Por uma estratégia revolucionária contra o regime democrático-burguês
a) As tarefas democráticas e nacionais e a revolução socialista
A época de dominação imperialis ta tornou impossível para a burguesia a realização das tarefas democráticas não realizadas da revolução burguesa, como a independência nacional e a reforma agrária.
Isto se dá, em primeiro lugar, em função de seus próprios interesses. Como vimos, a dominação imperialista se faz também pela associação com setores da burguesia nacional. Não existem hoje setores importantes da burguesia nacional com posturas anti-imperialistas.
Por outro lado, o domínio capitalista no campo associa a burguesia industrial com a burguesia agrária. Não existe no Brasil uma burguesia industrial diferenciada ("interessada no mercado interno") que geraria a reforma agrária, que queira enfrentar a burguesia agrária. Ao contrário, grandes empresas industriais como a V olkswagen e bancos como o Real possuem grandes latifúndios.
Em segundo lugar, porque para realizar estas tarefas da revolução democrático-burguesa, a burguesia teria de recorrer à mobilização revolucionária das massas, que inevitavelmente não se limitaria a estas propostas. O proletariado moderno e concentrado existente no país exigiria seguramente melhores salários e condições de vida, o que se chocaria com os lucros da burguesia. Hoje, a luta por questões mínimas como salários e empregos se choca com a dominação burguesa capitalis ta.
Não existem condições para avançar nem em relação às tarefas democráticas da revolução burguesa (independência nacional, reforma agrária), nem em relação às questões básicas da sobrevivência (salário, emprego, moradia, saúde, educação) sem se chocar com a dominação capitalis ta.
Por este motivo não é a burguesia que pode levar adiante a luta pela reforma agrária ou contra a dominação imperialista, mas sim os trabalhadores, com o proletariado a frente. Esta não é uma especificidade brasileira, mas uma característica da época imperialista deste século refletida no Brasil.
Esta é a razão de fundo para que nesta época não tenha mais sentido a separação entre o programa mínimo (salário, emprego, etc.) e máximo (a luta pelo poder, pelo socialismo). Hoje se impõe um programa de u:ansição, que articule as lutas cotidianas das massas por suas condições de vida, as tarefas nacionais, a luta contra o governo, o regime e a exploração capitalista. A única forma de aplicar um programa deste tipo é a tomada do poder, a destruição do Estado burguês.
Na Rússia de 1917, a revolução democrática de fevereiro, que derrubou a monarquia do czar, rapidamente transformou-se em revolução socialista. O fim da guerra e a reforma agrária só foram possíveis através da revolução socialista, feita pelo proletariado em aliança com o campesinato. Não foi nenhum setor da burguesia que garantiu a reforma agrária, uma tarefa democrática, que corresponderia à revolução burguesa.
Não descartamos a possibilidade de outros setores de classes poderem assumir uma dinâmica revolucionária (como o próprio campesinato na revolução chinesa, setores da pequena-burguesia urbana junto ao campesinato na revolução cubana) e este último século tem demonstrado isso por características especiais de sua conformação histórica, atraso do proletariado, etc.
Aqui no Brasil, no entanto, e em inúmeros outros países, os process~ revolucionários que começaram com tarefas democráticas como as derrubadas das ditaduras e mesmo a deposição de Collor, não avançaram para uma revolução socialista.
O predomínio das direções reformistas é o principal fator que explica este atraso no processo, que vai se refletir em uma ausência de consciência anticapitalista das massas e na falta de uma organização independente em relação à burguesia. Isso leva a que as lutas sejam congeladas nas tarefas democráticas. Não estamos dizendo que estas lutas poderiam chegar cada uma delas até a revolução socialista. Estamos dizendo que poderiam avançar, acumulando forças neste sentido. A derrubada da ditadura terminou na constituição de um regime democrático-burguês ao qual o PT se integrou completamente. A derruba da de Collor foi encaminhada para a posse do vice - Itamar Francocom o apoio entusiástico da direção do PT, da CUT e do PC do B.
