Paulo Reglus Freire (1921-1997) faz opção e assume clareza política pelos que denomina oprimidos. Sua Filosofia, Pedagogia, Epistemologia, Teoria do Conhecimento para a Educação e Práxis Educacional vem sendo estudadas no mundo inteiro. A. CONCEPÇÕES FREIREANAS CONCEPÇÃO DE HISTÓRIA, SOCIEDADE, CULTURA E PROCESSO HISTÓRICO: História, sociedade, cultura e processo histórico são criados e transformados pelas pessoas humanas, educadas para suprimirem a consciência ingênua e formarem a consciência política. CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO: Educação é ato e processo sociopolítico e uma situação gnoseológica aonde as pessoas, mediadas pela realidade histórico-social, em relação dialógica umas com as outras e em permanente leitura analítico-crítica daquela realidade superam a pobreza política e a consciência ingênua construindo, até a morte, a consciência política pela rejeição a todas as formas de opressão. CONCEPÇÃO DE ENSINO-APRENDIZAGEM: “Não existe ensinar sem aprender”; “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”; “Quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado”. CONCEPÇÃO DE EDUCADOR E EDUCANDO: Dodiscência é o conceito que expressa a mutualidade inseparável entre educador e educando no processo de ensinar-aprender. CONCEPÇÃO DE ESCOLA E AULA: Círculo de Cultura é o espaço e a forma para a aprendizagem. A Escola formal e Aula tradicional são descartáveis para a aprendizagem. CONCEPÇÃO DA FUNDAMENTAMENTALIDADE DA REFLEXÃO CRÍTICA: sem reflexão crítica na formação docente e na prática educativo-crítica a teoria vira “blablabla” e a prática é apenas “ativismo”. Na reflexão crítica a leitura do mundo sempre precede a leitura da palavra. FINALIDADE DO ENSINO: criar e promover curiosidade epistemológica, criar e manter possibilidades para produção/construção/reconstrução de conhecimentos. CONCEPÇÃO DE UTOPIA: Ato de conhecimento e de compromisso histórico para denunciar a estrutura desumanizante, para anunciar a estrutura humanizante e comprometer-se permanentemente com a realidade concreta. ALGUNS CONCEITOS DA PEDAGOGIA POLÍTICA CONCEPÇÃO DE CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: compaginado do diálogo com a realidade viva formando um universo vocabular do qual se extraem temas/palavras geradoras para o processo de ensinar-aprender. CONCEPÇÃO DE LEITURA: a leitura verdadeira compromete o leitor com o texto lido; o ato de compreensão do texto torna o leitor sujeito do texto lido. Ciclo gnosiológico é o momento de ensino e aprendizagem do conhecimento já existente e o momento de trabalhar a produção do conhecimento ainda não existente. As práticas da dodiscência e da pesquisa são fundamentais nos dois momentos do ciclo gnosiológico. CONCEPÇÃO DE EDUCAR: a experiência e o exercício educativos são atos para formação moral do educando. CONCEPÇÃO DAS 27 EXIGÊNCIAS DO ENSINAR Ensinar exige: -rigorosidade metódica -pesquisa -respeito aos saberes dos educandos -criticidade -estética e ética -corporeificação das palavras pelo exemplo -risco, aceitação do novo e rejeição a quaisquer formas de discriminação -reflexão crítica sobre a prática educativa -reconhecimento e assunção da identidade cultural -consciência do inacabamento -reconhecimento de ser condicionado -respeito à autonomia do ser do educando -bom senso -humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores -apreensão da realidade -alegria e esperança -convicção da possibilidade de mudança -curiosidade -segurança, competência profissional e generosidade -comprometimento -compreensão de que educação é forma de intervenção no mundo -liberdade e autoridade -tomada consciente de decisões -saber escutar -reconhecer que educação é ideológica -disponibilidade para o diálogo -querer bem aos educandos Não há ensino sem pesquisa nem pesquisa sem ensino. CONCEPÇÃO DO PENSAR CERTO a) Uma das condições do pensar certo é não estar inteiramente certo de certezas. b) É o pensar rigorosamente ético e gerador de Estética, incompatível com a “desvergonha da arrogância de quem se acha ceia ou cheio de si mesmo”. c) É a atitude transparente e afirmadora de que a maneira de estarmos no mundo e com o mundo como seres históricos é a capacidade de, intervindo no mundo, conhecer o mundo. d) É exigência dos momentos do ciclo gnoseológico fazendo com que a curiosidade ingênua se torne mais e mais metodicamente rigorosa, transitando da ingenuidade para a curiosidade epistemológica. A curiosidade epistemológica produz superação e não ruptura com a curiosidade (que deixa de ser ingênua). f) É radicalmente coerente: as palavras tem corporeidade no exemplo; quem pensa certo faz certo. g) Não há pensar certo sem prática testemunhal. h) É disponibilidade ao risco, à aceitação do novo. i) É rejeitar quaisquer tipos de discriminação. j) Não é isolamento, mas ato comunicante e co-participado de entendimento. k) É dialógico e não polêmico. l) É rigorosidade metódica. Para a alfabetização é necessário realizar uma “espécie de psicanálise histórico-político-social” para extrojetar a culpa indevida que o poder ideológico dominante inculca nos dominados por responsabilizá-los por sua situação. Em seguida à psicanálise histórico-político-social inicia-se o ensino da escrita e da leitura da palavra. |
Por Carlos Fernandes (http://escola.seduc.mt.gov.br/andremaggi/) |
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Paulo Freire - "O Imortal"
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