Desigualdade Social
Nos últimos anos, em razão de
fatores internos e externos, os indicadores sociais do país melhoraram. Há,
porém, muito que ser feito ainda, principalmente em relação às desigualdades
sociais, quando comparamos o Brasil com outros países emergentes ou desenvolvidos.
Cálculo da desigualdade
Para calcular a desigualdade
social, o italiano Corrado Gini criou um cálculo em 1912, cuja fórmula está
sobre uma Curva de Lorenz que considera o total da população de um determinado
país e a distribuição de renda dele.
O gráfico abaixo mostra um esboço
da distribuição de renda e da desigualdade social. A linha azul indica um país
com melhor distribuição de renda, em que 80% da população detém 65% da renda. A
linha vermelha pertence a um país com extrema concentração de renda, no qual
80% da população é responsável por apenas 13% da renda, portanto, os 87%
restantes estão nas mãos de 20% da população.
O Coeficiente de Gini é um padrão
internacional de medição da concentração de renda, adotado pela ONU. Varia de 0
a 1 (quando mais próximo de zero, melhor é a distribuição de renda).
Exemplo
de desigualdade social
A cidade é um espelho perfeito
das desigualdades sociais, no qual se vê a injusta distribuição de renda por
meio da segregação do espaço. Essa segregação está diretamente associada à
renda, tendo em vista que a terra, nesse contexto, é uma mercadoria. Desse
modo, as construções urbanas materializam as desigualdades sociais.
A foto acima exemplifica a
diferença de ocupação do espaço em uma cidade: nela se vê a comunidade de
Paraisópolis cercada de bairros de alto padrão, entre eles está o Morumbi. A
ocupação do espaço, em Paraisópolis, ocorreu sem planejamento, aproveitando-se
todo o espaço para construir e impermeabilizar o solo, o que resultou em uma
grande concentração populacional e no surgimento de vários problemas
ambientais, de segurança e socioeconômicos, além de não haver um saneamento
básico satisfatório para todos os habitantes.
Causas
das desigualdades sociais no Brasil
O Brasil é um dos campeões
mundiais em desigualdades sociais, o que é explicado por vários fatores, como:
colônia de exploração; um dos últimos países a abolir a escravidão;
concentração de terras; desigual acesso à educação entre classes sociais e
baixa qualificação; evasão escolar; baixo crescimento econômico do país;
diferenças na qualificação profissional e nas condições salariais entre brancos
e negros; inflação alta e carga tributária que sobretaxa produtos, reduzindo o
poder aquisitivo das classes sociais menos favorecidas, as quais sobrevivem de
salário mínimo ou com valores menores.
Outro aspecto marcante de parte da
população brasileira é a de ser rentista, isto é, que busca viver de renda,
como de casas de aluguel e especulação imobiliária e financeira; não é uma
população empreendedora, isto é, geradora de renda e de emprego.
Somado a estes fatores sociais há o impacto da influência econômica,
quando grandes corporações estrangeiras e nacionais dominam o cenário do
emprego, pressionando os trabalhadores urbanos e rurais com baixos salários.
Os gráficos mostram como é
distribuída a renda entre as faixas etárias, além de indicar maior pressão
sobre os mais jovens e por faixa de renda, mostrando que grande parcela da
população vive com salários relativamente baixos.
A concentração de renda agrava a
qualidade de vida da população, pois aqueles que recebem menos são obrigados a
acumular grandes jornadas de trabalho para manter uma renda que lhes permita a
sobrevivência; essa renda não lhes possibilita o acesso a eventos culturais e
práticas de lazer, como viagens, visita a museus e teatros, shows e outros eventos.
Esse cenário também tem reflexos
na qualificação profissional, pois dificulta a realização de uma educação
básica de qualidade e o ingresso do trabalhador em cursos superiores de
graduação e pós-graduação.
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