documento, 28% destas crianças são da África, 17% do Oriente Médio, 15% da Ásia, 7% da América Latina e o Caribe, 5% da Europa Central, e 27% de outros países em desenvolvimento.
Cuba, contudo, não tem esses problemas, sendo o único país da América Latina e o Caribe que baniu a desnutrição infantil, graças aos esforços do governo por melhorar a alimentação, especialmente a daqueles grupos mais vulneráveis. Ademais, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) também reconheceu Cuba como a nação com mais avanços na América Latina, na luta contra a desnutrição.
Isto é devido a que o Estado cubano garante uma cesta básica de alimentos e promove os benefícios da lactação materna, mantendo até o quarto mês de vida a lactação exclusiva e complementando-a com outros alimentos, até seis meses de idade. Ainda, se entrega diariamente um litro de leite a todas as crianças de zero a sete anos de idade. Junto com outros alimentos, tais como compotas, sucos e legumes, os quais são distribuídos de maneira equitativa.
Por isso, a própria Organização das Nações Unidas, (ONU) coloca Cuba na vanguarda do cumprimento do item de desenvolvimento humano.
E tudo isso, a pesar de 50 anos de bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos. (Extraído de Rebelión)
Fonte: O Granma

Por http://www.azulmarinhocompequi.com

Nova Grade para o Ensino Médio em 2012


A SEE publicou nestes dias (em anexo) a proposta de Nova Grade para o Ensino Médio em 2012. Mais uma vez o governo cria confusão tentando dividir os/as professores/as, colocando as diferentes disciplinas em confronto.

Não podemos aceitar mais uma arbitrariedade por parte da SEE. Também não podemos contar com direção majoritária da APEOESP, que pode até fazer declarações, mas não vai organizar a luta, afinal parte da justificativa da CENP (SEE) é adequação às diretrizes nacionais aprovadas no CNE (Conselho Nacional de Educação).
No texto diz que o ensino médio deve ter em média 30 alunos. Temos que exigir que cumpram pelo menos isso, rumo aos 25 alunos no máximo por sala.


Defendemos que a grade curricular deva ser debatida nas escolas e aprovadas no Conselho de escola e não imposta pela SEE.

Junto a isso Haddad (Ministro da Educação) tem ido à imprensa defender a ampliação do ano letivo para 220 dias. Mais uma afronta aos professores/as e à comunidade escolar. Dá para ver o alinhamento entre Haddad e Herman, vide os afagos de Dilma com Alckmin.

Nosso caminho é a luta. Temos que intensificar à ida às escolas, levando o Manifesto das Oposições e colhendo milhares de assinaturas em nosso abaixo-assinado(também em anexo).
Temos que organizar os professores/as e encher a praça no ato de entrega dos abaixo-assinados, no dia 07/10 às 14h na República.
Saudações Socialistas,

João Zafalão

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Salário dos Prefeitos

É por isso que não há dinheiro para aumentar nosso salário e direcionar 10% do PIB para educação!!


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Veja mais em: http://noticias.uol.com.br/album/110914salariosprefeitos_album.jhtm?abrefoto=4#fotoNav=1

Policia truculenta de Minas Gerais agride professores durante protesto

 
Corre-corre, confusão e gritaria. Assim foi marcado a inauguração do relógio regressivo dos mil dias para a Copa do Mundo, na Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, na noite desta sexta-feira (16). A polícia e os professores grevistas, que realizavam manifestação no local, entraram em confronto.
 Durante a briga, tiros foram disparados e bombas de efeito moral lançados contra a multidão. Diversos manifestantes, inclusive mulheres e idosos, foram atingidos. Segundo os grevistas, um professor foi cruelmente espancado pelos militares. Ele teria sido socorrido e levado para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII.
 No entanto, de acordo com os professores, a manifestação estava ocorrendo de forma pacífica quando alguns integrantes da categoria começaram a ser agredidos.
 A professora Marta Reis, de 56 anos, que há 15 leciona biologia em uma escola pública, se revoltou com a situação, principalmente após ser atingida por uma bala de borracha na região da barriga. “Ninguém tinha agredido ninguém quando eles partiram para a truculência. Professor não é cachorro e merece respeito”, disse.
 “Estávamos apenas pedido o cumprimento da lei federal, que estabelece um piso salarial para os professores, quando a polícia partiu para a violência”, declarou o professor Cláudio Marques, de 39 anos. Ele confessou que adora dar aulas, mas que discorda da maneira como o Estado trata o profissional da educação, que nivela os salários excluindo as especializações.
 Segundo os grevistas, cerca de 8 mil professores participaram do ato. Mas balanço da polícia dava conta de que 2 mil manifestantes estavam no local.
 Durante o ato, eles gritavam palavras de ordem como: “Abaixo a repressão, polícia é pra ladrão” e “Não é mole não. Tem dinheiro pra Copa, mas não tem pra educação”!
 Esta é a verdadeira face deste governo ditatorial, que ao invés de aplicar a lei prefere perseguir, ameaçar e agredir os trabalhadores em Educação. Os militantes do MEL e da CSP-Conlutas, sempre presentes nas manifestações dos trabalhadores, são testemunhas oculares do quanto este desgoverno é violento e coloca seu braço armado para agredir e intimidar os educadores em Minas, assim como acontece no Ceará  e aconteceu no Rio de Janeiro!
  • Piso de R$1597,00 já para 24 horas de trabalho, rumo ao piso do DIEESE!
  • Reconstrução de nossa Barreira!
  • Biênios e qüinqüênios para todos!
  • Revogação da Lei do Subsídio!
  • 10% do PIB para a Educação Pública já!
  • Sem PISO não voltamos pra escola!

