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Nesta sexta-feira (11/08) aconteceu uma audiência pública na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) referente o Plano Estadual de Direitos Humanos. A divulgação da audiência praticamente não aconteceu, na própria universidade, de acordo com um estudante poucas pessoas sabiam da audiência, nem professores e nem estudantes. Entretanto, o que surprendeu de fato foi a presença da Polícia Militar na audiência que compareceu em peso. (cerca de cem pessoas) alguns, inclusive, fardados, outros à paisana, e a maioria com cartazes de Bolsonaro para presidente 2018, e com o texto dos direitos humanos exigindo alterações, como por exemplo, ao contrário de "direitos humanos", deveria ser "direitos civis", além de propostas de pautas como o fim da discussão de gênero e de aprovação do Projeto Escola sem Partido.
A audiência aconteceu de modo tumultuado, devido provocações, algumas propostas que também surgiram colocadas pelos policiais era não falar sobre a ditadura militar na escola; tomar como modelo de escola, o das forças armadas, propuseram também mudanças no ensino superior.
As organizações sociais defenderam que a democracia era uma ferramenta para propiciar liberdade, sem ela somos atirados no silêncio, no atraso e na barbárie. Logo, era preciso compreender como funciona a sociedade por meio de estudos aprofundados e discutidos de modo democrático e com olhar que preza pela vida, afinal, se o Brasil tem hoje, a polícia que mais mata e que mais morre. Para quem serve essa lógica de violência? Fechar os olhos para isso e qualquer outra violência é um retrocesso social que somente irá gerar mais violência, isto é, viveremos tempos de ditadura, e se hoje, podemos discutir com liberdade mesmo tendo discordância, é porque no passado houve quem morreu para defender a liberdade de todos e todas.
O grupo de policiais não aceitou tal argumentação e colocou-se de forma irredutivel a qualquer discordância, e disse que foram lá para votar o texto de mudança. Com isso, durante a votação devido estar em maior quantidade, venceu a audiência no voto.
Segundo um estudante que esteve presente, o que assusta nessa audiência é a forma articulada e organizada que a Polícia Militar atuou. defendendo o que pensa ser o correto de modo a vencer no voto e não na reflexão, na discussão democrática. Mobilizaram basicamente um batalhão para uma guerra, e essas ações estão ocorrendo em todas as regiões de forma orquestrada para destruir a pauta de direitos humanos e transformá-la numa tacanha defesa de apenas alguns individuos da sociedade. Traduzindo: impor uma pauta conservadora e atrasada e que ainda tem como propaganda a ideia de Jair Bolsonaro como presidente em 2018.
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