É importante ter presente que tarefas democráticas e/ou conquistas democráticas, regime democrático-burguês e política de reação democrática não são a mesma coisa. Defendemos as conquistas democráticas que as massas arrancaram com suas lutas, quando ameaçadas, bem como palavras de ordem democráticas que se enfrentem com o regime. Não confundimos a luta contra o regime democrático-burguês com a recusa sectária e ultra esquerdista a defender palavras de ordem democráticas. No Brasil, por exemplo várias palavras de ordem democráticas já foram de grande importância. no passado recente como "Abaixo a ditadura", "Diretas, já", etc.
b) A democracia burguesa é uma ditadura de classe
O Estado burguês, como qualquer Estado, é uma ditadura de uma ciasse sobre as outras. "O Estado é o produto e a manifestação do antagonismo inconciliável das classes. O Estado aparece onde e na medida em que os antagonismos de classe não podem objetivamente ser conciliados. E, reciprocamente, a existência do Estado prova que as contradições de classes são inconciliáveis" (O Estado e a revolução, Lenin, pago 9)
No caso específico do Estado burguês, trata-se da dominação da burguesia - uma ínfima minoria - sobre a maioria dos trabalhadores. Para garantir essa dominação, o Estado necessita se apoiar em uma força armada. "O segundo traço característico do Estado é a instiluição de um poder público que já não corresponde diretamente à população e se organiza também ,'omo força armada. Esse poder público separado é indispensável, porque a organização espontânea da população em armas se tornou impossível desde que a sociedade se dividiu em classes...Esse poder público existe em todos os Estados. Compreende não só os homens armados, como também elementos materiais, prisões, e instituições coercivas de toda espécie, que a sociedade patriarcal (clã) não conheceu" (Engels, citado no livro acima)
A democracia burguesa é um regime, uma articulação determinada das instituições do Estado burguês e, portanto, também uma ditadura da burguesia sobre os explorados, uma democracia para os ricos. "A sociedade capitalista, considerada nas suas mais favorá
veis condições de desenvolvimento, oferece-nos uma demo,'racia mais ou menos completa na república democrática. Mas essa democracia é sempre comprimida no quadro estreito da exploração capitalista; no fundo, ela não passa nunca da democracia de uma minoria, das classes possuidoras, dos ricos. A liberdade na sociedade capitalista continua sempre a ser, mais ou menos, o que foi nas Repúblicas da Grécia antiga: uma liberdade de senhores fundada na escravidão"(livro citado, pág. 107).
"De outra parte, os operários sabem muito bem que a liberdade de reunião, mesmo na república burguesa mais democrática, é uma frase vazia de sentido, Dois os ricos possuem os melhores pré1ios públicos e privados, assim 'como o ócio necessário, para se reunirem sob a proteção deste aparelho governamental burguês... A liberdade de imprensa é igualmente uma das grandes divisas da democracia pura... esta liberdade é uma mentira, na medida em que as melhores impressoras e os maiores estoques de papel são açambarcados pelos capitalistas" (Teses de Lenin sobre a democracia burguesa e a ditadura do proletariado, 10 Congresso da III Internacional).
A dominação burguesa se apóia, em primeiro lugar, na propriedade dos meios de produção e distribuição: as grandes empresas industriais e comerciais, os bancos e fazendas.
A burguesia se utiliza do poder econômico para controlar o poder
político. No caso da democracia burguesa existente no Brasil, o controle se faz através da presidência da República e dos governos estaduais e municipais; dos parlamentos federal, estaduais e municipais; assim como da justiça. No caso brasileiro, com um regime presidencialista, é o executivo federal, a presidência da República, a instituição política mais importante e centralizadora.
4 existência dos três poderes serve para a burguesia ter alternativas a mais para controlar a sociedade, podendo se utilizar de um contra o outro quando o necessite. Estes centros de poder também servem para resolver os conflitos internos da burguesia.
As democracias burguesas, assim como qualquer Estado, sobrevivem por estarem apoiadas em um poder militar, a coerção. Ao contrário das ditaduras (quando as Forças Armadas assumem diretamente o poder político), na democracia burguesa as FFAA assumem uma maior presença quando são necessárias em momentos de crise. Mas, mesmo quando não estão em ação, servem para garantir o poder político da burguesia, para que ninguém se atreva a contestar suas decisões.
A dominação da burguesia se dá também por um controle políti
co-ideológico (consentimento). No caso da democracia burguesa isto se faz por uma complexa rede que inclui desde as instituições do Estado (governo, parlamentos) aos partidos políticos, igrejas e escolas. Os meios de comunicação, com especial destaque para a televisão e os jornais, são componentes essenciais desta rede.
