segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Metamorfose Do Espaço Habitado - Milton Santos

Metamorfose Do Espaço Habitado (Clic na Imagem acesse o livro digital)


Resenha: Metamorfose do Espaço Habitado
Autor: Milton Santos
A redescoberta e a remodelagem do planeta no período técnico-científico e os novos papéis das ciências;
“Ciência geográfica – ciência do espaço do homem”;
Subversão mundial pós segunda guerra mundial intermediada pela globalização;
processo de internacionalização data do século XVI com a extensão das fronteiras comerciais;
Revolução científica e técnica se impõe transformando as formas de vida no planeta;
A existência de uma sociedade global ou sistema mundial e a readaptação das ciências, a isto evidenciada pela interconexão social, produtiva e mercado, além da divisão mundial capitalista do trabalho;
Universalização relacional das técnicas;
Valor mundializado comanda a produção por meio das técnicas dominantes;
A contestação de uma sociedade global, ou moralidade universal devido a esta também ser formada por heranças históricas especificas ligadas a um território;
estado como porta de entrada e barreira em relação e as influências exógenas, não induzindo assim a uma mundialização completa das estruturas da nação;
“Hoje, o que não é mundializado é condição de mundialização”;
Interdependência entre a ciência e a técnica;
“A ciência precede a técnica” embora sua realização seja cada vez mais subordinada, como ao lucro desenfreado e ao serviço da produção;
Concentração e centralização da economia, poder político, informação forma a base das desigualdades entre os países e as classes sociais, assim como desintegração e a pressão do indivíduo, compreendendo que haja correspondência entre sociedade global e crise global;
A renúncia da ciência quando passa a servir os meios de produção e não a sociedade;
A fragmentação das ciências por comprometer-se a interesses do capital;
Separação entre teoria e práxis;
“As ciências sociais se interessam por amostragens tendenciosas das contradições mais importantes, de modo a ocultar as causas reais do fenômenos;
“A conjuntos técnicos considerados como fixos”;
“As novas realidades são ao mesmo tempo causa e conseqüência de uma multiplicação de possibilidades, potenciais ou concretizadas, cuja multiplicidade de arranjos é o fator de complexidade e diferenciação crescente”;
Renovação de uma disciplina ameaçada
A multiplicidade discursiva e a indefinição de um objeto especifico atrapalham o discurso geográfico, enquanto ciência;
“O conteúdo (da sociedade) não é independente da forma (os objetos geográficos), e cada forma encerra uma fração do conteúdo”;
“O espaço é um conjunto de formas contendo cada qual frações da sociedade em movimento. As formas, pois, tem um papel de realização social”;
“Enquanto totalidade, a sociedade é um conjunto de possibilidades”;
A essência social é o seu processo de evolução, ou “o presente não realizado”;
A corporificação social está imbutida nas formas, ou seja, “sociedade transformada em espaço”;
A essência e a forma empírica social é dinâmica e assim evoluem contraditoriamente;
“A globalização da economia e da sociedade mundializa o espaço geográfico, o carregando de novos significados”;
“O mundo sempre foi um só, mas não era possível aprender-lhe unicidade, exceto para alguns fenômenos de alcance mais geral e fora do domínio espacial”;
Com a globalização é possível entender “cada fração do espaço mundial em função do espaço global”;
processo de globalização ocorre primeiro nos fatos e relações, antes de impor-se ao espírito, a realização pratica das técnicas hegemônicas que se realizam indiferentes do meio que as recebem, e são potencialmente iguais em toda parte, sendo constituem um “verdadeiro concreto universal”;
“Quanto mais os lugares se mundializam, mais se tornam singulares e específicos”, devido “a especialização desenfreada dos elementos do espaço”, porém ligado aos demais lugares;
lugar e a globalidade se explicam mutuamente;
Metamorfoses do espaço habitado
“Espaço habitado e ecúmeno são sinônimos”;
A capacidade de habitar e adaptar-se aos lugares mais recônditos, do homem como se social;
A transformação qualitativa e quantitativa do espaço habitado, devido a evolução técnica e por conseguinte a “explosão demográfica”;
crescimento demográfico desigual (migração, meio favorável, fertilidade);
Acesso desigual as tecnologias causa heterogeneidade social, econômica, estrutural, etc.;
Migração ao meio favorável – metrópoles, principalmente em países subdesenvolvidos, vendo um aumento considerável da população;
meio urbano prolifera natureza artificial e paisagem cultural, tendo o campo uma produção mais intensa para abastecer as cidades, se beneficiando dos processos científicos e tecnológicos para obter maior produção e reduzindo a necessidade de mão-de-obra no campo;
