terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Ensaios de Geografia Contemporânea - Resenha

Autor: Milton Santos

(Página 123; Página 170; Página 197; Página 206; Página 210; Página 280; pré definição dos textos contendo o assunto pesquisado, numeração das páginas indicam o começo dos respectivos textos)

Página 123 – O processo de urbanização brasileira ante as novas possibilidades do período técnico-científico

Maior emprego da ciência e da técnica para materialização dos interesses sociais intensifica a integração e complexificação espacial;
Os processo que conferem conteúdo as formas, contendo frações do social, não são elas apenas formas, mas formas conteúdo;
Podendo haver mudança qualitativa do conteúdo mantendo a forma e/ou mudança da forma e não do conteúdo – mantém-se as qualidades -, ou seja, preza-se pelo formal, o estético;
“A ciência e a técnica se fazem mais presentes nos processos de organização e reorganização do território, mediante necessidade das forças hegemônicas;
Os objetos técnicos, fixos, se tornam mais diverso e artificiais fornecendo maior fluidez ao espaço;
Cada época é determinada por um sistema técnico, onde o “meio técnico-científico informacional é a nova cara do tempo e espaço” que tendem a unificação e convergência;
período atual propicio uma “Revolução informacional”, onde há separação entre unidades produtivas e sedes de empresas;
As informações praticamente instantâneas e com universalidade de propagação de certas modernizações constitui um fator de dispersão;
Quanto as comunicações há maior rapidez e acesso de informações o que possibilitou a descentralização empresarial;
Estado de São Paulo devido ao seu processo histórico, incorpora, num crescente, o teor técnico-científico informacional, tornando-se grande difusor possibilitando a difusão de funções entre suas cidades em detrimento das demais regiões do território nacional, sendo “região do mandar” e não “região do fazer”;
“Os privilégios das cidades maiores tendem a aumentar e que a redistribuição das atividades industriais só se torna possível mediante o controle da informação”;
A macrocefalia é medida pelo caráter informacional;
A partir da década de 60 as bases produtivas se encaminham para o interior de São Paulo;
“São Paulo satisfaz a necessidade de controle no espaço nacional, gerada pelo espraiamento do processo produtivo”;


Página 170 – As desigualdades e a tecnificação do território brasileiro

Na paisagem é constável, cada vez maior, novas obras de engenharia, “tecnificando-o e fazendo com que ocorram modernizações nos moldes de uma racionalidade imposta pelo externo”, em áreas selecionadas e com maior convergência destas obras, se tornado “lugares luminosos” em detrimento da opacidade dos outros lugares;
“Objetos técnicos agregados a natureza primeira”, com finalidades específicas e intencionalmente localizados, com base da produção, circulação e consumo;
“As condições do lugar é que garantem a eficácia ao exercício das ações hegemônicas”;
A regulação nestes lugares se dão pelo poder público (leis, intervenções no mercado, etc.) e pelo poder privado;
Raffestin (1993) lembra que a circulação da moeda é ao mesmo tempo “energia cristalizada e informação”;
dinheiro leva consigo, por ser um símbolo e um sinal, uma ordem;
Claval afirma que o poder de esquadrinhar o território para “informa-se de tudo, encaminhar ordens e controlar sua execução...”;
“A divisão territorial do trabalho é a organização territorial dos agentes hegemônicos, que esquadrinham o território no intuito de garantir fluidez e funcionalidade necessárias as suas ações”;
A incorporação de infra-estruturas em um território cria uma nova divisão territorial do trabalho e um valor territorial;
É produzindo o espaço que o capital se reproduz;

Página 197 – As distâncias do meio técnico-científico e as metáforas contemporâneas

“Por meio da técnica espaço e tempo se unem”;
tempo, como conceito, deve ser capaz de verificação empírica de existência para tornar-se uma variável geográfica;
A técnica possibilita a qualificação dessa materialidade já que o passado se faz presente por ela, dessa forma o momento passado se torna morto com o tempo, mas não como espaço, assim dando caráter ao espaço de acúmulo desigual do tempo;
Os objetos por si só não tem sentido, mas é por sua materialidade que os acontecimentos se dão, os homens não são livres quanto aos seus objetos e inversamente;
As distâncias também são um produto histórico cuja técnica como possibilidade redimensiona as noções de próximo e distante;
A distância como medida empírica de tempo;
“A distância é constituída a partir do desejo e da necessidade dos homens, instituições e firmas de estabelecer relações de se comunicar gerando fluxos de matéria e informação”;
“A velocidade reduz a distância, mas aumenta também e, daí, a idéia de que o tempo multiplica-se”;
“O sistema técnico, cuja distribuição e densificação é irregular e desigual, cujo uso social é seletivo e hierárquico”;
A unicidade técnica possibilita a unicidade entre espaço e tempo global;