Por este sistema de instituições do Estado e não estatais se difundem as políticas da burguesia (a defesa do Plano Real, da estabilidade econômica, por exemplo) assim como suas ideologias (o direito legítimo da propriedade dos meios de produção, "trabalhando se pode subir na vida", "a vida é mesmo assim, e nunca vai ser
diferente", etc.). .
Segundo Perry Anderson, a força deste regime advém da legitimação que a burguesia consegue para sua dominação através das elei
ções: "a novidade deste consenso é que adota a forma fundamental da crença pela massas de que elas exercem uma autodeterminação definitiva no interior da ordem social existente" (As antinomias de Antonio Gramsci, página 52).
O desgaste de um governo pode ser resolvido no interior da democracia burguesa pela sua substituição por meio do voto, em novas eleições, o que dá a ilusão da "autodeterminação". Mesmo com o início da crise do regime e a desconfiança em relação as eleições e aos "políticos", a democracia burguesa mantém uma força relativa enquanto não houver uma alternativa das próprias massas (ou também da ultradireita).
A "reação democrática" é como chamamos a política da burguesia e dos reformistas de encaminhar a resolução das crises políticas para as eleições, um terreno controlado e viciado pela burguesia. Tem como objetivo manter as massas distantes da luta política direta, dissolver tudo no pântano da democracia burguesa. Esta é uma política defensiva da burguesia, mas eficaz para a recomposição do regime, na medida em que as massas confiem em direções que estão dispostas a colaborar com a burguesia.
Enquanto não existir uma alternativa própria das massas, não é possível destruir o Estado e a democracia burguesa. Essa alternativa só pode ser a construção de um poder que esteja apoiado nas mobilizações e organizações dos próprios trabalhadores, em grandes ascensos revolucionários, em que a autodeterminação das massas passe por sua ação direta, que possibilite a luta pelo poder.
Assim, nos grandes ascensos revolucionários existe a tendência a um duplo poder (um poder das massas que coexiste com o poder
burguês por um curto período), que termina pela derrota de um ou
de outro. Foi assim com os soviets da revolução russ~, vitoriosos em 1917, com os cordões industriais no Chile em 1973, a COB na Bolívia em 1985, e o Solidariedade em 1980, derrotados por golpes contrarevolucionários. Ocorreu também o duplo poder em Portugal, com os conselhos da revolução portuguesa de 1975, derrotados pelo encaminhamento do processo revolucionário para as eleições, via reação democrática. Ocorre hoje na Colômbia, com a guerrilha ocupando 40% do território. O surgimento do Parlamento dos Povos, em janeiro deste ano no Equador, e a Coordenadora das Águas, no mês de abril em Cochabamba, ressalta a importância que podem ter estes organismos no próximo período.
c) A crise do Plano Real e da democracia burguesa no Brasil
O Plano Real é o mais anti-social e pró-imperialista de toda a história do país. Ele propiciou um grau inédito de rapinagem, desnacionalização, sangria e transferência de uma enorme massa de mais",valia e capitais para os oligopólios e o sistema financeiro dos países centrais. O país foi à insolvência com esse processo.
O modelo de endividamento e financiamento externo levado a cabo por FIlC - que elevou a dívida externa de US$100 para US$ 250 bilhões e a dívida interna de R$ 61 para mais de R$ 500 bilhões - está se esgotando. Esse endividamento todo nestes anos financiou as importações de mercadorias estrangeiras, remessas extraordinárias de lucros das multinacionais para o exterior, os passeios e viagens da classe média alta para fora do país. A remuneração (pagamento de juros e de prestações) destas dívidas foi não só consumindo parcelas cada vez maiores das receitas do governo, como patrimônio público: a entrega das estatais.
Os dólares atraídos pelo governo não se reverteram em investimentos na produção, em aumento da capacidade instalada (salvo a implantação de um punhado de montadoras) e infra-estrutura: o país cresceu a taxas medíocres nestes anos (em média 2,7% do PIB ao ano - taxa de crescimento inferior à da década de 80 que foi de 2,8%).
Agora, o Estado tem nas mãos duas dívidas - externa e interna impagáveis nos termos atuais. Duas tremendas bombas de tempo, àbeira da explosão. E o imperialismo quer que o país coloque o conjunto da economia a serviço do pagamento destas.
