quinta-feira, 8 de abril de 2010

Magistério suspende greve, mas está em mobilização permanente


Assembleia deu prazo para governo analisar as reivindicações. Nova assembleia está marcada para o dia 7 de maio

Reunidos no vão livre do MASP (Avenida Paulista) na tarde desta quinta-feira, 8, cerca de 5 mil integrantes do magistério decidiram suspender a greve que completava exatos 30 dias.

A avaliação é que intolerância e truculência do governo, que não abriu negociações e tomou várias medidas para intimidar os grevistas, acabou deixando a categoria sem perspectivas e houve um refluxo. Entre as medidas arbitrárias estão corte de ponto, ameaças, notificações e demissões de professores temporários, que são ilegais pois desrespeitam o direito de greve.

Na reunião mantida entre as entidades do magistério e o secretário da Educação em 07/04 a diretoria da APEOESP reafirmou todos os pontos da pauta de reivindicações e cobrou o pagamento dos dias parados, pois a SE encaminhou às escolas a exigência de que os professores “justificassem” suas faltas, desconsiderando a situação de greve. Na reunião, como já divulgamos anteriormente, o secretário não apresentou propostas, mantendo a posição de não conceder reajuste, apresentando a justificativa de não ter autonomia para negociar matéria salarial, mas comprometeu-se a instalar uma mesa de negociação. Também não acatou o não desconto dos dias parados, afirmando que fará o pagamento na medida em que as aulas forem repostas. Vamos insistir no não desconto, por todos os meios a nosso dispor.

No final da tarde de hoje, 07/04, o secretário da Educação emitiu nota estabelecendo de antemão limites à negociação (excluindo da pauta as leis que foram impostas pelo governo: mérito, faltas médicas, provão dos ACTs, escola de formação) e tenta, mais uma vez, desqualificar o nosso movimento, chamando-o de “tentativa de greve”. Aliás, o secretário já havia proibido as escolas de divulgar números da greve à imprensa, para tentar esconder o movimento.

Entretanto, este tipo de postura não nos causa nenhum efeito ou intimidação e o prazo para que o governo apresente contra-propostas já foi dado pela categoria: 7 de maio, data da nossa próxima assembleia na Praça da República.

A greve foi suspensa mas manteremos mobilização permanente para forçar a negociação e o atendimento das reivindicações. Neste período, realizaremos manifestações em frente à Secretaria da Educação quando houver reuniões de negociação, atos regionais e outras atividades. Também desencadearemos a operação “acompanha secretário”, ou seja, aonde for o secretário da Educação, lá estarão os professores para demonstrar seu descontentamento, cobrar negociação e exigir o atendimento das reivindicações.

O secretário da Educação equivoca-se quando afirma que suas políticas são benéficas à educação e melhoram o desempenho dos professores. São políticas restritivas que maltratam e desrespeitam a nossa categoria. A “política de mérito” é discriminatória e não melhora a educação. Por isto, não nos calaremos, exigiremos respeito e não recuaremos.
Fonte: APEOESP

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