Página 206 – Novas espacialidades e o meio técnico-científico informacional

Espaço geográfico pode ser considerado como meio técnico-científico informacional;
Após a segunda guerra mundial há maior caracterização da inter-relação entre a ciência e a técnica, levando a ciência preceder a técnica, para implementação, a qual é comandada pela produção, tal é evidenciada pelas novas áreas do saber;
A produção depende atualmente, mais de uma natureza artificializada, pois natureza primeira já não existe mais;
“O território qualifica e quantifica a ciência, tecnologia e informação”;
“As ações são técnicas e cientificamente fundadas permeadas de informação e intencionalidade, ou seja, são ações racionais para um espaço racionalizado”;
Os espaços da globalização são definidos por uma tecnoesfera e uma psicoesfera, funcionando de modo unitário;
A tecnoesfera e a psicoesfera formam meio técnico-científico informacional;
A sociedade, através do meio técnico-científico informacional comanda a nova relação com o entorno e dá a nova dimensão do espaço e do tempo;
Tecnoesfera é o resultado da crescente artificialização do meio natural, o mundo dos objetos, em constante mudança técnica;
Psicoesfera é o mundo das ações, resultado das crenças, religião, desejos, vontades e costumes que definem no cotidiano as relações das pessoas constróem com o mundo;
Exemplo: tecnoesfera centralizada na região sul, sudeste e psicoesfera no país inteiro;

Página 210 – Expansão do meio técnico-científico informacional

Procedimentos e métodos científicos para a realização da produção, desenvolvendo a tecnologia – ciência da produção. Com a tecnologia o homem passa a poder induzir os processos técnicos e imprimir grande velocidade de informação de renovação as forças produtivas;
Com o desenvolvimento tecnológico dos transportes e comunicação a área de produção capitalista passou a ser o planeta;
desenvolvimento das telecomunicações, mola mestra deste período, propicia a expansão da psicoesfera e veiculação de informações quase instantâneas para qualquer parte do globo;
Concentração das tecnologias promoveu uma reorganização das economias e dos Estados nacionais e sua maior interdependência;
Apenas no atual período verifica a interdependência entre a ciência e a técnica, em todos os aspectos da vida social;
A organização do espaço se dá pela permanente troca entre o homem e a natureza, mediado pelas técnicas referente a cada período histórico, sendo o espaço atual encontra-se uma heterogeneidade técnica e temporal;
A expansão do meio técnico-científico se dá com o aumento de fixos no território, no qual sua construção e reconstrução se pelo crescente conteúdo de ciência, tecnologia e informação;
território se informatiza rapidamente, estando esta informação intrínseca aos objetos;
“A mundialização caracteriza desorganizando as formas de produção e organização social preexistente, o que se processa é a criação de novas desigualdades;
“O espaço mundial existe apenas como metáfora”;
A existência de um maior número de fixos, aumenta o número de fluxos;

Página 280 – Tecnoesfera, Psicoesfera: a publicidade como um elemento do espaço

A psicoesfera é produto do artificio, no âmbito dos desejos, vontades e hábitos, sendo a captação, apropriação e criação de subjetividades;
Publicidade são os processos modernos de comunicação e intercâmbio;
A epistemologia da geografia poderia também ser chamada de Filosofia das técnicas;
A publicidade como ramo da produção a serviço da sociedade de consumo e sua crescente exacerbação;
“A aceleração da industrialização e a transformação em massa e a crescente introdução no cotidiano dos outros meios” faz da publicidade uma importante ferramenta que objetiva a sociedade de consumo;
A publicidade ameniza a fricção entre mercadoria, tempo e espaço, acelerando o consumo, assim “a propaganda nasce como solução para a indústria e a criatividade como solução para a propaganda”. (Roberto Menna Barreto);
A publicidade é um dos elementos centrais dos impérios da imagem, onde estão envolvidos elementos técnicos e subjetivos;
Os elementos publicitários estão contendo o fetichismo da mercadoria (Marx), a máquina do desejo (Freud), modos de vida (sociologia), além de política de textos e imagens, arte de persuadir, manipulação do imaginário em geral (semiologia e retórica);
A publicidade se traduz, na concepção e produção de imagens, do discurso, bem como na sua veiculação;
No processo produtivo pode-se acrescentar “em lugar de destaque, como ramos automatizados deste processo a concepção, o controle, a coordenação, a previsão, paralelamente a mercadologia (marketing) e a propaganda;
A publicidade como lubrificante do mercado, sofistica o discurso, construindo a metamercadoria, utiliza e solicita as mais novas tecnologias;
A mensagem publicitária está tão inserida no cotidiano que se torna até familiar, convertendo-se em identidade e referência;
Segundo Baudrillard nos sentimos desprotegidos na ausência da publicidade;
Os produtos estão volatizados em imagens (re-produto) pelas propagandas, com incorporação de idéias e conceitos a sua forma e essência;
A publicidade compõe o espaço a medida que necessita da psicoesfera e tecnoesfera densificadas e entrelaçadas com aporte das ciências, tecnologia e informação e da produção de imagens simbólicas, compondo e direcionando nosso entendimento de mundo;
A publicidade tende a ser homogênea em grandes porções do território justamente porque há temporalidades homogêneas;
Para “agir no território é necessário traduzir e reproduzir os códigos sob os quais ele funciona. É deste modo que tecnoesfera produz psicoesfera”;
Configurando como conjunto de imagens simbólicas das subjetividade contemporânea, a publicidade penetra os diferentes locais diluídos em ações associadas aos objetos informados;

Nenhum comentário:

Postar um comentário