A crise do modelo econômico da ditadura (o fim do "milagre econômico") levou à derrubada da mesma e à chamada "década perdida", nome dado à década de 80. Naquele momento, a burguesia não tinha um projeto unificado r que garantisse a valorização sustentada do capital e tinha contra si uma correlação de forças desfavorável, com um ascenso sustentado e contínuo das massas. Freqüentemente a burguesia se dividia, oscilava em diferentes tentativas de planos que se sucediam e fracassavam: ora optavam por uma saída mais apoiada no mercado interno (plano Cruzado), ora guinavam para saídas mais apoiadas no imperialismo (planos Bresser e Verão).
A crise de hoje é mais grave que a do fim da ditadura. A crise da economia mundial imperialista é hoje mais profunda e mais grave que a da década de 70 e o país é muito mais dependente, subordinado e desnacionalizado. O governo FHC, recém entrado em seu segundo mandato, perdeu muito da força de seu primeiro mandato.
Mas a resultante não está definida. A crise pode terminar por ser absorvida pelas instituições, através de novas eleições dentro do calendário eleitoral, ou mesmo fora dele. Na queda de Collor, perante uma ruptu1:a em curso, a ação das oposições levou à recomposição do regime com a posse do vice-presidente.
Neste momento, o governo está reagindo com uma repressão crescente, em uma polarização contra a retomada do ascenso das massas.
É natural que isto ocorra, a semelhança de outros países da Am. Latina ( o auto-golpe de Fujimori, o estado de sítio de Banzer, etc.).Este rumo autoritário é o que chamamos de "bonapartismo", em referência ao Bonaparte francês .
A burguesia tem poucas margens para fazer concessões econômicas, tem que atacar o movimento de massas, e vai tender a reações bonapartis tas.
Pode ser, no entanto que pelas derrotas frente ao movimento de massas, o governo caminhe para uma "sarneyzação" (semelhante a paralisia do governo Sarney em 89 , depois da greve geral), ou mesmo para a derrubada (como ocorreu com Collor).
Pode ser ainda que avance para um enfraquecimento das instituições da democracia burguesa, no caminho de um regime onde predomine a conçiliação de classes, ~om a incorporação de partidos operários como o PT. Isto já ocorreu em muitos momentos na história do movimento operário, com o exemplo clássico de 1917 na Rússia com o governo burguês de Kerensky, que para tentar superar sua debilidade incorporou os Mencheviques e Socialistas revolucionários ao governo, permanecendo os bolcheviques na oposição. Daí surge a denominação deste tipo de regime como "kerenkista". Isto pode ocorrer ao menos parcialmente no Brasil, porque já se tornou comum que o PT cumpra o papel de bombeiro para ajudar o regime em momentos de crise.
O governo FHC , para chegar ao final pode se apoiar em um recurso ao bonapartismo ou a uma incorporação crescente da sustentação do PT.
É fundamental atentar para o processo latino-americano, para ter claro que não temos pela frente como única hipótese uma evolução linear de enfraquecimento de FHC até sua substituição eleitoral em 2002. Além disso, é preciso atentar para a distância que as massas sentem do regime e seus representantes, o que aponta para a possibilidade de movimentos por fora dos trilhos normais da democracia burguesa, como já começa a ocorrer com a radicalização das lutas. Em particular os revolucionários tem a obrigação de estimular a ação direta das massas e toda uma série de políticas de enfrentamento e desgaste com o reglme.
d) A estratégia de acúmulo de forças para a luta pelo poder
Na conjuntura atual, evidentemente não temos nenhuma condição de lutar pelo poder. Isto só será possível a partir de uma mudança na realidade objetiva, de um grande ascenso revolucionário. Mas temos a obrigação, no período de crise que se abre, de discutir uma estratégia de acúmulo de forças para a luta pelo poder. Isso significa a construção de um poder dos trabalhadores através de suas mobilizações e organizações, contraposto ao poder da burguesia.