Categorias tradicionais, categorias atuais
A dinâmica das formas de organização faz com que validem os conceitos passados para os novos conceitos que exprimam melhor a realidade;
Tal dinâmica se acentua principalmente após meados do século XX, em que o mundo deve ser tratado como um todo em suas relações;
Internacionalização da economia capitalista com total interdependência das diferentes economias nacionais e uma nova divisão internacional do trabalho”, porém a produção se especializando regionalmente;
Um mesmo elemento – aeroporto, banco, auto-estrada, shopping center tem impactos diferentes em distintas áreas de um país ou do planeta, devido a história local, condições existentes no momento da internacionalização e a dinâmica do que chega e o preexistente;
Para se explicar as transformações de uma região é necessário a compreensão das variáveis simples e as complexas, reveladoras das grandes mudanças do período técnico-científico – tipologia das tecnologias, natureza dos fluxos, etc.;
As relações entre as cidades se dão em vários níveis – sejam perto ou distantes pois “se articulam dentro de uma lógica global” – circuito espacial de produção;
“Com a difusão dos transportes e das comunicações cria-se a possibilidade da especialização produtiva”, o que promove a especialização das regiões e maior relações entre elas, onde, antigamente eram quase uma autarquia, assim crescendo as cidades médias também;
A esterilidade da dicotomia cidade/campo, agrícola/indústria;
“A história atribui funções diferentes ao mesmo lugar”;
Quanto mais modernizada a atividade agrícola, mais amplas são as suas relações, mais longínquo o seu alcance;
A maior flexibilidade dos meios de transporte facilita a dinâmica entre as regiões, o que facilita também as migrações para os grandes centros;
Paisagem e espaço
“Todos os espaços são geográficos por que são determinados pelo movimento da sociedade, da produção”;
“Paisagem é tudo aquilo que podemos ver, que nossa visão alcança”;
Segundo Vidal de La Blache as técnicas se desenvolvem por um processo de adaptação do homem ao meio;
Saver, Carl, paisagem natural e artificial;
“Paisagem natural é a paisagem transformada pelo homem, enquanto grosseiramente podemos dizer que a paisagem natural é aquela ainda não mudada pelo esforço humano”;
“A paisagem é um conjunto heterogêneo de formas naturais e artificiais”;
“Os instrumentos de trabalho eram prolongamento dos homens, porém, transformaram-se em prolongamentos da terra, próteses ou acréscimos a própria natureza, duráveis ou não;
Exemplo: Um shopping center torna-se um sistema antológico, pois, possui seu próprio sistema de crédito, estacionamentos, etc., que se relaciona com um sistema global;
“As cidades antigas adaptam-se”, com a sobreposição técnica e diferenciação funcional, criando um espaço heterogêneo por vez, “as cidades novas nascem assim”;
“A paisagem não é dada para sempre, é objeto de mudanças. É um resultado de adições e subtrações sucessivas”;
“As formas não nascem apenas das possibilidades técnicas de uma época, mas depende, também, das condições políticas, econômicas, culturais, etc.”. A técnica tem um papel importante, mas não tem existência histórica fora das relações sociais;
“As paisagens nos restituem todo em cabedal histórico de técnicas”;
Diferenciação funcional e estrutural das paisagens;
Estrutura e função estão intrinsecamente ligadas;
“As funções mais susceptíveis de criar novas formas são: bancos, hipermercado, Estados, shopping centers, etc., além de certas funções públicas”, fora estas é mais comum uma readaptação (casas de saúde, escolas, etc.), que podem se instalar em prédios diferenciados;
Definição de espaço;
“A paisagem é a materialização de um instante da sociedade e o espaço resulta da junção entre a paisagem e a sociedade”;
trabalho morto seria a paisagem e o espaço o conjunto de trabalho morto e vivo;
“A espacialidade é um momento”;
“A paisagem procede a história e a espacialização é o presente, um presente fugindo”;
“A espacialização também não é apenas o resultado de movimento da sociedade, porque depende do espaço”;
Configuração territorial e espaço
“A espacialização seria um momento das relações sociais geografizadas”;
A paisagem não é configuração territorial embora seja, parte dela;
“O que vimos ser construídos é, para as gerações seguintes, o que existe diante deles como natureza”;
“A natureza é tudo aquilo que pode ser percebido”, Whitehead, então, “somos natureza tomando consciência de se próprio” como diria Reclus, isto significa que tanto as relações sociais como as técnicas seriam naturais aos contemporâneos desta;
A configuração territorial se define por o conjunto de objetos existentes sobre ele (artificiais e naturais) em determinado território;
espaço é a junção entre a configuração territorial, paisagem e sociedade;
espaço é formado de fixos e fluxos;
