Mumia Abu-Jamal é um militante que fez parte d@s Panteras Negras, movimento revolucionário norte-americano que teve grande importância desde sua criação, em meados da década de 1960, e ao longo da década de 1970. Em 1981, ele foi preso acusado de matar um policial branco, e foi sentenciado à pena de morte. Desde então, há mais de trinta anos, portanto, ele se encontra no corredor da morte, apesar das diversas mobilizações que se espalharam pelo mundo, contra essa condenação.
Quando se fala no caso do Mumia (nome que é referência aos quelutavam contra o domínio inglês no Quênia), muitas vezes se fala de discriminação. O problema é que isso costuma esconder o principal: Mumia e @s Panteras Negras entendiam a questão do racismo como parte da dinâmica de opressão e de exploração que é a essência do sistema capitalista. El@s não lutavam por uma liberdade e uma igualdade falsas, por uma tolerância hipócrita em relação às diferenças dos tons de pele. El@s não queriam ficar nas mesmas condições gozadas pelos brancos nessa sociedade – seja na de brancos opressores, seja na de brancos oprimidos -; não queriam ser escravos do capital sob condições mais amenas: el@s queriam acabar com o capitalismo, e com toda forma de opressão e de discriminação.
Foi isso que tornou Mumia e @s demais Panteras tão perigosos. E foi esse tipo de ousadia que deveria ser punido de modo exemplar.
Ontem, a pena de Mumia Abu-Jamal foi trocada de pena capital para prisão perpétua, resultado de muitas batalhas. Não há motivo para comemoração, e sim para reafirmar o grito: libertem Mumia Abu-Jamal! E viva a luta negra revolucionária!
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