quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Nossa vitória é do tamanho de nossa luta!

É preocupante a situação dos professores que estão tentando ingressar no magistério paulista atualmente. Mas, não podemos culpar os professores que estão a mais tempo na rede por tal situação. Tenho muito apreço por meus companheiros de trabalho, que estão a mais tempo na rede de ensino, é lamentável a maneira que hoje estão sendo tratados (dinossauros). Foi atraves desses companheiros que aprendi a “ter jogo de cintura” para trabalhar em uma sala de aula com 50 alunos,(Piaget deve estar rolando no túmulo), foi também através desses companheiros que absorvi práticas pedagógicas valiosas , oriundas do corpo-a-corpo entre professor/alunos.
Não quero aqui fazer uma defesa irrestrita aos professores e professoras com mais tempo de trabalho, muito menos julgar os recem-formados. Como não tenho a intenção de separar professores: bons e ruins, atrasados e moderninhos, competentes e incompetentes. Muito pelo contrário, defendo minha categoria na sua totalidade, portanto tentando ser justo venho esclarecer algumas discussões polêmicas muito corriqueiras dentro das escolas atualmente.
A respeito dessa guerra, que foi artificialmente construida pelo governo para desunir a categoria, é importante evidenciar que há uma legislação que regula as atribuição de aulas (a LDB e a Resolução S.E. 98 asseguram aulas para professores habilitados antes dos não-habilitados), portanto os professores que estão tentando assegurar esse direito não podem ser criminalizados, pois estão apenas seguindo as regras impostas pelo governo.
Se há algum culpado nessa história é o governo, não é o sindicato (como já ouvi por ai) ou muito menos os porfessores categoria “f”.
Sei que existem professores “desatualizados e defasados”, mas imputar toda culpa nos indivíduos (por sua preguiça e desleixo) é não conhecer os meandros da educação paulista.
Baixos salários, péssimas condições de trabalho, muitas aulas, duplas e triplas jornadas (no caso das mulheres), professores que trabalham em outras funções para complementar salário, professores que “pagam” para ministrar suas aulas etc.
Há ainda professores que gastam seu próprio salário, para fornecer os recursos básicos para ministrar boas aulas . O professor hoje está mais próximo de um ativista voluntário do que de um profissional.
Além do mais, não existe uma política de formação continuada implementada pelo governo paulista, estou falando de aula presenciais fora das salas de aulas, em universidades públicas. Existe sim os cursos de ensino à distância que servem, na maioria das vezes para legitimar as (des)políticas de degradação da escola pública.
Foi para esconder essa realidade, que governo planejou rigorosamente seu “plano maquiavélico”, sem se importar em desrespeitar as leis que regulam o magistério. Ao mesmo tempo provocou um guerra entre os professores recém formados e os "com mais tempo de rede", ou seja, criou uma prova que “nivela por baixo” todos os profissionais da educação, a revelia das regras e, o que é mais grave, a maioria dos conteúdos cobrados na prova não há aplicabilidade pratica “entre os muros" da escola paulista, devido aos problemas estruturais e políticos comuns na maioriua das escolas, pois não há preocupação com o aprendizado dos alunos mas sim com a produção de números estatísticos para fins políticos partidários.
Sem falar nas salas superlotadas, regidas por uma promoção automática que jogam garotos e garotas analfabetos e semi-analfabetos nas ruas .
Como aferir a competência de professores somente através de um processo seletivo que se mostra tão equivocado?
O que é mais agravante, segundo as resoluções dos asseclas de Paulo Renato e Cia, muitos professores que se mostraram competentes nesse processo seletivo, ou seja, passaram na prova, no ano que vem (2011) serão proibidos de adentrar em sala de aula. Devido as novas regras equivocadas criadas por essa camarilha de incompetentes que povoa a secretaria da educação paulista.
Resumindo! Se você é “L” ou “O” e pegou aula esse ano, parabéns você terá trabalho esse ano. Mas no ano que vem procure outro emprego.
Porque não lutarmos para as provas de ingresso? Por concurso público?
Temos dezenas de milhares de professores contratados precariamente que, todos os anos, têm que ser humilhados nos processos de atribuição. Isso é justo? De quem é a culpa? Dos efetivos? Do sindicato? Dos temporários “f”?
Claro que a culpa é do próprio Estado que não quer propiciar condições dignas de trabalho para nossa categoria.
Mas, porque ESTAMOS NOS CULPANDO POR ISSO?
PORQUE ESSA GUERRA ENTRE NOSSOS PARES?
NOSSO INIMIGO É O GOVERNO!
PROFESSORES EFETIVOS, OFAs (F,L,O..) UNI-VOS!
Chega de enganação!
Professores, vamos à luta!
Nossa vitória será do tamanho de nossa luta!

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