A heterogeneidade do espaço determinada por seus fixos e pelos fluxos e em sua adequação, influi em diferentes rendimentos, assim as categorias clássicas – circulação, consumo, distribuição – pode ser estudadas pelos fixos e fluxos;
Os fixos surgem com suas características que são técnicas e organizacionais, que corresponde a uma tipologia de fluxos;
“Os fixos provocam os fluxos em função de seus dados técnicos”;
Os fixos e a circulação possuem grande importância devido a internacionalização, sendo “quem tem menos poder de movimento mais depressa vê desvalorizar-se seu produto e seu meio de trabalho”;
Sistemas de engenharia são o conjunto de fixos, naturais e sociais, que se definem como “conjunto de instrumentos de trabalho agregados à natureza e de outros instrumentos de trabalho que se localizam sobre estes, uma ordem criada para e pelo trabalho;
“A tendência a uma interdependência maior é acompanhada de maior diversificação e expansão dos objetos técnicos no espaço”;
Com a evolução dos sistemas de engenharia mais se produz em menos tempo;
Regime é dado por conjunto de variáveis funcionando harmonicamente durante considerável tempo, mesmo que a evolução seja heterogênea, havendo desníveis entre as variáveis, impondo-se através regras organizativas, apesar da dinâmica social;
Cultura é quando a organização deixa de ser eficaz – crise – e há passagem para outro período;
Sendo, as significações das formas e funções mudam, perdem ou ganham valor, conforme disposição social e econômica;
As correntes migratórias possuem dois sentidos: levando a expulsão daqueles que não se adaptam aos níveis técnicos e de capital que se instalam e trazendo para área aqueles dotados das novas capacidades exigidas para movimentar o novo instrumento científico e técnico;
Do físico ao humano, do natural ao artificial. Geografia física, Geografia Humana
A diferenciação principal entre o homem e as outras formas de existência é o trabalho, sendo estes expressados em extensões corpóreas através de dispositivos mecânicos;
homem inventa e não só repete;
“A relação entre o homem e seu entorno é um processo sempre renovado que tanto modifica o homem quanto a natureza”;
Toda produção se dá no espaço através do trabalho;
A geografia estuda as relações humanas por que esta modifica o espaço;
A natureza adquiri diferentes feições correspondentes a períodos por incorporar a ação humana;
“A ação que realiza sobre o meio que o rodeia, para suprir as condições necessárias a manutenção da espécie, chama-se ação humana”;
Incorporação de formas a natureza por imposição humana;
“A natureza se socializa e o homem se naturaliza”;
processo de naturalização da natureza torna-se, cada vez mais, o processo de sua tecnificação;
homem faz desta segunda natureza mais adaptada aos seus fins;
Os objetos criados pelo avanço das técnicas substituem cada vez mais os objetos naturais;
Espaço e o movimento das contradições
Cada lugar tem variáveis internas e externas;
A realidade do externo depende do interno;
que define o lugar é uma teia de objetos e ações com causa e efeito, através das variáveis internas e externas;
Uma variável externa, em dado momento, não pode inserir-se em todos os lugares;
A internacionalização do externo não se dá de forma arbitraria, mas em lugares específicos, e em combinação das variáveis;
Combinação de variáveis com temporalidades diferentes;
As variáveis internas podem ter resistências as variáveis externas;
“O novo nem sempre é desejado pela estrutura hegemônica da sociedade”, pois pode causar rupturas;
novo não chega em todos lugares e quando chega não é no mesmo momento, talvez não sendo mais novo;
Variável nova muda as relações preexistentes e estabelece outras;
Dialética entre o novo e o velho;
Estado e o mercado também configuram um lugar;
A intervenção do Estado lugar e o gerenciamento do mercado, com ou sem auxílio estatal;
Geografia geral e Geografia regional
Com os recursos das técnicas o homem pode alterar substancialmente o quadro que lhe seria imposto;
As relações de um determinado território, sua natureza, se dão pelas condições naturais, técnicas e outras – convicções religiosas, crenças, costumes – para um grupo se fixar;
Da teoria à prática: um modelo analítico
“O conjunto dos objetos criados formam o meio técnico, sobre o qual se baseia a produção e que evolui em função desta”;
A dinâmica social em cada momento histórico dá significação e valor especifico ao meio técnico;
Um esquema operacional: a análise da situação atual para projeto científico;

2 comentários:

  1. caraaaaa, você mais confunde com essa resenha do que ajuda. parece que você pegou frases do livro e simplesmente jogou no texto.

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  2. Essas são algumas contribuições para compreensão do livro

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