As mulheres são grandes guerreiras por estas bandas. Na luta por moradia nas comunidades, na luta por creches e por escolas que não criminalizem a pobreza, que não sejam autoritárias e que não deformem nossos filhos, na guerrilha cultural pelas quebradas, nas cooperativas de catadoras(es), na produção de vídeos que documentam nossa história, e por aí vai. Mas toda essa força ativa de militância é enfraquecida diante da violência que sofremos.
Todas nós já sofremos ou temos uma vizinha ou uma companheira próxima que sofreu ou sofre violência sexual ou doméstica. Sabemos, portanto, o que é sentir-se impotente ao perder a nossa possibilidade de decisão frente ao ato sexual, ou ao ser humilhada com agressões, espancamentos, e ordens. E é ainda pior quando esse tipo de opressão se soma a outras, ligadas à cor da nossa pele, ao fato de sermos pobres, ou homossexuais. Muitas vezes somos desrespeitadas até por assumirmos a posição de militante, e lutar para transformar nossa realidade.
Não falamos aqui sobre o tal “sexo frágil”, uma idiotice criada para legitimar a opressão, mas sim de como somos fragilizadas pelas várias violências que são feitas contra nós, por sermos mulheres nesse mundo doente. Precisamos sempre encarar isso de frente, ainda mais num momento em que se fortalece uma cultura do esculacho e da mulher-mercadoria, como se fôssemos apenas órgãos sexuais ambulantes, a serviço dos homens.
Mulheres e homens, lutadoras e lutadores, juntos pelo fim da violência contra as mulheres!
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