Na próxima quarta feira, 15 de março, vão ocorrer protestos em
todo país. Centrais sindicais, movimentos sociais, sindicatos e categorias
inteiras nas suas assembleias aderiram à proposta de fazer uma paralisação
nacional contra a reforma da previdência e os ataques do Governo Temer. Neste
editorial, elencamos cinco ataques aos direitos que estão na proposta de Reforma
da Previdência para
apresentar aos colegas do local de trabalho e mobilizar mais gente para o dia
15 de março:
1-
Idade mínima de 65 para todos e tempo de contribuição de 25 anos
A reforma
prevê uma idade todos mínima
de 65 anos para, homens e mulheres, trabalhadores urbanos e rurais. Assim para uma mulher que trabalha como faxineira, enfermeira,
bancária, vendedora, etc… a reforma da previdência, se aprovada, vai significar
mais 10 anos na ativa até atingir a
idade mínima de 65 anos.
Mas não
basta ter 65 anos, a proposta do Governo Temer é que para se aposentar seja
exigido de todo trabalhador a combinação de 65
anos de idade e 25 anos de contribuição,
pelas regras atuais são 15 anos
de contribuição. Ou seja,
se um trabalhador passou anos no mercado informal ou desempregado, ele não vai
conseguir se aposentar.
Esta
reforma vai tirar de
milhares de brasileiros o direito à aposentadoria.
2-
Salário muito, muito reduzido para os aposentados
A reforma
também prevê uma mudança drástica no cálculo do valor da aposentadoria. Ou
seja, quem conseguir se aposentar terá um salário muito, muito baixo.
Imagine
que um trabalhador tenha 65 anos de idade e tenha 25 anos de contribuição, os
dois requisitos que falamos no ponto 1, as duas exigências propostas pela
reforma para a aposentadoria. O valor do salário, que ele terá direito, será
calculado da seguinte forma: 51% do valor da média das contribuições, acrescido
de 1% a cada ano trabalhado.
Para se
aposentar com o valor integral o trabalhador teria que ter 65 anos de idade e
49 anos de contribuição. Você leitor,
que tem 25 anos, e nunca teve um emprego formal teria que trabalhar até os 74
anos para se aposentar com o valor integral. Ah!
Se você nunca ficar desempregado.
Os jovens
de hoje não terão
direito à
aposentadoria no futuro.
3-
Professores sem nenhuma regra especial
Hoje os
professores têm o direito à se aposentar mais cedo, isso é uma conquista para
toda a sociedade porque estamos falando de uma função vital: a educação das
crianças e jovens. Mas a PEC 287 acaba com esse direito. Os professores da
educação básica terão que cumprir o mínimo de
65 anos de idade e 25 anos de contribuição (como
explicado no ponto 1).
Hoje uma
professora pode se aposentar com qualquer idade depois de ter contribuído por
25 anos. Ou ainda, se aposentar com 55 anos e 15 anos de contribuição. Esta mulher, professora, nas novas regras propostas pela Reforma
da Previdência, terá que
trabalhar 10 anos a mais, e também, somar um tempo de contribuição (mínimo) de
mais uma década. A mudança
é um ataque brutal aos professores e, especialmente, às mulheres.
4-
Milhões de idosos podem ser jogados na miséria
Como
consequência dos 3 pontos anteriores e do conjunto da reforma, o Brasil terá
milhões de idosos vivendo em condições muito difíceis, caso seja aprovada essa
reforma da previdência. Este quadro será, imensamente agravado por outra medida
específica, prevista na PEC 287. Esta medida institui a carência mínima de 70 anos de idade para ter acesso ao benefício
assistencial.
O
Benefício de Prestação Continuada é um salário mínimo dirigido aos idosos e
portadores de deficiência que estão em situação financeira muito difícil (renda
familiar por pessoa de até 1/4 do salário mínimo). Hoje cerca de 4 milhões de
famílias recebem este benefício.
A reforma
da previdência aumenta a idade mínima para ter direito a este benefício de 65
anos para 70 anos de idade. Além disso, desvincula
o valor do salário mínimo, permitindo
que o governo defina um salário abaixo do mínimo.
5-
Não tem regra de transição
Muita
gente pensa que a Reforma da Previdência vai atingir os jovens de hoje, que
portanto, ela será um mal apenas no futuro. É um grande engano, não existem regras de transição.
A única regra de transição da PEC 287 refere-se às condições para o trabalhador
obter a aposentadoria.
Assim, o
trabalhador com mais de 50 anos, se homem, e mais de 45 anos, se mulher poderá
se aposentar antes dos 65 anos, desde que cumpram o tempo de contribuição
vigente (15 anos) acrescido de 50%. Mas para saber qual o salário que o
aposentado nesta condição terá direito, serão aplicadas as regras da atual
reforma (explicadas no ponto 2).
Ou seja todos serão atingidos pela Reforma da Previdência. Não será um problema pro futuro, é um ataque agora para todos os
trabalhadores que estão na ativa, mesmo que já tenham contribuído por muito
tempo.
Esses
cinco motivos provam que o ataque proposto pelo governo golpista de Temer
representa um enorme retrocesso nos direitos conquistados pelos trabalhadores
no Brasil. No seu local de trabalho ou
estudo, na sua casa com a família, na rua com os amigos, separe um tempo e
explique esses cinco pontos. Vamos organizar a resistência. Todos
para as ruas no dia 15 de março.
Vamos unir forças para barrar esta reforma da
morte
Fonte: http://esquerdaonline.com.br
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