Diário Liberdade - As 439 pessoas presas foram libertadas ontem. Quase 3.000, conforme mídia comercial, protestaram em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) ontem, sexta-feira (10).
A brutal repressão de sábado passado contra os protestos dos bombeiros, que deixou 439 presos, marcou a passeata de luta conjunta contra as indignas condições laborais de professorado e funcionariado do corpo de bombeiros.
E é que, pode parecer mentira, mas apesar da importância destas e destes dois coletivos, o professorado estadual sofre um piso salarial de 760 R$, e as e os bombeiros do RJ são os pior pagados do Brasil, com 950 R$ de piso. Professorado vem protagonizando grandes manifestações em protesto por essa situação, como a de passado dia 30 de março.
O começo da passeata foi na Candelária, onde professorado e estudantado exigiam como principal reivindicação um reajuste de 26% sobre o piso salarial. Desde a última terça-feira, as e os professores estaduais lutam em greve. No avanço pela avenida do Rio Branco atingiram a Alerj e juntaram-se aos centos de bombeiros que estavam acampados em protesto permanente até conseguir a libertação dos e das companheiras detidas.
Libertação
As 439 pessoas presas pelo governo repressor de Cabral receberam o Habeas Corpus, sendo libertadas na tarde de ontem, sexta-feira.
Para o magistrado que ditou a medida, Cláudio Brandão, o fato de as e os bombeiros continuarem em prisão "não é justo". Considera relevante o argumento da falta de documentação que deveria constar no local da prisão dos pacientes e a inadequação das instalações onde os presos são mantidos.
"Sabemos que o habeas corpus é uma solução provisória, mas tenho certeza que o Ministério da Justiça vai dar anistia aos nossos companheiros." -disse o cabo Láercio Soares, porta-voz do Corpo de Bombeiros. Soares indicou que agora que as pessoas presas estão "indo pra casa ficar com as suas famílias, agora vamos continuar no diálogo”. Agradeceu todo o apoio do povo carioca e da sociedade civil.
Apoio
Nos últimos dias, a cor vermelha tornou-se a do apoio às e aos bombeiros. Hoje no Rio de Janeiro eram visíveis numerosos carros luzindo um distintivo dessa cor em apoio às pessoas brutalmente reprimidas pelo simples fato de lutarem por um salário digno.
A repressão
Bombeiras e bombeiros ocuparam o quartel do dia 3 de junho pelas 19:30, em protesto pelo seu salário de 950 R$ - o pior salário no país, sem vale transporte. Após uma passeata nas principais ruas do Centro, na que participaram milhares, ocuparam o quartel, onde permaneceram ininterrompidamente desde então.
As autoridades, com o governador Sérgio Cabral à cabeça, decidiram três dias depois pela atuação da tropa de Choque da Polícia Militar e do BOPE, que invadiram o quartel do Centro para despejar os e as manifestantes. Foram detidas 439 pessoas, e a brutal repressão deixou uma mulher gestante que abortou como consequência da brutal atuação policial, crianças intoxicadas e acusações de maus tratos entre as pessoas detidas: "Estamos há mais de dez horas sem comer" – assegurou o sargento Monteiro para a mídia comercial.
Um Cabral cínico assegurou na altura que "não há negociação com vândalos, eu não negocio com vândalos, eles responderão administrativa e criminalmente".
Vídeo
O blog Bombeiros do Brasil publica uma filmagem feita no momento em que o Choque entra no quartel e começa com as suas agressões indiscriminadas.
Tropa de Elite 3 - BOPE x Heróis, Mulheres e Crianças from Rick Sardella on Vimeo.
Fonte: http://diarioliberdade.org/
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