Todas as nossas mais variadas táticas têm que estar a serviço dessa estratégia. Para isso, é necessário o desenvolvimento de alguns elementos fundamen tais:
Mobilização das massas - esse é o fator básico, o desenvolvimento da ação direta, sem o qual nenhuma estratégia revolucionária seria viável. Isso implica, que antes de mais nada temos que estimular e ser os campeões da defesa da ação direta como prioritária em relação à ação institucional. No Brasil de hoje, isto significa a estratégia de derrubar FHC pela via da ação das massas e não apostar no calendário eleitoral de 2002, como faz a direção do PT.
Na Venezuela, significa apostar na mobilização independente dos trabalhadores em relação ao governo Chávez. Na Colômbia, significa desenvolver o caminho das lutas diretas das massas que já levaram a uma greve geral dos trabalhadores. No Equador, no Paraguai, na Bolívia significa apostar na mobilização direta das massas para cumprir a tarefa que está colocada que é a derrubada de seus respectivos governos.
Auto-organização das massas - O desenvolvimento dos organismos das massas está estreitamente ligado ao nível de suas lutas. Nada mais delirante que tentar desenvolver sovietes em um momento de refluxo das massas como é hoje no Brasil. Nada mais importante do que desenvolver um organismo de duplo poder como o Parlamento dos Povos no momento da insurreição no Equador.
A materialização desta estratégia hoje no Brasil é a disputa pela direção dos organismos das massas que existem: os sindicatos e associações, contra as posições reformis tas. Significa revolucionar estas entidades, colocando-as em direção a esta estratégia, o que transcende os limites sindicais. Significa também criar e aprofundar relações entre os sindicatos, o movimento dos sem-terra, associações de bairros, etc, ao redor das lutas comuns. Estes serão os embriões de novas organizações no momento das grandes mobilizações do futuro.
As lutas políticas contra o governo e o regime são parte das tarefas dos organismos sindicais hoje. Nós buscaremos e defenderemos a
mais ampla democracia e autodeterminação do movimento (comandos amplos e de base nas lutas). Com o desenvolvimento das lutas, vamos buscar construir organismos que reunam todos os setores dos movimentos sindicais / populares / es tudan til, sem-terra, etc.
No futuro estas organizações de massas, ou as que surgirem nas mo~ bilizações revolucionárias, poderão se contrapor ao poder burguês através de um poder das massas, estabelecendo um duplo poder, típico das situações revolucionárias. A lut"a contra todas as instituições do regime democrático-burgy§ - é preciso lutar contra todas estas instituições, desde o governo até o parlamento, justiça e forças armadas. Os reformistas em geral só lutam contra o governo nos marcos do regime, buscando capitalizar eleitoralmente o espaço de oposição.
Nós participamos das eleições como uma tática, não como uma estratégia que subordina nossa intervenção. Não nos integramos ao regime, ao contrário, lutamos para destruí-Io.
Na Venezuela, não só denunciamos o Congresso e a Corte Suprema, mas também utilizamos o método de exigências e denúncias contra a Assembléia Constituinte e o governo Chávez.
No Equador, não apontamos para a convivência do Parlamento dos Povos com a democracia burguesa, mas para a estratégia de dar todo o poder ao Parlamento dos Povos.
Apresentar uma saída classista para a crise - defendemos um governo dos trabalhadores e um programa anticapitalista para enfrentar a q:ise do capital. O governo dos trabalhadores é a principal palavra de ordem do nosso programa desta situação, a que sintetiza nossa estratégia.
Aqui, se materializam muitas de nossas diferenças estratégicas com várias das direções majoritárias das massas, desde a Articulação até as guerrilhas das FARC Colombianas e a direção do Parlamento dos Povos no Equador.
Estas correntes, usam o método reformista das eleições, a luta armada das guerrilhas ou ainda a insurreição para reivindicar um programa de desenvolvimento capitalista como alternativa à crise do neoliberalismo. Da mesma forma, propõem governos conjuntos com a burguesia, sejam de frente popular como a direção do PT, de unida de nacional como as FARC, ou com os "empresários honestos" do Parlamento dos Povos.
A construção de uma direção revolucionária - que possa disputar a direção das massas com a direção da CUT e do PT. A nosso ver esta tarefa se materializa na construção de um novo partido revolucionário, que reuna os revolucionários dispersos no Brasil, ao redor de um programa revolucionário e de um estatuto apoiado no centralismo democrático.
Fonte: Brasil reforma ou revolução
Nenhum comentário:
Postar um comentário