Vejam o vídeo abaixo:


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Abaixo-assinado 10% do PIB para a Educação Pública Já!

 

Para:Governo federal

ASSINE O ABAIXO-ASSINADO E JUNTE-SE À CAMPANHA:
QUEREMOS 10% DO PIB PARA A EDUCAÇÃO PÚBLICA JÁ!

"Por que aplicar já 10% do PIB nacional na Educação Pública?"

Manifesto da Campanha Nacional
A educação é um direito fundamental, e pode ampliar a leitura de mundo e comprometer com uma sociedade justa e igualitária. Por isso, a luta dos trabalhadores na constituinte buscou assegurá-la como “direito de todos e dever do Estado”. No entanto, o Estado brasileiro não cumpre sua obrigação Constitucional. O Brasil possui mais de 14 milhões de analfabetos totais e 29,5 milhões de analfabetos funcionais (PNAD/2009/IBGE) – cerca de um quarto da população está alijada de escolarização mínima. Esses analfabetos são basicamente provenientes de famílias de trabalhadores do campo e da cidade, notadamente negros e demais segmentos hiperexplorados da sociedade. As escolas públicas – da educação básica e superior – estão sucateadas, os trabalhadores da educação sofrem inaceitável arrocho salarial e a assistência estudantil é localizada e pífia.
O Plano Nacional de Educação – Proposta da Sociedade Brasileira (1997), a partir de um diagnóstico da realidade educacional, indicou metas para a universalização do direito de todos à educação que implicavam em um investimento público da ordem de 10% do PIB nacional. Naquele momento o Congresso Nacional aprovou 7%, percentual vetado pelo governo FHC e veto mantido pelo governo Lula da Silva. Hoje o Brasil aplica menos de 5% do PIB nacional em Educação. Passados 14 anos, a proposta do governo para o novo PNE em debate no Congresso Nacional define a meta de 7% do PIB para a Educação em... 2020!

Não podemos aceitar o argumento de que não há recursos. O pagamento da dívida pública, as isenções fisciais para o setor empresarial, o recurso público usado para a copa e as olimpíadas, o dinheiro público que se perde na corrupção... Há verba, é preciso reverter as prioridades, garantindo o investimento público na implementação dos direitos sociais universais.

Junte-se à Campanha Nacional Unificada! Construa o Comitê de Campanha no seu estado, as aulas públicas do dia 15 de outubro, o Plebiscito Popular em novembro e defenda a aplicação de 10% do PIB para a Educação Pública já!
  

 Ou acesse: http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N13990

ASSINAM ESSE MANIFESTO:
ABEPSS, ANDES-SN, ANEL, CFESS, COLETIVO VAMOS À LUTA, CSP-CONLUTAS, CSP-CONLUTAS/DF, CSP-CONLUTAS/SP, DCE-UFRJ, DCE-UnB, DCE-UFF, DCE UFRGS, ENECOS, ENESSO, EXNEL, FENED, MST, MTL, MTST/DF, MUST, MOV. MULHERES EM LUTA, OPOSIÇÃO ALTERNATIVA, CSP-CONLUTAS/RN, PRODAMOINHO, SEPE/RJ, SINASEFE, SINDSPREV, SINDREDE/BH, UNIDOS PRÁ LUTAR.
Os signatários
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